Poesia negra

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

por Jefferson Loyola


O cansaço e a felicidade se misturavam no rosto da professora de história Maria do Carmo Gregório na noite da última quinta-feira, enquanto autografava "Solano Trindade: O Poeta das Artes do Povo". "Não esperava que minha dissertação de mestrado do PPHGHIS/UFRJ, concluída 2005, um dia virasse livro", conta ela, que ainda não se acostumou com o número de solicitações para participar em eventos desde que lançou seu primeiro livro. Publicado em uma parceria entre o CEAP e a Petrobrás, a obra vai ser usada como referência para um concurso de redação sobre o autor.


Solano Trindade entrou na vida da professora como uma decorrência natural de sua militância nos movimentos sociais, dos quais participa desde seus 13 anos. “Comecei a militar com movimentos sociais a partir da igreja católica e logo depois, não sei bem o motivo, mas me filiei ao PT e com a igreja juntei movimento social com a política”, lembra.

Professora há 16 anos, Maria do Carmo trabalha em escolas munic
ipais e estaduais, e também dá aulas em uma faculdade particular. Mas foi ao se tornar missionária em uma comunidade negra que começou a construir sua identidade negra. "Lá tinha uma perspectiva ecumênica, inclusive com religiões afro-brasileiras, com igrejas protestantes, católicas e com alas progressistas das igrejas cristãs", lembra a autora.

O livro devia ter sido lançado no ano passado, durante as comemorações do centenário de nascimento desse que foi um dos primeiros intelectuais brasileiros a conciliar a militância política com a luta pelos direitos do negro. "O projeto foi adiado por falta de verbas", conta Maria do Carmo. "Solano Trindade, o Poeta das Artes do Povo" trata somente a parte poética da vida de Solano e sua atuação no teatro popular. "A poesia registra fatos de sua vida, se tornando caminho para sua história", explica a autora.

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