por Yasmin Thayná
Nas férias de Janeiro o verão é brabo no Rio de Janeiro. Andava com uma bicicleta, na Rua dos Pardais, cuja cor do quadro era lilás com rodinhas e cestinha branca. O papai (Noel) que trouxe pra mim. Meu pai nunca gostou de me ver na rua, mas acho que ele queria me apresentar à movimentação urbana às vezes.
Estava quente e minha avó me olhava da esquina sem tirar os olhos de mim a cada voltinha que eu dava naquela rua nem tão grande. Eu me divertia com as pipas coloridas no céu. Sempre quis ficar o dia inteiro com os meninos soltando pipa. Sempre achei mais legal soltar pipa do que brincar de boneca em casa. Eu sempre quis ser livre nas brincadeiras. E pipa, era a única sensação de liberdade que havia naquela fase da minha vida.
Era de tarde e meu pai chegou meia hora depois do inicio da minha “diversão urbana.” Chegou com umas sacolas e disse: - Oi filha! (me deu um beijo em seguida)
- Oi papai! (disse com um olhar apaixonado. Sempre fui apaixonada por meu pai. Ele foi e é o único homem que faz meus olhos brilharem de emoção quando está por perto)
- Vamos entrar que eu trouxe uma coisa para você.
Lá dentro, ele me deu um livro que eu tenho até hoje. Era pequeno e falava de uma pipa que voou, tomou liberdade. Mas essa história é de renovação e felicidade que outras crianças tiveram ao achar a pipa caída em outras ruas. A pipa era um “mecanismo de felicidade,” a sua liberdade levava alegria a outras vidas. Acho que a palavra “liberdade” foi e é muito importante na minha vida! Li esse livro diversas vezes. Até que ganhei outros e fui enfeitiçada pelas histórias de literatura brasileira.
4 Comentários:
Seu pai, sem dúvida, é um grande homem! Quero poder passar tudo o que ele te passou aos meus filhos. E espero que eles sejam talentosos e SAGAZES (hahahah) assim como você!
BEIJOS!
Lindo!!!
Deu saudade dos tempos de bike
;)
Adorei Yasmin.
Saudade dos tempos em que nós nos divertíamos com coisas tão simples. Nossa deliciosa infância.
Sorrisos (;
Muito Bonito Thayná. Muito bonito mesmo! Você sempre consegue imprimir em seus textos muita doçura...
Abraços!
Valdomiro Meireles.
Postar um comentário