Desengavetando os projetos

segunda-feira, 8 de março de 2010

por Wanderson Duque

Durante o lançamento do PADEC (Plano de Apoio ao Desenvolvimento Cultural dos Municípios do Rio de Janeiro) no Espaço Cultural Sylvio Monteiro no último dia 3, a plateia que superlotou o teatro enfim se sentiu contemplada pelas ações do governo do estado na área da cultura. O programa prevê a distribuição de R$ 3 milhões de para produções culturais nos municípios da Baixada Fluminense, dos quais R$ 450 mil ficarão em Nova Iguaçu. Atén então, a cidade só contava com seu próprio edital para as produções, sem nenhum auxilio do estado.

Nova Iguaçu ruma para seu segundo edital, e vem emergindo de uma grande inércia cultural. Durante a gestão do escritor e cineasta Marcus Vinícius Faustini à frente da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, o foco nos agentes culturais da cidade foi pensado de um forma mais ampla e abrangente. “Agente cultural é todo aquele que atua no seu bairro com algum tipo de metodologia estética”, explicou Faustini.



A classe artística da cidade, que nas palavras de Sérgio Sá "foi esquecida pelos governos anteriores, comemorou a chegada do PADEC. “Nem sequer éramos confocados ou havia algum tipo de preocupação conosco", lembra o agente cultural, que também estava feliz com a notícia de que a partir de agora a cidade conta com um portal mapeando o trabalho de todos os agentes culturais de Nova Iguaçu.

Com a quebra de antigas barreiras – e uma raiz de preconceito –, esses “produtores da cultura local” sentem-se cada vez mais estimulados a sacar projetos que estavam acumulando poeira nas gavetas. Um deles é Marcelo Shinta, 30 anos, muito conhecido por realizar o “Anime Shinta”, um encontro mensal sobre cultura japonesa que tem como locação o Sylvio Monteiro. “Tenho uma proposta de literatura tendo como público alvo crianãs de 7 a 13 anos de idade”, Marcelo explicou. “Funcionaria com a estética de um feira, em que crianças receberiam uma certa quantidade de um ticket que poderia trocar por revistas, livros e afins”.

Marcelo Shinta reconhece que o projeto ainda está vago. Mas, estimulado com as notícias que ouviu na noite da última quarta-feira, vai amadurecê-lo de modo a apresentar para a comissão que julgará o Fundo Municipal de Cultura Escritor Antônio Fraga, a ser lançado ainda em março.

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