por Michele Ribeiro
De 15 a 21 de abril Nova Iguaçu realiza a terceira edição do Iguacine, o festival de cinema da Baixada Fluminense. Essa edição está sebdi norteada pelo tema “Circulando pelas Imagens”, como forma de articular os produtores da Baixada Fluminense com o Brasil. O evento tem como palcos a Escola Livre de Cinema, em Miguel Couto, e o Espaço Sylvio Monteiro, no Centro de Nova Iguaçu, com programação gratuita.
Na abertura, ontem à noite, a exibição do material promocional de “Cinco vezes Favela” – “Agora por nós mesmos”, apresentou as cartas do festival. Projeto coordenado pelo cineasta Carlos Diegues, o filme reúne curtas-metragens de jovens realizadores vinculados aos projetos Nós do Morro, Observatório de Favelas , Cufa, AfroReggae e Cidadela. Ontem, eles estavam particularmente eufóricos porque haviam tomado conhecimento de que o filme havia sido selecionado para a Mostra Paralela de Cannes, o festival de cinema mais charmoso do mundo. Foi por causa do seu compromisso com o cinema da periferia que o diretor e produtor Cacá Diegues foi homenageado pelo festival.
Criada a partir da união entre jovens de várias favelas do Rio de Janeiro, a CUFA (Central Única das Favelas) é uma organização sólida, reconhecida nacionalmente pelas esferas políticas, sociais, esportivas e culturais que tem no hiphop sua principal forma de expressão, mas também servir como ferramenta de integração e inclusão social. Já o Grupo Cultural AfroReggae foi criado para transformar a realidade de jovens moradores de favelas utilizando a educação, a arte e a cultura como instrumentos de inserção social. Coordenado com mão de ferro por José Júnior, o projeto utiliza atividades artísticas, como percussão, circo, grafite, teatro e dança, para tentar diminuir os abismos que separam negros e brancos, ricos e pobres, a favela e o asfalto.
Enraizados
O III Iguacine criou uma mostra para discutir o trabalho feito por esses projetos sociais, exibindo dez filmes de diversos cantos do Rio de Janeiro e do país na manhã de sábado, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. Há projetos lugares remotos como a Oficina Cine Tela Brasil do Amazonas, cujos alunos mandaram o “Liberdade, mas nem tanto”. Nova Iguaçu também estará representada nessa mostra, com o filme “Realidade dos Jovens”, de Fabrício Barbosa, doEnraizados, de Comendador Soares.
O júri da Mostra de Projetos Audiovisuais contará com a participação das professoras da rede municipal de Nova Iguaçu, que em seguida à exibição dos filmes debaterá as questões levantadas na sessão do sábado às 11h com Cleia Silveira, coordenadora do Serviço de Análise e Assessoria a Projetos, mais conhecido como SAAP.
Outro sinal do compromisso social do III Iguacine está na homenagem à Furacão 2000, por ter feito um dos primeiros registros audiovisuais do funk carioca.
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