Eu não entrevistei João Moreira Salles

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

por Josy Antunes
Mas poderia ter entrevistado. Poderia começar este texto anunciando a suposta entrevista concedida pelo famoso documentarista, relatando com riqueza de detalhes o encontro e as falas inéditas. Faria uso do poder da palavra não só para inventar uma situação, mas para convencer sobre sua veracidade. A sedução de quem conta uma história e a potência do falso tanto no cinema quanto no próprio discurso verbal foram os pontos que mais inquietaram os universitários que ontem à noite assistiram à palestra de João Moreira Salles, no campus Tom Jobim, da Universidade Estácio de Sá.

“O documentário é uma invenção do diretor e do personagem. Destas duas invenções sai o filme. E o filme não é uma verdade”, ousou dizer o diretor, tomando como exemplo o filme “Jogo de Cena”, do qual foi produtor executivo: “O que o Coutinho estava querendo dizer é que o que interessa não é a verdade factual do que está sendo dito, mas sim a paixão com que se conta”. Em “Jogo de cena”, exibido na última terça-feira no Cineclube Digital, Eduardo Coutinho coloca o espectador diante de mulheres e suas respectivas narrações. Não fosse o fato de que algumas delas são atrizes popularmente conhecidas, identificar uma portadora real das memórias contadas seria uma tarefa impossível. Aliás, a dificuldade aparece de fato, quando fica claro que estamos diante de um jogo – que também envolve atrizes pouco conhecidas –, onde a verdade é o que menos importa. O que vale é a forma, não o conteúdo. “Não há bom filme que não pense sobre si mesmo”, garante o documentarista, aconselhando aos risos: “Não confie na gente”.

O começo de tudo

por Michele Ribeiro


Todo mundo sabe quem é Daniel Guerra, um pernambucano de 45 anos que nasceu em uma família com oito irmãos e chegou ao Rio de Janeiro com oito anos de idade trazendo no sangue a veia artística dos pais, que participavam do coral da igreja na terra natal. Mas se engana quem pensa que ele se tornou um dos homens mais populares de Nova Iguaçu por causa do Pimenta do Reino, banda de forró da qual ele é o fundador, cantor e principal compositor. Sua fama começou a se espalhar pela cidade por causa de dois bares que teve na cidade na virada da década de 1980 para a de 1990.

O primeiro dele, nas imediaçöes da Prefeitura de Nova Iguaçu, se chamava Cálice. "Comecei com um botequim, mas logo ele virou um bar noturno muito bem frequentado, que vivia lotado", conta o músico, que aprendeu a gostar dos Beatles, Caetano Veloso e Milton Nascimento influenciado pelos seus numerosos irmãos, um dos quais hoje é produtor de bandas como o Cidade Negra. Daniel Guerra investiu nele depois de um longo período tocando nas noites de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. "Estava cansado de tocar para os outros e resolvi abrir meu próprio negócio."

Limites entre a ficção e a realidade

por Fernando Fonseca


Cineclube Digital, dez de agosto de 2010, uma exibição, dois convidados e muita discussão.

Em ‘Jogo de Cena’, um filme dirigido por Eduardo Coutinho, somos convidados a nos perdermos nos limites da realidade e ficção. Com uma premissa pouco instigante, onde mulheres são convidadas por um anúncio para contarem suas histórias, é possível que muitos dos amantes da sétima arte sintam-se pouco motivados a assisti-lo. O filme, porém, é genial.

Nicotina democrática

por Jefferson Loyola e Misael


Que a quantidade de jovens que fumam atualmente está aumentando é fato indiscutível. Não precisa nem fazer uma pesquisa para saber disso: basta olhar nas ruas, nas casas noturnas, nas praças e nos colégios. Quais são as causas disso? Seria por causa de um mau exemplo em casa ou seria o convívio com os amigos? O que leva um jovem a começar a utilizar o tabagismo? Essas perguntas são bastante difíceis de serem respondidas, ou até mesmo pode ser que nem se tenha respostas para elas.

Antes mesmo de completar 18 anos, já se podem ver jovens fumando. Uns escondidos de seus familiares, outros que têm o apoio da própria família, e todos eles sabendo que é prejudicial à saúde. “Comecei a fumar devido meus amigos fumarem. Entrei na onda deles e comecei a experimentar, e foi assim que não larguei até hoje”, conta o jovem Eduardo Ceabra, 23 anos.

 
 
 
 
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