Cultura da mudança

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

por Raphael Teixeira


O secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu, o escritor e cineasta Marcus Vinicius Faustini, participou do lançamento da Frente Parlamentar para a Reforma da Cultura, presidida pelo deputado Alessandro Molon (PT), na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, que luta pelo aumento de verbas destinadas à cultura. A primeira reunião aconteceu na terça-feira da última semana, na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ). Seu principal objetivo é garantir que 1,5% da receita estadual seja destinada à cultura.

Em um discurso inflamado, Faustini ressaltou a importância da cultura ser vista como processo e não apenas como espetáculo. “Não podemos pensar que o espetáculo final é todo o objetivo da cultura. Na cultura onde o processo se dá de forma integral é possível de fato transformar a vida das pessoas. Queremos com cultura mobilizar um bairro, uma comunidade, a cidade inteira”, enfatizou, explicando que o processo de transformar a pessoa através da cultura é mais valioso que colocá-la em um papel principal de uma peça teatral, por exemplo. “O processo é capaz de mudar a vida das pessoas. O espetáculo é pontual”.

História de um povo

O deputado Alcebíades Sabino (PSC), que também faz parte da frente, demonstrou os números da falta de recursos. “Em 2009, o estado previu uma verba de R$ 186 milhões de reais para a cultura, mas até o mês de setembro apenas R$ 98 milhões foram usados para que políticas públicas pudessem contemplar todos, capital e interior do estado”, ressaltou o deputado.

A cantora Sandra de Sá, uma das integrantes da mesa organizadora do evento, ficou emocionada com a presença de tantos artistas na Alerj, que ela jamais imaginou. “É um momento histórico”, disse ela, para quem a cultura é a vida e a história de um povo. “Devemos nos queixar menos e fazer mais”.

O acolhimento da causa da cultura deixou esperançoso o rapper MV Bill, que iniciou essa discussão em seguida aos problemas que teve com a CPI da Petrobrás, durante a qual foi flagrado comprando notas fiscais para burlar o fisco. “Isto ajuda a promover, de forma coletiva, a transformação social. A pessoa que faz cultura não pode ser marginalizada”, afirmou o rapper. “Ao contrário, ela deve ter mais suporte do estado. Esta frente é, definitivamente, mais um importante passo da longa caminhada a favor da cultura.”

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