Maldita gota

sexta-feira, 16 de abril de 2010

por Tony Prado/Fotos Rômulo Baptista


Com muito talento e irreverência, o curta “O que vai ser?” ganhou destaque na captação de risos dos espectadores do III IGUACINE. O curta captou os olhares curiosos ao acompanharem o dilema, aparentemente crucial, com a “importantíssima” decisão entre a sede e a necessidade do “xixi da madrugada”.

O filme gira em torno da noite de sono de Pierre (Vitor Lopes), que precisa encarar o dilema entre diversos fatores. O mais curioso foi a confissão de muitos espectadores ao se identificarem com o personagem, quando ele diz que não consegue utilizar o banheiro se houver a mínima distração e anuncia que precisa criar seu “Lugar Feliz” para poder se concentrar em fazer sua simples necessidade fisiológica de xixi, com direitos a balões vermelhos e tudo.

Eis algumas das expressões ouvidas durante a exibição do curta. “Eu sei exatamente como ele se sente”, diziam uns. “Realmente, se houver alguém por perto, mesmo sem ver, eu não consigo”, confessavam outros.

Arracando risadas verdadeiras, o curta abordou um tema simples do cotidiano com seu lado mais humorístico e deixando na memória o jargão “maldita gota” como uma lembrança gostosa da irreverente obra dirigida por Getulio Ribeiro. Esse curta será longamente saboreado com as maravilhosas risadas e aplausos marcados na memória e na arte.

O produtor por ele mesmo

por Vinícius Tomas/ fotos Rômulo Baptista


Mais uma vez no Iguacine e mais uma vez homenageado, Cacá Diegues conversou com o culturani sobre o novo "Cinco vezes Favela, agora por nós mesmos".

Por elas mesmas

por Luz Anna


E começou a 3ª edição do Iguacine, o único festival audiovisual realizado na Baixada Fluminense!

O pontapé inicial para essa jornada de arte e cultura foi dado ontem à noite, que ficará marcada para todo o sempre nos anais do Espaço Cultural Sylvio Monteiro. Com a presença de nomes consagrados como os cineastas Cacá Diegues e Jorge Duran, o Iguacine atraiu ainda os sete diretores que participaram da produção do "Cinco Vezes Favela - Agora por nós mesmos", que estavam em estado de graça com a indicação do filme para a Mostra Paralela de Cannes, o festival de cinema mais charmoso do mundo.

Um chileno bom de filme

por Dannis Heringer

"Eu não queria sair do Chile porém, fui preso e era casado com uma brasileira, consequentemente tive que sair": Após essa frase, Jorge Durán deu uma entrevista exclusiva sobre sua vida. Seus textos não sofrem nenhum tipo de influência sobre o que ele passou na Ditadura Militar. "Na verdade meus textos falam sobre amor, companheirismo, familia e amizade".

Quando ele chegou aqui ficou três meses sem trabalho, logo após conseguir um foi para a Bahia, onde conheceu o diretor Hector Babenco. O mesmo é Argentino radicado também no Brasil. "Foi mais fácil com ele, pois ele falava a minha língua" afirma o roteirista. Durán afirma que foi muito complicado no inicio em relação a escrever os roteiros, no inicio ele comprou um dicionário e fazia os textos e logo após pedia para alguém revisar, o que acontece até hoje. "Não gosto muito de falar sobre isso, foi uma época dificil da minha vida", disse-me Durán.

Doutor Mendigo

por Nany Rabello

O filme de Mário Bonnim já começou chamando atenção cedo. Antes da Mostra Competitiva da Baixada começar a ser apresentada no teatro do Espaço Cultural já haviam dois 'mendigos' ansiosos para assistir ao filme. Dois amigos que vieram caracterizados “em homenagem aos nossos amigos mendigos da Baixada”, como eles mesmos disseram.

O filme faz uma forte crítica à atitude de pessoas que se negam a ver  qualquer coisa por outro ponto de vista. Conta a história de um mendigo que vive nas ruas de São João de Meriti e se diz um artista, mesmo que seu violão só tenha três cordas. Ele conhece pessoas que o julgam um vagabundo, outras que o julgam maluco. Mas também conhece pessoas que o tratam bem, apesar da sua aparência. Há por fim a Bete, uma moradora de rua que divide com ele sua comida e seus sonhos.

Suicídio inverossímil

por Renato Acácio


A Mostra Competitiva da Baixada do III Iguacine terminou com a exibição do  filme "Paula", produzido pela Escola de comunicação da UFRJ, a ECO, do diretor Leonardo Nunes.

O curta-metragem retrata a decisão de uma jovem, Paula, de cometer suicídio. Ao planejar a execução do seu desejo mais íntimo, ela convoca uma equipe de vídeo para documentar os motivos que a levaram a tomar essa decisão e também se justificar perante a sociedade e a sua família.

Quem faz acontecer

por Felipe Branco



Que o Iguacine está rolando todo mundo já sabe, mas poucos sabem como e por quem está sendo feito. Na tarde de quinta-feira, o segundo dia do Iguacine, conhecemos alguns dos que fazem acontecer o festival organizado pela Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. São pessoas aparentemente comuns, mas não se deixe enganar pela aparência, pois são pessoas que de alguma forma contribuem para proporcionar um excelente evento ao público.

“Gosto da parte prática da produção”, explica Luciano Pires, de 20 anos, um dos responsáveis pela produção do evento e ex-aluno da Escola Livre de Cinema. Gente como Luciano é do tipo que gosta de “por a mão na massa”, ficar andando para lá e para cá ajudando no que for necessrio e resolvendo todo tipo de problema. Algo pareceido com o que faz Carlos Eduardo da Silva, de 24 anos, que está na recepçao do evento. “Já sou antigo na escola e tenho grande facilidade para receber e orientar os espectadores”, conta. Ele é oficineiro e aula de produção cultural em um ponto de cultura, no Jardim Alvorada.

Leandro Souza de 28 anos e Carol Barros de 20 são dois ex alunos e participam do Festival tanto no filme Parô, de Leandro com fotografia e figurino de Carol, quanto na receptiva dos convidados, apresentando a eles o projeto, a cidade e o evento em si. Outro é o professor Diego Bion de 25 anos que já está na Escola a 3 anos. Ele é um dos responsáveis pelo registro do evento, produzindo o making of deste 3º Festival. Desde o primeiro dia ele faz filmagens e entrevistas do público, dos convidados e dos participantes.

O evento contou no final da manhã e até as 14h com a Mostra Bairro Escola, com os filmes "Bem se paga com o bem"; "O velho ambicioso"; "Mata sete" e "O mendigo rico" produzidos pelos alunos da Escola Livre de Cinema, como Jonathan Lacerda de Jesus de apenas 14 anos, que estão a 4 na Escola. Jonathan apresentou a mostra aos alunos do Bairro Escola tecendo comentários e explicações sobre as obras apresentadas. Questionado sobre o que pretende para o futuro, responde: “Quero ser diretor.” Bem, depois de 4 anos na Escola Livre de Cinema e já fazendo apresentações sobre os filmes, por ele mesmo também feitos, com apenas 14 anos, não duvide que em breve todos saibam de suas obras.

O que vai ser?

por Robert Tavares

 Acabou de ser exibido no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro o tão aguardado curta-metragem "O que vai ser?", com direção de Getulio Ribeiro e tendo o já conhecido Vitor Lopes no papel de Pierre (personagem principal).
O filme narra o "drama" do protagonista que passa o tempo pesando se deve ou não ir ao banheiro. E através desse fato conhecemos melhor seus tiques e manias.
Getulio e toda sua equipe deram um verdadeiro show no quesito direção de arte. Com inflências como "O Fabuloso destino de Amelie Poulain", abusaram de cores fortes e tiveram o balão de gás hélio (vermelho, que fique claro), como elemento principal. Aliás, estes mesmos balões foram distribuídos para os presentes, fazendo com que todos voltassem a ser crianças por algumas horas.


Teaser do filme "O que vai ser?":





Compromisso social

por Michele Ribeiro


De 15 a 21 de abril Nova Iguaçu realiza a terceira edição do Iguacine, o festival de cinema da Baixada Fluminense. Essa edição está sebdi norteada pelo tema “Circulando pelas Imagens”, como forma de articular os produtores da Baixada Fluminense com o Brasil. O evento tem como palcos a Escola Livre de Cinema, em Miguel Couto, e o Espaço Sylvio Monteiro, no Centro de Nova Iguaçu, com programação gratuita.

Na abertura, ontem à noite, a exibição do material promocional de “Cinco vezes Favela” – “Agora por nós mesmos”, apresentou as cartas do festival. Projeto coordenado pelo cineasta Carlos Diegues, o filme reúne curtas-metragens de jovens realizadores vinculados aos projetos Nós do Morro, Observatório de Favelas , Cufa, AfroReggae e Cidadela. Ontem, eles estavam particularmente eufóricos porque haviam tomado conhecimento de que o filme havia sido selecionado para a Mostra Paralela de Cannes, o festival de cinema mais charmoso do mundo. Foi por causa do seu compromisso com o cinema da periferia que o diretor e produtor Cacá Diegues foi homenageado pelo festival.

Era uma primeira vez...

por Nany Rabello



Nenhuma criança gosta de acordar cedo pra ir à escola, mas nenhuma delas se importa com isso se for pra viajar por um mundo que não conhece. Hoje algumas crianças tiveram a oportunidade de assistir pela primeira vez a um filme em tela de cinema. São os alunos das oficinas dos pontinhos de cultura, como a oficina de Cultura e Turismo realizada em Tinguá, no Colégio Iguaçu Velho, pela mediadora Erica Braga, que fez questão de trazer suas crianças para o evento.

“Eles aprendem sobre a cultura histórica da cidade e nem têm a chance de conhecer os locais importantes de Nova Iguaçu. Quando descobri o Iguacine, entrei em contato com a Escola Livre de Cinema e consegui um jeito de trazer as crianças pra cá, não só pra verem um lindo filme produzido por crianças como elas como para conhecerem um local qeu faz parte da cultura da nossa cidade, e de história dela”, conta a oficineira.

As crianças assistiram a um filme produzido pelos alunos da Escola Livre de Cinema especialmente para o evento, e adoraram. “É engraçado, eu ri o tempo todo”, conta Mariana Iasmim, de 10 anos. Seus amigos Eduardo dos Santos e Paulo Marcos, de 12 anos, Fabricia Resende e Karolaine dos Reis, de 10 anos, e Joane Veloso, de 9 anos, concordam. “Faz frio lá dentro. Eu gostei por que nunca tinha ido”, conta Paulo. As crianças já fizeram outros passeios antes mas, segundo Fabrícia, esse foi o melhor. “A gente foi até em uma biblioteca uma vez... Foi legal, mas eu prefiro ver filme!”

O cineasta de Cannes

por Carine Caitano

O Espaço Cultural Sylvio Monteiro estava lotado na quinta feira, dia 15 de Abril. O motivo? Abertura oficial do III Iguacine, Festival de Cinema de Nova Iguaçu. Na plateia, secretários de Cultura, oficineiros dos pontinhos, diretores, fotógrafos... O público é diversificado, afinal, aqui todo mundo é cultura. Dentre os presentes, Cacá Diegues, um dos maiores cineastas brasileiros. E ele trouxe sua turma: jovens, moradores de favelas, que trabalham com audiovisual.

Em 1961, Cacá gravou um dos episódios do "Cinco Vezes Favela", uma produção do CPC da UNE que conta, através de cinco histórias, a percepção que a classe média tinha dos moradores do morro. Agora, quase 50 anos depois do filme que consagrou Cacá Diegues, o longa “Cinco vezes Favela – Agora por eles mesmos” está no estágio final de produção. Para produzir o longa, Cacá recrutou sete jovens de favelas cariocas, que não se conheciam e começaram a trabalhar com cinema de diversas formas. Todos eles se inscreveram nas oficinas oferecidas por Cacá em várias favelas do Rio e hoje realizam o sonho de ter seu filme lançado em Cannes, o festival mais charmoso do mundo.

Entre eles está Rodrigo Felha. O câmera, que já trabalha com cinema há 10 anos, fala um pouco da produção, dos seus trabalhos anteriores e do preconceito.

Não se fala de outra coisa na cidade

por Renato Acácio

A abertura do Iguacine na noite passada foi um completo sucesso de público. O pátio e principalmente o teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro ficaram completamente lotados. Pessoas de todos os cantos e de todas as idades da cidade de Nova Iguaçu e do Rio de Janeiro compartilharam o mesmo espaço no evento, promovendo uma verdadeira diversidade cultural e diversidade de relações dessas diferentes pessoas com o cinema, as artes e o evento em si.

Tapetes mágicos

por Carine Caitano


Chego ao Espaço Cultural Sylvio Monteiro e percebo uma movimentação bem diferente da usual. Sempre com normalistas e jovens pesquisando na biblioteca recém-inaugurada, hoje o espaço está lotado de crianças. Elas são alunas das escolas municipais de Nova Iguaçu. Apesar da abertura oficial do III Iguacine ser apenas à noite, desde as 9 horas essas e outras crianças passaram pelo local, assistindo à contação de história e curtas-metragens produzidos pela Escola Livre de Cinema. O grupo Tapetes Contadores ficou responsável pela primeira parte e a os filmes exibidos, a partir dos contos de Câmara Cascudo, são produção dos próprios alunos.

Bons filhos à casa retornam

por Josy Antunes


Em 19 de agosto de 2009, o jovemreporter.blogspot publicou uma matéria que começava com a seguinte frase: “Está em processo de edição um curta-metragem que promete revolucionar a filmografia de Nova Iguaçu”. O texto descrevia a produção do curta-metragem “O que vai ser?”, cuja equipe era majoritariamente formada por ex-alunos da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu.

Oito meses depois, “O que vai ser?” se encontra entre os seis filmes que competirão essa noite, às 18 horas, na Mostra Competitiva Baixada, no III Iguacine. Em entrevista, o diretor e roteirista da obra, Getulio Ribeiro, e o estudante de cinema que atuou no curta, Vitor Lopes, falam sobre a exibição no festival e sobre a trajetória percorrida pelo antigo “grupo de amigos” que se tornou uma equipe de produção cinematográgica:

Música e cultura sem preconceitos

por Tonny Prado

O XNT é um projeto idealizado para informação sócio-cultural focado na projeção da mídia e comunicação, trazendo a divulgação de eventos musicais e cinematográficos, bem como informações semanais sobre atualidades na música, eventos, festas e clubes da noite carioca.

 
 
 
 
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