Revolução esvaziada

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

por Hosana Souza, Jefferson Loyola, Jéssica de Oliveira e Renato Acácio

O campus de Nova Iguaçu da Universidade Estácio de Sá recebeu a Conferência do Plano Estadual de Cultura da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, que reuniu secretários e agentes culturais da sociedade civil de 17 munícipios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro para discutir políticas públicas na área da cultura. "Estamos construindo uma nova face da cultura. Este encontro é um exemplo da democracia que nós temos de pensar, falar e trocar ideias", disse Nilson Luís Caman, presidente do Conselho Estadual de Cultura.



Com a atriz e produtora cultural Sylvia Regina como mestre de cerimônias, o evento foi oficialmente aberto às 10h com a fala dos secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, Écio Salles: "O processo de planejamento de novas políticas públicas para a cultura é um processo rico e revolucionário no país. Mesmo com toda a dificuldade que enfrentamos, há um resultado positivo, há conquistas e avanços na cultura no Estado no Rio de Janeiro, como as políticas dos Pontos de Cultura e tantas outras. Esse plano é um marco histórico importantíssimo".

Infelizmente, o dia reservado para discutir qual será o próximo passo na construção do nosso Plano de Cultura não foi tão auspicioso quanto sua proposta. “Esse tipo de reunião não pode seguir esses moldes. Precisamos tomar decisões, se a palavra é aberta, foge do objetivo e ninguém intervir, a reunião além de se tornar maçante e chata, não resolve nada”, afirmou o escritor e cineasta Marcus Vinicius Faustini nas primeiras horas da reunião, quase como uma profecia do que seria esse sábado.

A manhã correu rapidamente, entre as palavras dos secretários e a apresentação oficial do que já havia sido aprontado e do que seria discutido. Após a primeira parte da reunião, todos foram convidados a se deliciar com o almoço que seria servido em um restaurante a cerca de dez metros do local, pago pelos organizadores do encontro. O prato do dia era arroz, saladas diversas, feijão e um bife ou peito de frango grelhado com alho. A turma do culturani escolheu a última opção. Podemos garantir a eficiência e a maravilha dessa receita, que parece ter sido o melhor de todo o dia.

Ao retornar à Estácio, já animados com o delicioso almoço, as discussões começaram tão logo a reunião foi reaberta. A título de curiosidade, a programação do evento previa que depois da Mesa de Integração Cultural, com Junior Perim, da ONG Crescer e Viver, e Beto Gaspari, músico, a tarde ainda teria a formação de grupos de trabalho e eleição e apresentação dos representantes da Região Metropolitana até o encerramento.

A primeira palavra foi de Delmar Calvacante, da Secretaria Estadual de Cultura que reclamou do que chamou de “a mais esvaziada das conferências”. “Nós estivemos em lugares muito distantes fazendo reunião e conferência de cultura municipal e sempre tivemos a presença de no mínimo 600 pessoas. Aqui nós estamos reunindo 17 municípios e não chegamos nem a metade desse número”, comentou o representante do governo. “Nós temos, contando o poder público, os representantes da educação, os agentes culturais e a sociedade civil a presença de apenas 10 municípios nessa tarde”, disse, iniciando Guerra Fria.

Os agentes culturais partiram em defesa de sua classe. “Hoje nós temos dois municípios fazendo aniversário", minimizou o ator Macedo Griot. "Além disso, os agentes estão envolvidos com os processos políticos deste período de eleições”.

Foi proposta, por Delmar Calvacante e Zeca Barros, também da SEC, a divisão em grupos menores, o que teoricamente auxiliaria no trabalho. Entretanto, as propostas ficaram confusas e a maior parte dos presentes não compreendeu a real intenção. O resultado disso foi o rápido esvaziamento do evento. E os que ficaram tiveram ácidas discussões. Com término previsto para as 17h, o encontro foi encerrad às 15h. A única decisão tomada foi a de que outra reunião seria preparada em uma data oportuna.

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