Entuasiasmo sem fim

terça-feira, 31 de maio de 2011

por Pedro Felipe Araújo

“Você precisa saber de onde vem para poder dizer para onde vai.” Disse um poeta uma vez, cujo nome já não me recordo, mas a frase em sua essência me chamou a atenção. Me fez pensar o quão importante é o nosso passado para nós mesmos e o grau de conhecimento que precisamos ter para que saibamos a fundo quem realmente somos. Confesso ter uma característica filosófica muito menor do que gostaria e por algum tempo esta bonita passagem ficou esquecida em algum canto da minha memória, mas na última quarta-feira, quando presenciei o pontapé inicial do projeto Quilombar, esta frase emergiu imediatamente do esquecimento.

O projeto Quilombar, criado pelo procurador-geral de Nova Iguaçu, o Sr. Augusto Werneck, em parceria com a EDUCAFRO, é um programa de identificação, demarcação e titulação fundiária de terras ocupadas por remanescentes de quilombos. Os quilombos eram os locais de refúgio dos escravos negros brasileiros e representaram uma das mais importantes formas de resistência à escravidão. Localizavam-se em regiões afastadas, embrenhados nas matas, e os núcleos se transformaram em prósperas aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e ao comércio.
Não é de se espantar que muita gente se surpreenda com a ideia de que existem quilombos ainda nos tempos de hoje. Quando aprendemos história na escola, tudo que estudamos é uma visão eurocêntrica, criada em um sistema educacional já programado há décadas. O resultado disto é que voltamos nossos olhos cada vez mais para a princesa Isabel que para os escravos. Neste ponto, onde nossa visão se direciona involuntariamente para um novo aspecto social, começamos a nos distanciar, ao invés de mergulhar a fundo na história do nosso povo.

Os quilombos que permaneceram têm grande valor histórico para o Brasil e os quilombolas, os habitantes desses quilombos, trazem em sua própria história uma herança cultural imensurável e digna de maior observação e respeito. O projeto Quilombar, criado em Nova Iguaçu, tem a missão de ser o início desta virada de mesa. “Quilombar! É um verbo neolítico que está no imperativo, é o nome do nosso projeto”, disse frei David Santos, fundador da EDUCAFRO. Frei David é um dos maiores defensores das causas negras do Brasil. Firmou parceria com a procuradoria-geral e idealizou o programa, que agora será oficializado. “É só o início de algo muito maior que nós e esperamos que cresça e seja abraçado por outras prefeituras e o nosso dever neste projeto é não deixar que se esfrie o entusiasmo da prefeita para com o programa”, explica.

Frei David acredita que o “Quilombar” é um resgate cultural da nossa própria história. E foi este entusiasmo e a fé que pus em sua convicção, tomando-a como minha a partir do momento em que conversamos, que me fez lembrar a poesia que iniciou este relato. Conhecer a si mesmo é o primeiro passo para o progresso. Os quilombos e quilombolas existentes em Nova Iguaçu fazem parte da nossa cultura e fazem parte de toda uma história que não se pode deixar esquecer.

2 Comentários:

Crixlaine Lima Silveira disse...

É mesmo surpreendente o fato de ainda existir quilombos nos dias de hoje, principalmente século 21! Mas assim como quilombos, ainda existe o preconceito, a maldade a crueldade, a fome, a seca e não podemos tapar os olhos para isso.
Mas o projeto Quilombar criado em Nova Iguaçu está aí para mudar essa realidade, pois os habitantes de Quilombos, assim como nós tem suas vidas, suas culturas, suas histórias, e merecem todo o nosso respeito, e este projetp é só o ínicio de muitas novas idéias que apareceram!

Crixlaine Lima Silveira disse...

É mesmo surpreendente o fato de ainda existir quilombos nos dias de hoje, principalmente século 21! Mas assim como quilombos, ainda existe o preconceito, a maldade a crueldade, a fome, a seca e não podemos tapar os olhos para isso.
Mas o projeto Quilombar criado em Nova Iguaçu está aí para mudar essa realidade, pois os habitantes de Quilombos, assim como nós tem suas vidas, suas culturas, suas histórias, e merecem todo o nosso respeito, e este projeto é só o ínicio de muitas novas idéias que apareceram!

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