por Felipe Branco e Tony Prado
Roncos de motores e um som “lounge” colocado no máximo, encontros, diversões, bebidas e uma diversidade incalculável de pessoas, é o que geralmente poderíamos encontrar num dos points mais frequentados da cidade de Beford Roxo: a Praça José Hipólito, mais conhecida como a Praça de Heliópolis. Essa seria a realidade de qualquer noite normal de quinta-feira na localidade. A praça cheia de gente, repleta de tribos e estilos diferentes. Carros estilizados, com potentes caixas-de-som, prontos para uma batalha com hora marcada, sem violência, claro!
Nas noites de quinta-feira, acontecem as batalhas de som na Praça de Heliópolis. As diversas tribos, com seus variados “barulhos”, colocam seus carros na principal rua de acesso à praça e disputam, através da quantidade de público, aquele que tem o melhor som. Seja de receptividade de público, seja de qualidade de equipamento, não importando exatamente uma regra específica, nem qualquer tipo de prêmio, mas valendo o máximo de diversão que se pode proporcionar ao público.
Funk, rock, house, axé, forró, pagode. Vale de tudo na praça, todo som é bem-vindo. Esse encontro semanal atrai os mais variados públicos, com uma riqueza cultural sem precedentes na cidade. Desde os bonés modernos do funk aos medalhões extravagantes do hip-hop e os spikes e correntes do rock, é um espaço aberto para todos os públicos e idades. Jovens da cidade, que precisariam ir para lugares distantes, encontram na Praça de Heliópolis uma opção de diversão e lazer para sua noite. Pais e filhos frequentam juntos o local, sem preocupações, ou pelo menos era assim.
Na praça existem várias formas de entretenimento. Além da disputa de sonm, há pista de skate, quiosques e barracas com comidas e bebidas variadas, a “casa de pombo” com sua tribo de violões, bares e restaurantes com seus diversos estilos, pizzarias etc. Porém, o cenário se tornou um pouco diferente.
Arrastão
Na última quinta-feira, os dois jovens repórteres que escrevem essa matéria se depararam com uma Praça de Heliópolis tomada pelo medo. Pistas vazias, bares fechando, bancos vazios. Na tarde deste dia, a praça foi alvo de um “arrastão”, um de muitos que assolam Belford Roxo na última semana. Devido a esse fator, o público da praça ficou com medo de sair de casa, donos dos estabelecimentos próximos não quiseram abrir seus comércios. Os vizinhos ficaram horrorizados, pois isso jamais havia acontecido.
“O único terror que havia na Praça de Heliópolis era o “Batidão do Terror”, time de carros de funk, da disputa de som. Agora, desde o começo da semana, o medo se instalou nas pessoas que frequentam a praça. Hoje mais cedo invadiram e assaltaram o Código de Barra (um dos bares que cercam a praça) e agora os moradores estão com medo do encontro de som. Chamaram a polícia para tomar conta e “barraram” o encontro”, declara o estudante Iago, de 18 anos, frequentador assíduo da praça.
Havia um protesto de moradores contra o evento, devido ao barulho, porém, com o crescente comércio na região, houve possibilidades de uma legalização do encontro, mediante um projeto para a Prefeitura de Belford Roxo. Mas depois da confusão, os moradores tomaram a frente mais uma vez, impedindo que o encontro acontecesse, com ajuda, ainda de força policial, explicou um dos policiais responsáveis.
A Praça de Heliópolis é testemunha de muitas histórias, desde encontros de amigos, casais e até casamento já aconteceu na praça, mas jamais ocorrido arrastões. As autoridades locais não sabem o motivo do arrastão naquela localidade, pois não é alvo comum desse tipo de incidente, mas será feito o possível para restabelecer a rotina do público da praça. Enquanto isso, o encontro de som está suspenso, deixando as tribos sem o seu maior grito de personalidade, a música, e deixando Belford Roxo sem um dos seus pontos mais bonitos de lazer.
Batidão do terror
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Marcadores: Baixada, Felipe Branco, Tony Prado
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3 Comentários:
Mó para isso, lamnentável.
Nossa, eu cheguei a comentar sobre os arrastões contigo(Felipe), mas não imaginava que as coisas haviam chegado ao ponto que vocês descreveram... Graças a Deus não aconteceu nada enquanto vocês estavam lá. Bom que a "queda" da matéria sobre a diversidade da praça se tornou uma matéria de alerta/denúncia.
Foi-se o único lazer dos moradores de Heliópolis...
para com esse papo, nao ouvi nada disso., deveria ser alguns babacas querendo estragar o evento, entao procura saber primeiro antes de falar essas coisas vlw ...
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