Critica de “O Último Retrato”
por Luz Anna
“Decifra-me ou te devoro”, diz a esfinge, mas para quem?
Passamos de longe, quietinhos e quem sabe ela ti vê?
Essa seria uma atitude bem cômoda e muitas vezes usada por nós, mas existem coisas que nos perturbam, nos inquieta e exige de nós.
A morte é uma delas.
O filme “O Último Retrato” de Abelardo de Carvalho, descreve o trabalho de um fotografo do inicio do século que dedicou a fotografar crianças mortas.
São 12 crianças entre meninos e meninas retratados em um momento único, eternizados como em uma tentativa romântica de manter a vida.
A primeira vez que vi o filme senti certo incômodo, afinal aprendemos desde cedo que a morte é triste, assustadora e feia, mas a partir da segunda vez comecei a perceber, certa beleza e até mesmo certo fascínio, mas não pela morte, mas sim pelo talento dos artistas.
O autor soube primeiro vencer um limite quase eternizado na essência humana, em temer o desconhecido, e de fugir do inevitável como a morte, e tudo isso simples e tão belo que chega a nos transmitir uma certa paz?
Segundo o autor Abelardo de Carvalho, que na ousadia de um artista, diz nós permitir entrar por esse caminho tão difícil nos expressar. E conduzidos, por uma voz suave, chegamos ao questionamento dos porquês indagados pela voz da própria morte em uma sacada de mestre do autor.
Abelardo de Carvalho conseguiu em poucas mais, de oito á dez minutos ir além do simples em fotos e narrativa, para o complexo de um emaranhado de sentimentos e emoções.
3 Comentários:
Ótimo texto, Ana.
Fiquei curioso pra assistir o curta. Parabéns!
Abraços.
André.
linda sacada Luz..
"Decifra-me ou te devoro”, diz a esfinge, mas para quem?
Passamos de longe, quietinhos e quem sabe ela ti vê"?
Isso foi show, pois podemos tentar passar longe das coisas que ñ conhecemos, mas um dia certos encontros são inevitáveis...
a morte é uma delas...
Seu comentário é quase um poema...
Parabéns!!!!
Exatamente. Tentamso evitar o que realmente é inevitável! tentamso passar longe da morte ou simplesmente virar a cara para ela. Seu comentário foi de uma real precisão. Um trabalho não deve ser desmerecido por ter um tema como a morte, nós é que temos que nos adaptar à ela, entender que a morte faz parte da vida!
Parabéns Anna.
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