Evolução desmedida

terça-feira, 20 de abril de 2010

apor Mayara Freire




Em meio ao dia de premiação do III Festival de Cinema de Nova Iguaçu, o secretario de cultura de Nova Iguaçu Marcus Vinicius Faustini fez um abalanço sobre a importância do Iguacine para o município, assim como para os realizadores de cultura e publico. Em uma rápida conversa descontraída, ele destacou o que considerou de mais importante e a projeção do evento.

Cultura NI: Qual foi sua avaliação sobre o resultado do III Iguacine?

Faustini - O festival é um ambiente, e a cultura precisa desses ambientes. Não é somente feito de objetos, como um filme e um objeto artístico. É necessário ter um ambiente de apresentação. Por isso, o iguacine  é um local de apresentação da Baixada para o Centro do Rio de Janeiro, o Brasil e vice versa. É um espaço para pessoas conversarem, criticarem. Isso sempre requer que se pense no festival. Quem acha que isso acontece naturalmente, na verdade não o é. Ele é sempre muito pensado. Acho que este ano está diferente em relação aos outros. Tem gente diferente, as estratégias deram certo, os artistas compareceram e realizaram coisas boas. A cidade está de parabéns, pois já compraram a idéia do Iguacine.  Sobretudo, isso mostra que a periferia não é lugar de carência e sim de potencia. Acabou esse conceito de que a periferia vai receber cultura. Agora ela também faz!

Cultura NI: Como você  vê a repercussão deste Festival?

Faustini- Observei que todos estão impressionados com o conceito do Iguacine.  Tenho certeza que o evento vai influenciar muitos outros festivais, muitas outras formas de fazer,  pensar, além de pensar ambientes. O festival não é formação de platéia apenas, mas sim um modo de ver o Brasil e a cultura brasileira. Eu acho que demonstra uma grande potencia. Estou feliz pois é resultado da minha gestão e de todos que estão trabalhando de maneira colaborativa. Acho que ajudou a superar o que a cidade tinha em alguns momentos: grupos culturais que brigavam entre si. Vejo que o evento acabou com isso, proporcionando misturar vários agentes culturais. Portanto, não estão mais separados e sim unidos.

Cultura NI: Quais foram as mudanças em relação aos outros festivais?

Faustini- Desta vez teve mais produção da baixada, mas ainda acho que devem produzir mais. Eu acho que o terceiro festival é o resultado das tentativas do primeiro e segundo. Definitivamente amadureceu. Saibam que o Iguacine não é feito pela Secretaria de Cultura de Nova Iguaçu, mas sim pela Escola Livre de Cinema, de Miguel Couto. E nós apoiamos a causa, participamos e ajudamos. Acredito que de modo geral coma minha saída, não se pode depender de uma pessoa em nenhum lugar. Esse é o momento de todos se unirem para garantir as mudanças que a nova gestão trouxe, e fortalecer mais ainda a sociedade civil de Nova Iguaçu para garantir as conquistas. Acho que a minha gestão foi boa para dar uma misturada, chacoalha e embaralhar o que era fixo. Acho que avançou o que começou. É muito bom ver gente com cara diferente. Teve gente com piercing a camisa de botão, trabalhadores, jovens a idosos;  de realizadores engajados a os que querem fazer filme de mercado. Teve de intelectual a pagodeiro, funkeiro. É isso o que eu acho de mais bacana: amistura. Essa é a potencia!

CulturaNi: Quais filmes que mais te impressionou no festival?

Faustini- No geral, sou apaixonado por “Recife Frio”, acho um filme contundente, e gosto de “O que vai ser?”.

‘Vai ser, foi e é’

por Nany Rabello


Na primeira vez que ele subiu ao palco faltaram palavras. Toda a equipe estava eufórica, se abraçando e sorrindo. Ele agradeceu muito e passou o microfone para outros que também desejavam agradecer. Da segunda vez que ele subiu ao palco já não havia nada a dizer. Dessa vez o abraço foi único, coletivo, e as lágrimas rolaram sem medo de tocar o chão. O microfone parou na mão do ator, que contou um pouco da história do grupo. E era nítido que Getúlio Ribeiro não acreditava ter ganhado os dois prêmios de sua categoria com o primeiro trabalho dele e do grupo.

O grupo, que ainda não tem um nome, mas tem a certeza de que não vai mais se separar, contou que se conheceu na Escola Livre de Cinema, de onde foram alunos, e depois de terminado o curso cada um seguiu seu caminho, até que alguns deles se reencontraram por acaso e resolveram ‘recrutar’ os outros para fazer um curta.

The winner is...

por Vinícius Tomas

Mais um prêmio na estante de Allan Ribeiro com “Ensaio de Cinema” se tornando o grande campeão da Mostra Competitiva Nacional do Iguacine 2010. O filme levou os troféus de melhor filme e melhor direção e um prêmio em dinheiro de 2 mil reais. É a consagração do cineasta que concorreu em todos os Iguacines e venceu pela primeira vez com o elogiado curta que brinca com a linguagem audiovisual e expõe uma análise sobre a atuação. Desde já aguardamos a 4ª participação de Allan no Iguacine e que sua marca de capricho se torne uma tradição nos festivais de Nova Iguaçu. Será bem vindo em todos, sem dúvida. Allan Ribeiro conversou com o blog logo após a premiação

Algumas risadas

por Jefferson Loyola 
Crítica Vida de balconista



Um filme para falar de outros filmes. Assim foi o longa metragem “Vida de balconista”. Gravado em apenas uma noite na locadora do próprio diretor, Cavi Borges, o longa surgiu após uma série feita para OI, logo assim que a mesma operadora lançou TV digital para celular. Histórias vividas por um balconista de uma locadora, onde é utilizado em sua filmagem, uma lente “olho de peixe”, aliás, um grande ponto positivo no filme.
Ao começar com uma senhora querendo ser atendida quando a locadora ainda não esta em seu horário de funcionamento e um cara que não quer pagar pelos filmes que está devolvendo. “Vida de balconista” é uma comédia que não deixará você embriagado de humor, mas dará umas doses necessárias para lhe manter atento com algumas sacadinhas e piadinhas bem elaboradas em seu texto.

Quase natural

por Wanderson Duke

Crítica Vida de balconista

Em "Vida de balconista", Cavi Borges constroi uma ponte entre o cômico e a tragicomédia do cotidiano. Com um filme curto, barato e totalmente despretensioso narra, com muito talento , as inúmeras mazelas sofridas por um balconista de videolocadora - Mateus, interpretado por Mateus Solano - em um único dia de trabalho.

Os personagens simples e engraçadíssimos dão um ar verossímil à trama, tornando-os muito realistas , sem a grandiloquência absurdamente forçada de algumas comédias . Em "Vida de balconista", o riso ocorre de forma espontânea e intensa. Quase natural.

Trilogia do Cavi: parte III - "O último filme é sempre o melhor"

por Josy Antunes

"Eu estou curioso pra ver lá no Iguacine. Não sei se vai estar cheio, por ser uma segunda-feira", lançou, sem muitas expectativas, Cavi Borges, um dos diretores de "Vida de balconista", exibido ontem à noite na III edição do Festival de Cinema de Nova Iguaçu. Como já era de se esperar, o palpite feito na última sexta-feira foi brutalmente esmagado pela gigantesca fila formada no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, pouco antes da sessão se iniciar, às 19 horas. Esmagados também foram comentários existentes de que o sucesso do filme se deve ao glamour e à projeção atuais de Mateus Solano, devido a seus trabalhos na Rede Globo: dentre os 40 primeiros espectadores da fila, apenas seis vinham com interesse específico em ver o protagonista, agora global. Dez deles alegaram a presença por amor ao cinema - entre eles estavam cinéfilos e realizadores. E o maior grupo, de 24 pessoas, declararam que o que as motiva é a realização do Iguacine e que, seja por curiosidade ou fidelidade, esse era o único e real motivo de suas presenças.

E na noite de premiações do III Iguacine...

por Josy Antunes e Larissa Leotério

 
 
 
 
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