por Nany Rabello
Crítica Sonhos Roubados
Crianças que não podem ser crianças, adolescentes que não têm a chance de agir como tal. É sobre essas meninas o filme “Sonhos Roubados”, de Sandra Werneck: três amigas, Jéssica, Sabrina e Daiane, que vivem na periferia do Rio de Janeiro e se prostituem para conseguir dinheiro.
Jéssica é mãe, aos 17 anos, e 'trabalha' para conseguir sustentar a filha e o avô, com quem mora desde que sua mãe morreu. Passa por sérios problemas quando o pai da menina tenta tirar a guarda da filha dela. Sabrina foi expulsa da casa da mãe, não sabe quem é seu pai e leva essa vida para conseguir dinheiro, mas acaba se apaixonando por um bandido, de quem engravida, e acaba sendo abandonada por ele. Daiane, de apenas 14 anos, é violentada pelo tio, com quem vive. Sua mãe sumiu e a deixou com a irmã de seu suposto pai, que nunca reconheceu a menina como filha. Ela conhece a dona de um salão de beleza e passa a aprender e trabalhar com ela para conseguir dinheiro e não ter que se prostituir.
O filme mostra cenas dramáticas, realistas e divertidas, sobre a vida que essas meninas levam e o dia-a-dia do lugar onde moram. Um filme que tem uma trama diferente da esperada para filme de periferia: não tem tráfico, violência e/ou pornografia explicita como tema principal. Mostra a realidade de um jeito leve e lindo, mesmo mostrando o quanto ela pode ser triste. E com uma trilha sonora perfeita.
Meninas que estão sempre buscando sorrir, sempre tentando não parar de sonhar. Um filme com um final em que a vida continua, como deve continuar. Em que os sonhos não se realizam, mas também não morrem. Onde meninas tentam continuar sendo apenas meninas, apenas vivendo a vida.
Assista o teaser:
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