Geografia do bairro

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

por Fernanda Bastos da Silva


Nova Iguaçu, a cidade que nasceu às margens do rio e que renasceu abraçando a ferrovia, está entrando em sua terceira geração: a da rodovia”. Essa é a afirmação de Edson Borges Vicente, 26 anos, geógrafo recém-formado e morador do bairro Cabuçu. Ele dedicou os cinco anos e meio em que esteve na graduação na Universidade do Estadodo Rio de Janeiro – UERJ – a estudar sua cidade natal, especialmente seu bairro. Edson, que gosta de ser chamado de geoeducador, já apresentou seu trabalho para a comunidade no Simpósio de Educação de Cabuçu de 2008 e disponibilizou na internet parte do artigo que escreveu, chamado ‘Nova Iguaçu, Cidade mãe: do nascimento de Iguassú à gestação de Iguaçu Nova em Uma abordagem geográfica’.

culturani– O que incentivou o senhor a estudar a cidade de Nova
Iguaçu e, principalmente o bairro Cabuçu, do qual quase nada é falado?

Edson Borges– Fui a primeira pessoa do meu bairro a ingressar em uma universidade pública e acho um dever meu aplicar o conhecimento que adquiro em meu lugar de vida, que está passando por intensas transformações que interferem na dinâmica de toda a Baixada. Além de ser um prazer, é mais fácil, pois posso vê-lo todo dia.

Os sofridos admiradores de Machado

por Lívia Pereira

Tendo em seu nome a força devastadora de quem rompe amarras, esse monumento vivo da nossa cultura que é Machado de Assis tinha feições nada robustas: aspecto pacato, semblante grave, olhar e fala austeros. E quem seria capaz de supor que um filho de lavadeira mulato pudesse ganhar o mundo numa época em que a melanina em quantidade era um revés?

Há quem diga que sua vida foi vazia de aventuras, que a adrenalina repousava na tinta e no papel. No entanto, nada é mais arriscado que ser sozinho em meio a um mundo que pode te devorar a qualquer instante. Perdeu a mãe muito cedo, assim como o pai, que antes de partir casou-se novamente, deixando Machado em boa companhia: pobre, mestiço, órfão, num Brasil um tanto conturbado. O que mais podia dar errado?

Sob as bênçãos de Omolu

por Jefferson Loyola

Cada vez mais os terreiros estão se tornando espaços provedores de saúde”, disse José Marmo, no 1° Seminário Pró-Saúde da População Negra, realizado pelo CIAFRO na última quinta-feira, 5 de novembro. O seminário, que teve seis horas de duração, também contou com a presença da assistente social Simone Monteiro e da fisioterapeuta Fábia Borges.

O seminário debateu das religiões de matrizes africanas a suas ações dentro da área da saúde, passando pela importância da divulgação da Anemia Falciforme, violência doméstica contra a mulher e a exclusão social de pessoas com doenças que assustam a população, como o HIV. Para José Marmo, que é coordenador da Rede Nacional das Religiões Afro-brasileiras, as desigualdades raciais têm um forte impacto nos indicadores de saúde da população negra.

Cuidado com as pessoas

por Luiz Gabriel

As rezadeiras são espécies em extinção e por isso personagens como Gertrudes Rocha dos Santos, mais conhecida como dona Tude, devem ser preservadas no coração das pessoas. “Amo cuidar das pessoas, é uma satisfação para mim”, diz essa moradora da Vila Emil, em Mesquita.

Nascida em Salvador há 74 anos, dona Tude herdou seu dom da avó Penha, que assumiu sua criação quando ainda menina perdeu os pais, seu Bartolomeu e dona Quitéria. “Tive uma vida muito difícil”, conta dona Tude, que por causa desses problemas veio tentar a sorte no Rio de Janeiro quando tinha 19 anos.

Morou em São Cristóvão até se mudar para Mesquita em 1964. Lá, casou-se, teve seus três filhos e, acima de tudo, tornou-se a rezadeira da localidade. “Sou muito procurada por todo tipo de gente”, orgulha-se ela. “Inclusive os católicos.” Um dos casos que ajudou a resolver foi o da estudante Rayana Braga, que ainda hoje se lembra do dia em que foi rezada por Dona Tude por causa de uma enxaqueca. “Eu tinha meus quatro anos e, apesar de meio assustada com suas rezas e plantas, fui sarando aos poucos.”

Redundância futurista

por Melissa Saliba


Com direção de Jonathan Mostow (o mesmo diretor de o "Exterminador do futuro 3: A rebelião das máquinas"), "Substitutos" é uma ficção científica ambientada num futuro não muito remoto que prenderia a atenção do espectador, não fossem os diversos momentos em que cai na redundância.


Em um futuro onde os homens vivem isolados e não precisam fazer nada além de comandar os substitutos (robôs belos e inteligentes, que, além de não cometerem erros ou crimes, preservam a vida da humanidade) através de uma cadeira. Bruce Willis interpreta Tom Greer, um agente do FBI que tem como parceira a agente Peters (Radadh Mitechel). Juntos, os dois tentam desvendar um crime onde a morte dos substitutos causa também a morte de quem os comanda.

 
 
 
 
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