Tudo certo

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

por Hosana de Souza


Na tarde da última sexta-feira, a equipe pedagógica da Escola Municipal Dr. Thibau provou a todos que, com força de vontade, pode-se realizar tudo, inclusive uma culminância. A chuva pegou de surpresa os professores que transferiram a festa do pátio para o refeitório. Mesmo com tudo para ‘dar errado’, a culminância do Dr. Thibau aconteceu e alegrou a todos, unindo o Mais Educação, o Incentivo à Palavra, à Cultura, ao Esporte, além de integrar os dois turnos.

A escola, que está localizada na estrada de Madureira e abriga uma série de projetos da PMNI, infelizmente não recebe o apoio das famílias das crianças, que organizaram a mostra de trabalhos apenas para as outras turmas observarem. “Tudo tem sido difícil, e é isso que tem feito tudo dar certo, ter mais sabor”, diz Rosa Santos, a querida Tia Rosinha, coordenadora do Incentivo a Palavra. “As meninas da cultura chegaram na escola há quinze dias e ainda assim desenvolveram algumas coisas. A não participação dos pais deles desmotiva um pouco, a eles e a nós, mas vale a pena sempre tentar e ver esses sorrisos”

O tema da festa foi “Africanidade”, trabalhado por todas as disciplinas durante o ano letivo. “Eu adoro participar de tudo”, diz Natalia Martins, 10 anos, ansiosa para o inicio das apresentações. “É sempre bem divertido e muito melhor do que ficar em casa”.


Tudo começou com um recreio literário, com obras de escritores negros espalhadas pelas mesas. Houve também a galera do Hip-Hop do Mais Educação, que levantou a criançada e colocou até os professores para dançar. Ainda com o ritmo agitado, as crianças que participam da oficina da horta cantaram o Funk dos Legumes e uma das músicas do filme ‘O Rei Leão’, falando sobre a Mãe África.

Para o almoço, uma deliciosa feijoada, seguida da exposição das telas construídas pelas crianças nas oficinas de cultura de língua portuguesa e cultura matemática, mostrando os contos de Malba Tahan e Câmara Cascudo. Matheus Nascimento contou a historia “O sapo e o Coelho” de Câmara Cascudo, encantando a todos com seu misto de alegria e timidez. “Eu gosto dessa história”, diz o menino, que acha o sapo muito inteligente. “Foi muito bom, também, desenhar e fazer o mural”.

Para animar ainda mais, todos dançaram o Kuduro, um gênero musical angolano. Quando a chuva deu uma trégua, as turmas formaram uma animada roda de capoeira. “Estamos fazendo de tudo para que todos eles participem, seja na capoeira, seja na horta, seja na banda que estamos montando”, conta Mestre Henrique, feliz por ver as crianças que moram longe do centro agarrando as oportunidades proporcionadas pelas oficinas do Bairro-Escola e Mais Educação. “Elas estão indo bem, trabalhamos todos juntos e tudo tem dado certo”.

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