Cultura para todos!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

por Mayara Freire

Depois de sete pré-conferências em diferentes bairros de Nova Iguaçu, a tão esperada III Conferência Municipal de Cultura de Nova Iguaçu terá início hoje, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. Nos dias 23 e 24 de outubro, os secretários de cultura, membros do Conselho Municipal de Cultura e agentes culturais irão discutir propostas para o plano cultural do município, além de levantar questões para a II Conferência Nacional, que ocorrerá no próximo ano. A expectativo dos organizadores é que o evento atraia pelo menos 500 pessoas.

Depois da solenidade de abertura, prevista para as 9h30, cinco grupos serão formados para discutir os eixos temáticos definidos pelo Ministério da Cultura: Produção Simbólica e Diversidade Cultural; Cultura, Cidade e Cidadania; Cultura e Desenvolvimento Sustentável; Cultura e Economia Criativa, assim como Gestão e Institucionalidade da Cultura. Os trabalhos do primeiro dia devem terminar às 14h.

No segundo dia da conferência, cujos trabalhos irão das 9h às 18h, os grupos de discussão se dedicarão à cidade de Nova Iguaçu. Serão apresentadas as propostas discutidas nas pré-conferências para o Plano Municipal de Cultura e a Pauta Nova Iguaçu, além dos eixos temáticos da II Conferência Nacional de Cultura e os Sistemas Nacional, Estadual e Municipal. Ao final da conferência, terá o plenário final sobre as propostas discutidas, além da eleição dos Conselheiros Suplentes do município e a eleição de delegados para a Conferência Estadual de Cultura.

O secretário adjunto Écio Salles contou que, além da importância de promover discussões sobre cultura na cidade, o evento pretende dar amplitude à conferência nacional. “Temos uma expectativa da presença significativa dos delegados para a conferência. Queremos conseguir ter voz, mostrar nossas propostas, se afirmar como município e trazer mais investimentos”, afirma ele, que conta com a participação de todos os interessados em cultura na cidade. "Essa conferência é relevante para os militantes, dirigentes de organizações, artistas e o público em geral”.

Para participar, é aconselhável chegar ao local antes da abertura para fazer credenciamento.

Hummm! Que cheirinho de cultura!

por Fernanda Bastos e fotos por Edson Borges Vicente

Maria de Fátima da Silva, 52 anos, é cozinheira do CISANE há oito anos. Durante a pré-conferência do dia 20, ela manteve o café ao alcance de todos como um combustível para a discussão tão importante. Ao final, distribuiu deliciosos pastéis, cachorros quentes e canapés que desceram com refrigerantes geladinhos.

“Cheguei ao CISANE na época do ‘Sementinha da manhã’”, conta ela, que inicialmente trabalhou na ONG como voluntária e da qual eventualmente se afastava para procurar um emprego de verdade. Foi durante um período de desemprego que o hoje amigo Edilso Maceió a convidou para trabalhar.

Além de cozinhar para o CISANE, dona Fátima frequentou o curso de cabeleireiro da ONG e atualmente faz o curso de artesanato. “Entre todas as atividades domésticas, a que mais gosto é cozinhar”, afirma. Foi por causa desse prazer que ela chegou às 15h30min no CISANE, a fim de preparar o lanche servido para as cerca de 50 pessoas que marcaram presença na pré-conferência da última terça-feira. “Eu sirvo o lanche aqui e no espaço que tem lá em baixo”, revelou a cozinheira, que sente um prazer especial em servir os meninos e os jovens.

As oficinas do CISANE são divididas em turnos: manhã e tarde. Dona Fátima é a responsável pelo lanche dessa galerinha, para a qual serve de cachorro quente a biscoitos, passando por canapés, pastéis e bolos. Com tantos mimos, as crianças não costumam deixar de ir às aulas do CISANE.

Não deixem o hip-hop morrer

por Edson Borges Vicente


Os jovens Felipe Siqueira Tavares, 16 anos, e Jeferson Miranda da Silva dos Santos, 15 anos, marcaram presença na Pré-conferência Municipal de Cultura do Bairro Nova Era na última terça feira, dia 20. O objetivo dos dois era apresentar uma performance musical com canto e dança, mostrando a cultura Hip Hop no fechamento das discussões da conferência.

Felipe é rapper desde pequenininho. Mas a aposta em seu dom se deu no ano passado, quando se reuniu com o amigo Cristiano Miranda da Silva na escola para formar a dupla ‘Cristian e Siqueira’. Suas primeiras músicas foram compostas em homenagem às suas namoradas. Orgulhoso de ser poeta, ele sabe de cor a tradução de RAP (Ritmo e Poesia), e sonha ver sua música na boca da galera. Para isso resolveu ir à conferencia mostrar seu trabalho. Ele também é aluno da oficina de graffite do CISANE.

Felipe (ou Mc Siqueira) chamou o amigo Jéferson, que é irmão de Cristian, para ir à conferência de Cultura. “Vai ter uma parada de cultura e a gente pode mostrar o que a gente faz”, disse ele, que não quer deixar que a cultura Hip Hop morra em Nova Era. Para o rapper, muitas pessoas gostam de Hip Hop, mas falta apoio para os artistas. “Falta alguém que chegue e fale: ‘vamos fazer um projeto, apoiar a cultura Hip Hop aqui em Nova Era”, lamenta.

Leitura sagrada

por Edson Borges Vicente


Durante a Pré-conferência Municipal de Cultura do bairro Jardim Nova Era, ocorrida no último dia 20 no Centro Social Amigos de Nova Era – CISANE - muitos temas foram debatidos e propostas discutidas. Mas neste mesmo espaço de tempo a cultura fluía para além da teoria na biblioteca comunitária Zuenir Ventura. Foi no Projeto Ler pra Valer que as crianças ficaram enquanto seus pais participavam da conferência, degustando maravilhosas contações de histórias.


O projeto nasceu através de um edital do Instituto C&A, no qual duas estagiárias do Centro de Referência em Assistência Social – CRAS – de Nova Era apostaram: Renata de Barros Oliveira Maracajá e Renata Brum. Renata Brum é assistente social e também atuou como orientadora social do Projovem Adolescente. Foi ela quem chamou Renata Barros para, juntas, montarem o projeto.

Formada em pedagogia, Renata Barros ficou com a responsabilidade de coordenar o projeto Ler pra Valer ao mesmo tempo em que trabalhava no CRAS. Dada a dificuldade de conciliar os dois projetos, a pedagoga resolveu ficar apenas no CISANE. Com um histórico significativo em ações sociais, ela fez parte do Pré-vestibular para Negros e Carentes de Cabuçu – o PVNC – antes de ingressar na faculdade de Educação.

Junto e misturado

por Lucas Lima
Uma das pontas mais visíveis do programa Bairro Escola é o Escola Aberta, um projeto do Ministério da Educação que funciona também em 65 municípios de dez estados brasileiros. Moradores de quase todos os bairros de Nova Iguaçu superlotam as salas de aula para fazer oficinas e atividade que vão do artesanato à luta marcial, da dança ao reforço escolar, tudo isso gratuitamente.


Essas oficinas, que acontecem simultaneamente em um mesmo espaço, têm o poder de agradar jovens e adultos com a mesma intensidade. “Aos sábados de manhã, a escola fica cheia de gente, todos em diferentes atividades, mas todo mundo sabe respeitar o espaço do outro”, conta a jovem Jessyca Pereira, de 17 anos, que frequenta as oficinas da Escola Municipal Rubens Falcão. Também compartilha dessa opinião a mãe de Jessyca, a aluna de artesanato Regina Célia Pereira, 55. “É muito bom porque oferece várias atividades, o que pode atender a todo mundo”.

 
 
 
 
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