Street boys

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

por Lucas Lima

Na maioria das vezes por necessidade, pessoas se submetem a trabalhar em lugares e em condições que não gostariam, para obter uma renda financeira. É o caso dos divulgadores externos, conhecidos também como promotores, assistentes comerciais ou streets.

Esses trabalhadores têm a tarefa de levar público para as empresas que representam. Na maioria das vezes com muitas dificuldades. “Trabalho na rua há um ano e seis meses e além de me cansar muito, trabalho debaixo de chuva, de sol", conta Mariana de Almeida Carneiro, uma promotora de uma firma de empréstimo no centro de Nova Iguaçu de 25 anos. Sua missão é convencer clientes a entrarem na loja da empresa com a qual tem contrato. Não é fácil.


Além das barreiras climáticas, os problemas se encontram dentro do próprio emprego, onde muitos trabalham sem um salário mínimo, carteira assinada e sem nenhum tipo de benefício. “Comecei em uma outra firma, onde fiquei apenas um mês, porque não tive nenhum tipo de treinamento", acrescenta Mariana, que no emprego anterior era obrigada a fechar um determinado número de contratos para garantir sua vaga. A falta de experiência terminou comprometendo seu desempenho.

Tendo aprendido sua atividade na prática, a street ainda hoje enfrenta dificuldades. Uma delas é a competição dentro da própria empresa. “Às vezes você aborda um cliente e daqui a pouco o seu companheiro esta abordando a mesma pessoa, só que na hora ele não queria”. Há ainda a concorrência das empresas que oferece juros menores para os cinetes.

Com 25 anos nas costas e um filho para criar, Natália Ferreira, tornous-e divulgadora de uma das maiores redes de cursos profissionalizantes do país há sete meses, porque não queria mais ficar em casa parada. Para ela, sua maior barreira é a própria personalidade. “No inicio não foi fácil porque eu tinha vergonha e nunca tinha trabalhado na rua", conta ela, que já se assustou com a agressividade das pessoas e eventualmente se incomoda com a indiferenças das pessoas que por dever de ofício é obrigada a cumprimentar.

O “tô com pressa” é constante no dia desses trabalhadores. Porém, existe ainda uma minoria que não vê essas pessoas como um atraso no seu dia. “Algumas pessoas param pra te dar atenção e sobem, além daquelas que não param mas são simpáticas. Se você passa na rua e não pode parar pra mim, amanhã ou depois eu posso não poder parar pra você. Eu já fui a pessoa que passava pela rua, e não parava”, assume Natália.

Muitos vêem essa atividade com maus olhos e viram a cara quando passam na rua e sabem que vão ser parados por eles, mas isso não tirou nem o humor nem a vontade do jovem Bruno Botelho, 23 anos. “Adoro esse trabalho porque gosto de lidar com o público e na rua é o melhor lugar para isso. Pude aprender a diversidade das pessoas, o público tem disso, cada pessoa tem e é uma surpresa, acho isso legal. O ruim são as pessoas mal-humoradas e a falta de atenção”.

O outro lado da moeda
“Acho realmente chato essas pessoas que toda hora nos param na rua, muitas vezes em um calor e no meio do calçadão de Nova Iguaçu, é impossível”, conta o bancário Renato Santos, 38 anos. “Sei que eles fazem seu trabalho, mas muitos não respeitam quando você é educado e diz não estar interessado”.

Já a estudante Juliana Moreira diz ser simpática e atenciosa com os streets, mas sempre consegue um jeito de se livrar. “Sempre paro, ouço, mas nunca entro nos cursos e quando pedem telefone dou errado, porque sei que eles vão ficar ligando, ligando e ligando pra minha casa de tempos em tempos”, diz a jovem de 17 anos.

3 Comentários:

Bom, temos características diferentes em nossos textos, escrevemos de forma diferente. No meu caso mudaria alguns pontos e palavras repetitivas.
Faltou também a visão da empresa em relação a esses funcionários. Mas a construção está perfeita. Está claro e bem coeso!
Parabéns!

Unknown disse...

Sentimos na pele o que é ser street néh lUKS E LETICIAA!!
O texto ficou bem claro e nara a realidade do que é ater meta de baixo de um sol escaldante.
A cada dia passam 1000 histórias para vc rir e chorar com que se vÊ e ouve nas ruas.

Adorei, e apesar de td sinto falta do twister rsrsrs

Natalia Ferreira disse...

Adorei a reportagem, foi muito bem feita do meu ponto de vista, se precisar pode vir me entrevistar q dou a maior atenção.

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