Pequeno alcance

terça-feira, 29 de junho de 2010

por Felipe Branco

Em comemoração ao dia do cinema nacional (19 de junho), o Instituto Federal do Rio de Janeiro, em Nilópolis, promoveu o "Pare, Entre, Curta!" nos dias 17 e 18. No primeiro dia, uma maratona de 10 horas exibiu curtas como “Geraldo voador”, “Nevasca tropical”, “1986”, “A Re-volta do Rei João”, “Nozes”, “O atleta e o sedentário”, “Dalva”, “O primeiro olhar” e “Através das grades”, entre outros. Já no segundo dia, o roteirista Flávio Machado e o diretor Guilherme Whitaker atraíram principalmente estudantes de Produção Cultural, que lotaram a sala para discutir a cada vez mais efervescente cena cineclubista nacional.

Diretor de Relações Institucionais da ASCINE e fundador do cineclube Ankito, Flávio Machado explicou que, além de preservar a memória cinematográfica nacional, precisamos disponibilizá-la e torná-la acessível ao grande público. “Filmes são feitos para serem assistidos”, afirmou ele. Depois de explicar o “ciclo do cinema”, que consiste em produzir, distribuir e exibir filmes, o roteirista disse que o Brasil é um grande produtor, principalmente após os novos conceitos de cinema (audiovisual) e o acesso mais fácil aos meios de produção. "Nosso problema está em distribuir e em exibir, tornar o acesso ao filme mais fácil".

Para o criador do cineclube Ankito, “a função do cineclube é ser um meio de divulgação e distribuição para a produção de pequeno alcance”. Flávio Machado incluiu nessa produção de pequeno alcance filmes que não chegariam ao circuito comercial, como a produção de países Irã, Índia e até mesmo o Brasil.

Formado em cinema pela UFF, diretor, produtor, curador da Mostra do Filme Livre e idealizador do porta Curta o Curta, Guilherme Whitaker concentrou-se na dependência do Estado dos produtores de audiovisual brasileiros.

Os debatedores ilustraram suas posições exibindo clássicos como os curtas 'O paradoxo da espera do ônibus', de Christian Caselli, 'Mini Cine Tupy', de Sérgio Bloch, e o 'Eu sou como o polvo', de Sávio Leite, este último elogiado por Flávio Machado. Produzido por Géssica Santiago e Vanessa Rocha, estudantes do curso de Produção Cultural do IFRJ, o Pare, Entre, Curta! terminou com a distribuição de uma cópia da Carta de Tabor, que vem a ser um documento aprovado na cidade de Tabor na República Tcheca em setembro de 1987 pela Federação Internacional de Cineclubes (FICC) que trata dos Direitos do Público.

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