por Jefferson Loyola e Michelle Ribeiro
No entanto, a união dos monitores do Mais Educação, mediadores da SEMCTUR e dos próprios professores conseguiu resolver quase todos os problemas surgidos ao longo do processo de ensaio das peças e coreografias apresentadas pelas crianças. Até mesmo as crianças mostraram boa vontade e espírito de cooperação, sacrificando-se para cobrir faltas de última hora. O único problema que não conseguiram resolver foi o CD com as músicas utilizadas na culminância, cujo atraso quase comprometeu toda a programação.
A apresentação de língua portuguesa foi baseada no conto “A corrida do sapo e do coelho”, de Camara Cascudo. As crianças, pais e professores deram boas gargalhadas com o sapo e o coelho monitorado através de uma tela de televisão por Lucas de Oliveira e por Matheus Lima, 9 e 11 anos, ambos do 4º ano. A televisão foi confeccionada pelas mediadoras de cultura Viviane e Cristiana. Já os sapos que enfeitavam a mesa foram confeccionados em garrafa pet pelos alunos da escola.
Lucas, que só entrou na peça por causa da falta de um dos alunos, descobriu a riqueza de Câmara Cascudo dentro da sala de aula. Foi essa mesma professora quem o chamou para cobrir a ausência de um de seus colegas. “Aceitei na hora”, conta ele. A correria dos ensaios, feitos na manhã da própria culminância, deixaram Matheus inseguro. “Fiquei com medo de errar alguma fala, pois não havia ensaiado direito”, admite o menino.
A apresentação de cultura matemática foi baseada no conto “O homem que calculava”, de Malba Tahan. Mas a história foi adaptada para a realidade das crianças, como lembra a mediadora Rita de Cassia, 46 anos, que transpôs a história para o universo da periferia carioca. “Não adianta falar da Arábia, se eles vivem na favela”, explica a mediadora. “Tem que trazer a Arábia para dentro da favela, para dentro da Baixada”. O trecho de “O homem calculava” mostrava o assalto de que Beremiz Samir foi vítima, durante o qual resolve os problemas da divisão dos pães.
Em seguida, cinco meninas, com roupas simbolizando a Arábia, fizeram a dança dança do ventre, considerada sagrada pelas mulheres. Três das cinco meninas já conheciam a dança do ventre, mas as outras duas estavam entrando em contato com esse universo naquele momento. Embora não dançasse há 15 anos, a mediadora Rita de Cássia coordenou três ensaios rápidos para ajudar as crianças a mostrarem a cultura, a vida, os sentimentos e a música de uma região complexa como a Arábia de Beremiz Samir. “Isso é o amor pelo que faço”, conta a mediadora. “As meninas precisavam de ajuda e mesmo não sabendo dançar, usei meu jeito para tentar ajudá-las e prosseguir com a apresentação”, revela.Um dos destaques da dança de ventre foi Clarissa Barbosa da Silva, uma aluna de 9 anos do 3º ano. “Sou uma dançarina e quis dançar”, conta a aluna, que dança desde os seis anos.
A Escola Municipal Monteiro Lobato voltará a promover uma nova culminância na próxima sexta-feira, 11 de dezembro, mas dessa vez com atividades voltadas para o contexto natalino.
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