Pontos de vista

segunda-feira, 28 de junho de 2010

por Hosana Souza



O filme "Janela da Alma" debate as necessidades especiais ligadas à visão e os portadores da mesma na sociedade moderna; contudo, mais do que a retratação do que é a deficiência visual ou do cotidiano de pessoas portadoras de deficiência visual, o documentário nos leva à reflexão do que é verdadeiramente ver.



O documentário dirigido pelos brasileiros João Jardim e Walter Carvalho apresenta ao público dezenove personalidades no cenário mundial que possuem diferentes graus de deficiência visual, desde a miopia discreta ate à cegueira total. Estão entre eles o escritor e Prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo e o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros.

Os convidados falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo, fazem revelações pessoais e inesperadas, debatendo sobre vários aspectos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso dos óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver nesse mundo sobrecarregado de imagens e principalmente a importância das emoções como o elemento transformador da realidade, que nunca será a mesma para todos.

"Janela da Alma" não é em nenhum momento um desperdício de imagens - até o silêncio tornou-se por diversas vezes pertinente e interessante; por diversos momentos é provocativo - partindo do nome - com sua confusão de imagens que são focadas, desfocadas, cortadas e refocadas durante o filme. Com um final surpreendente o documentário traz como grande diferencial o fato de que não lhe dará respostas, muito pelo contrário leva o espectador do filme à reflexão do que seria realmente ver, e mais ainda, se tudo o que vemos enxergamos.

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