por Marcelle Abreu
Crítica Áurea
Um curta que mistura ficção e documentário, que surgiu a partir de uma noite num bar em que o diretor Zeca Ferreira havia ido curtir. Tudo mudou ao se deparar com Áurea, que, para muitos, é uma cantora anônima, mas, para ele, uma curiosidade. O curta foi inspirado na verdadeira Áurea.“Ela é como uma ave em extinção no universo da noite”, diz o diretor. “Ela é uma cantora que mesmo não tendo reconhecimento faz seu papel como ninguém”.
Como muitos bares no Centro do Rio, não há camarim onde ela se apresenta. A maioria dos cantores noturnos, inclusive Áurea, tem que se arrumar em qualquer canto, até mesmo na cozinha. “A noite é uma escola, você trabalha com as pessoas e o clima que tiver na hora, não há roteiro, é preciso saber fazer. E eles também têm a obrigação de fazer de maneira que agrade o público, que é pequeno porém fiel”, afirma.
Ao final da noite, os cantores retornam para suas casas muitas vezes de Kombi ou de ônibus, retratado no curta pela própria Áurea, que canta “Festa acabada, músicos a pé”. Outro curioso detalhe, que instigou a curiosidade do autor, foi que a primeira música que Zeca Ferreira ouviu de Áurea foi justamente esta que retrata a realidade das noites cariocas. “Muitos não percebem essas pessoas. Por muitas vezes, eu as ignorei, mas Áurea me levou a conhecer mais dela, mais do que é a verdadeira vida noturna”, encerra.
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