por Marcelle Abreu
Por que não ajudar as pessoas sem que uma tragédia tenha acontecido? Por que não ajudar sem saber a quem? Já parou pra pensar nisso? As pessoas em sua maioria só saem de casa para fazer algo em prol do outrem quando esse é seu parente, conhecido ou se a causa estiver na mídia. Será que ajudam por serem bons ou por passar a imagem de que o são?
Precisamos repensar nossos propósitos nessa vida. “O que somos? O que levamos daqui? Será que estamos vivendo da maneira correta? Será que estamos fazendo nosso papel? Com meu pai internado no hospital eu pude perceber muita coisa que antes não era claro pra mim”, conta Félix Milesi, 27 anos e estudante de comunicação social.
Vendo o pai internado e precisando de doação de sangue, Félix, que é doador desde os 18 anos viu sua rede na internet como uma fonte de doadores. Com uma média de 900 amigos no Facebook, não pensou duas vezes antes de usar a rede para ajudar seu pai e ainda outras pessoas que fossem precisar. “Todos os dias tem alguém precisando de doação. Tem um senhor internado junto com meu pai que usa duas bolsas de sangue por dia, fora outros casos que pude observar estando com meu pai nesses 60 dias. É muita gente que precisa, e a busca por esse sangue é feita nos quartéis, já que muitos não doam por preguiça, por não ver o quão importante é, dentre outros motivos. Enfim, foi numa dessas buscas no quartel e na época estava servindo que comecei a doar e nunca mais parei e hoje estou aguardando o resultado para poder doar minha medula para um menininho que está precisando”.
Félix teve alguns problemas ao contactar sua rede para encontrar doadores. Alguns se sentiram mal com seu nome em uma lista que buscava doadores e era através do próprio Facebook, e-mail e até por telefone que recebeu alguns não. “Eu mandei mensagem para todos, não liguei de ter em minha rede pessoas públicas que pudessem achar ruim. Eu não pensei nessa hipótese, mas entendo o lado deles e as mensagens não deveriam ter tido aquele resultado. Houve algum problema no Facebook que fez com que todos pudessem ver as respostas que deveriam ser apenas enviadas a mim e com isso o problema foi aumentando e eu tive que entrar em contato com o sistema deles pra poder tentar solucionar, agora nem eu consigo acessar as mensagens. Mas algumas dessas pessoas até doaram, apesar de terem negado”.
Ao todo, 180 pessoas aderiram a sua campanha em prol do pai. Um resultado um pouco surpreendente devido aos problemas na divulgação da campanha, mas ele também usou do Twitter e Orkut para tal. Seu pai hoje está bem e se recuperando aos poucos. Continua internado, mas lúcido e hoje Félix se vê fazendo algo que era papel de seu pai em sua infância. Asmático, passou grande parte da infância dentro de hospitais e seu pai levava livros e quadrinhos com a intenção de entretê-lo e hoje quem leva os livros é ele.
A internet está sendo vista com uma forte ferramenta para se alcançar interesses pessoais, sejam esses para suprir necessidades como o caso acima ou para obter algo que possa estar fora da realidade devido à situação financeira, ainda mais quando se trata de jovens universitários que andam sempre precisando de verba.
Um caso que anda revolucionando as redes sociais é o da nossa querida amiga de trabalho Jéssica de Oliveira, a Déh. Ela, que completou 19anos no último sábado, resolveu fazer uma campanha para conseguir um presente de aniversário, mas não seria qualquer presente e sim um notebook. Exigente ela, não? Mas como o próprio nome dado a campanha “60 por 1”, ela não pediu nada fora do alcance das pessoas que fazem parte da sua rede. “Se cada pessoa der R$15 eu consigo o dinheiro suficiente para comprar o notebook que eu quero. Não é querer e sim precisar. O meu computador está uma droga e eu só quero um notebook, pois vai me ajudar bastante na hora de estudar, escrever as matérias, já que estudo longe e ele me permitiria carregá-lo. E eu não quero um super notebook, desde que tenha word eu fico feliz, não vou jogar CS nele não, juro”, esclareceu ela em nossa ultima reunião, aproveitando um momento de distração.
A ideia da campanha surgiu em meio à notícia de que sua tia casaria no dia do seu aniversário. Ela já não poderia mais comemorar e seus pais ainda seriam padrinhos e com isso nada de presentes caros. Como ela não é nem um pouco boba, resolveu pedir aos amigos um presente e se eles a considerassem merecedora de tal a dariam. No Facebook até marcado como evento a campanha foi, sendo essa encerrada no dia do 07, mas sua meta não foi atingida e agora a pergunta é “Devo estender a campanha até o final do mês?” e será. “Já tenho R$200 na minha conta e de promessa chega a R$500. Vou aguardar que as promessas sejam concretizadas e acredito que até o final do mês outros possam aderir a minha campanha”.
Jéssica trouxe com ela outras seguidoras, Hosana Souza e Dannielles Heringer, que também são companheiras de trabalho. Hosana se vendo precisando de um dinheiro a mais, resolveu rifar seu celular e nada melhor que usar sua rede para divulgar, assim economizaria no tempo e as pessoas poderiam escolher o número por ali mesmo. Viva a era digital. Já Dannis, que adora uma festa, viu a ideia de Jéssica sendo bem utilizada na arrecadação de verba para sua festa de aniversário. “Eu sempre faço coisas no meu aniversário. Tenho ele como algo muito precioso e então o Igor, integrante da Banda Cretina, me deu a ideia de fazer na Áudio Rebel, mas eu não tinha um centavo e resolvi aderir à ideia da Jéssica”, explica.
As bandas estão aderindo à campanha. “Estamos tentando fechar com a Spllash, mas são planos, se eu conseguir o dinheiro até dia 10, sendo meu aniversário dia 30 de maio, pelo menos a confirmação dinheiro, pois esse pode vir no dia mesmo, então eu vou fazer a festa no dia 4 de junho”.
A campanha que se chama “45 por 1” tem a finalidade de arrecadar R$5 de 45 pessoas, que entrarão de graça. No dia, a pessoa terá que comprar o ingresso a R$15 ou R$12, caso esteja na lista amiga. “Quem aderir eu sei que se importa realmente com a bebedeira ou comigo”.
Assim como eles, tenho certeza que outros vão aderir a esse tipo de campanha. Afinal, o que as pessoas têm a perder? Elas podem até deixar de ganhar, mas perder? E ainda tem a questão da cara de pau, onde com a internet a coragem é muito maior quando se trata de pedir. “Acho que esse negócio de pedir dinheiro pela internet, mesmo sendo na cara de pau, não te constrange tanto quanto fosse pedido pessoalmente. Eu sou tímida pra certas coisas e não teria coragem de pedir pessoalmente, só pra quem é meu amigo de verdade e tem pessoas que eu nunca vi na minha vida aderindo ou clicando no "talvez" encerra Dannis.
Sugestão de sites:
Veia Social, onde você encontra um banco de sangue, caso precise.
Vakinha, onde você pode conseguir pessoas para ajudar no seu “presente”. Vale a pena conferir.
3 Comentários:
Mandando ver Dannis, ótima matéria.
Muito legal essa matéria.
Atualmente as redes sociais tem sido muito utilizadas para campanhas de doação de sangue, orgãos, encontrar família de pessoas desaparecidas e outras finalidades filantrópicas.sinceramente #euapoio.Acho que cada um ajudando um pouquinho a gente pode mudar muita coisa, não é mesmo?!Parabéns aos autores da matéria e aos que tem participado dessas campanhas.
parabéns gostei da matéria, sempre que precisar e so me contactar
Félix Milesi
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