Momentos deliciosos

terça-feira, 30 de novembro de 2010

por Leandro Oliveira

"Na rua e no meio na galera". É assim que se pode definir a Rádio Rua, um dos principais parceiros do Baixada Encena, que tomou de assalto os espaços culturais de Nova Iguaçu nas duas últimas semanas. Duas poderoas caixas de som montadas em uma tenda na Praça Cine Iguassu (antiga rodoviária) das 15h às 19h atraíram olhares curiosos dos transeuntes.

Rodrigo Batata e Marcelo Pelegrino estão à frente desse projeto, contemplado com recursos do I Fundo Municipal de Cultura Escritor Armando Fraga. "A proposta do projeto é interagir com o público", conta Rodrigo Batata, que se surpreendeu com o convite feito pela produção do Baixada Encena. "Não escolhemos as músicas sozinhos."

Baixada encena

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

por Yasmin Thayná



Dessa vez, todo o Rio de Janeiro têm sido afetado com a violência desses últimos dias. A Polícia Militar do Estado, o Batalhão de Operações Especiais e a Polícia Civil, estão em árduo serviço na Vila Cruzeiro e o Complexo de Alemão que foi uma opção obrigatória nessa onda de pacificação. Eventos cancelados, pessoas prisioneiras da mídia, alienação, boatos.

Incabível prisão

sábado, 27 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola

“Encontrei-o, onde não esperava encontrar. Após anos de procura, olhar perdido ao passar em Mesquita e Nilópolis, posso respirar e dizer: encontrei-o. Essa respiração, que aparentava em meus sonhos ao encontrá-lo, era de tranquilidade. Mas no calor e na multidão atrás de grades, tornou-se ofegante.”

Sexta-feira, 26 de novembro, assisti ao filme “Sonho possível (The blind side)” junto de presos na carceragem da 52ª DP. “É triste ver vocês vindo até aqui, exibindo os filmes e após, indo embora. Enquanto nós permanecemos”, disse um dos presos para mim, assim que ia entrando no pátio. Até o término do filme, achava que esta seria a coisa mais marcante que poderia ter me acontecido ao visitar pela primeira vez uma carceragem. A experiência me angustiava de tal forma que é dificil descrever com palavras.

Ao entrar e não conseguir olhar para os presos, sentei junto da Yasmin Thayná, também jovem repórter, no primeiro lugar que vi e olhei para a tela onde seria exibido o filme. Mesmo que o filme ainda não tivesse começado, o meu olhar fixou e não conseguia virar meu rosto para onde os presos se encontravam. Quando não estava prestando atenção no filme, só conseguia olhar para minha companheira de trabalho.

O filme e a Yasmim eram minha válvula de escape do mundo que me encontrava, atrás de grades. Fazia-me sentir como estivesse em casa, em pleno domingo, assistindo a um filme deitado no sofá, mesmo que o chão da carceragem fosse bastante desconfortável. O filme iniciou e em pouco tempo havia sido interrompido. Alguns dos presos iam receber visitas e o filme deveria ser pausado, pois chamariam os nomes e não podia haver barulho algum.

Dois tanques de guerra

por Josy Antunes

Hoje eu vi dois tanques de guerra. Às 10 horas da manhã, impregnados nas minhas retinas, já estavam duas grandes, verdes e pontentes máquinas de destruição do exército brasileiro. Soldados, tanques e policiais se espalhavam no trajeto minha casa x minha escola. Belford Roxo x centro do Rio. Queria não ter saído de casa. O medo me fez pensar assim. Não tendo jeito, saí, carregando o mesmo medo que preferia ter ficado debaixo de uma coberta. Saí pra me deparar com os dois tanques de guerra. Assim, ao vivo e em prontidão, museu nenhum tinha mostrado. Mas nós vimos - eu e meu medo. Na escola, um quase vazio. Ouvi de uma colega, horas mais tarde, que o caminho "até que estava tranquilo". E eu disse: "vi dois tanques de guerra". Tanques de guerra ela também viu e comentou: "me assustei, até que lembrei: o Rio está em guerra".

Dia tranquilo

por Marcelle Abreu

Era um dia normal e tranquilo em Caxias, até que alguém chegou na sala gritando: “Gente, vai ter arrastão”. Eu ri, só podia ser boato. Pouco depois mais notícias, tiroteio na Penha. É, a situação estava esquentando e eu longe de casa.

Desço o viaduto correndo, só queria pegar o ônibus e chegar em casa. Quando olho a placa no ponto um papel informava: ônibus só até as 21h. Suspeita de ataque.

Meu coração disparou, entrei no ônibus e fechei os olhos. A única coisa que me restava naquele momento era rezar para que tudo ficasse bem e eu chegasse em casa.

Uma peça pra chorar

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

por Yasmin Thayná e Amanda Duque


    Leandro Santana interpreta Antenor. Retirada do álbum de fotografias do Centro Cultural Queimados Encena

Nesta sexta feira, o Baixada Encena exibiu ao público do Sylvio Monteiro pontualmente às 20 horas a peça "Qual a idade é a melhor idade," da Companhia Teatral Queimados Encena. A companhia é um dos braços do Centro Cultural Queimados Encena, criado pelo ator Leandro Santana.



Cidade maravilhosa

por Luciana Baroni

Rio de Janeiro, cidade maravilhosa... maravilhosa? O que pode ter de tão maravilhoso nestas favelas, nestas crianças que deveriam estar estudando e estão se matando, se drogando, se prostituindo? Achar o Rio uma cidade maravilhosa no meio deste caos seria covardia. Os traficantes fazem o que querem, pois a “cidade maravilhosa” é dentro de um país onde só há impunidade. Estudar, fazer uma faculdade, de repente virou fora de moda e hoje em dia, quem não se droga, como eu, é careta! Pois sou careta sim! Esse mundo de hoje é e sempre será o mundo dos fracos e ignorantes, que preferem usar a total ignorância como desculpa para não ir á luta e serem pessoas de bem. Enquanto houver políticos corruptos, gente sem o menor escrúpulo no poder, que nós colocamos, nós votamos, haverá violência, impunidade, drogas e corrupção.

Prova de fogo

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

por Jéssica de Oliveira


O post ficará sem foto porque não quero ficar olhando pra uma imagem de violência toda vez que acessar o blog. Não merecemos.

Primeiro escolhi o título, depois percebi o quanto ele se encaixa na situação que o Rio de Janeiro se encontra.

Ontem, fui ao Flamengo para fazer a cobertuda do 1° Encontro Cidade & Cultura morrendo de medo. Muito medo. Tentei não pensar muito no assunto, mas não tinha jeito de escapar dos meus próprios devaneios. Esse Tsunami de incêncios, roubos, arrastões e tiroteios me trouxe muita tensão.

Na ida, qualquer engarrafamentozinho me tirava do sério. Na volta, estava tão nervosa, que para não abrir a porta da van e sair correndo aos prantos, reclinei a poltrona e resolvi dormir. Minutos depois, acordei e vi qua ainda estava parada e então pensei "prefiro sonhar do que ficar com maus pensamentos na cabeça" e assim fiz.

Território e espaço público

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola

O primeiro encontro Cidade&Cultura foi apresentado pelo seu segundo dia, e ultimo, com uma mesa debatendo espaço público e território. Recapitulando sobre o que é o evento, ele se trata de um encontro para rebatimentos no espaço contemporâneo sobre a cultura e cidade. A mesa foi composta por Claudia Pfeiffer, Catia Antonia da Silva, Marcella Camargo e Camila de Oliveira, tendo como mediadora Ana Clara Torres.

Inicialmente Catia Antonia apresentou um vídeo com fotos, em forma de slides, demonstrando territórios utilizados, alguns na Baía da Guanabara mostrando cinco colônias de pescadores que não estão registradas como territórios. Explicou sobre os tópicos: Espaço público e território, entrando na definição de “Estado” e mostrando a correspondência comum entre eles. “A interferência do Estado está presente dentro do território e do espaço público”, afirmou ela.

Esfera pública ou espaço público corresponde ao comum o que pode ser visto e ouvido pelos outros e por nós mesmos, ou seja, a realidade. Território já pode ser definido como uma área de soberania do estado de expressão das relações de poder e de lutas entre grupos, classes e até mesmo sujeitos. “Território não é um conceito simples, mas um conceito antigo”, disse Catia, a quem território pode se pensar a partir dos usos.

“A Baía da Guanabara seria ou não um espaço público?”, questionou a palestrante, exemplificando que espaço público não se tem dono, mas na hora de cuidar, onde estará ele? Reforçando sempre o pensamento de espaço público numa dimensão de visibilidade, suas considerações finais foram: o reconhecimento das horizontalidades e verticalidades no espaço geográfico e a luta contra a invisibilidade de espaço público proferidas em seu discurso.

Segundo dia de Cultura & Cidade

por Jefferson Loyola

24 de novembro de 2010, quarta-feira. Começará daqui alguns minutos o ultimo dia do encontro Cidade & Cultura que acontece na UFRJ – Campus Flamengo. O evento tem uma grande repercussão ao mostrar o papel que a cultura vem desempenhando nos processos urbanos contemporâneos e sua relação com a cidade.

Hoje teremos a palestra de Claudia Pfeiffer, Catia Antonia da Silva, Marcella Camargo e Camila de Oliveira (integrante dos jovens pesquisadores de Nova Iguaçu), falando sobre o tema espaço público e território. Além de Lívia de Tommasi, Écio Salles e Alessandro Conceição, norteados pelo tema espaço público e diversidade.

O evento irá tomar conta da UFRJ até às 17h, mesmo horário que terminou ontem. Confiram a cobertura do evento ao longo do dia aqui no blog do Cultura NI.

Desconstruindo palavras

terça-feira, 23 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola


1ª mesa: espaço público e memória 
Primeiro Encontro Cidade & Cultura, evento promovido para debater sobre a cultura e cidade no espaço público contemporâneo, estando dentro de um padrão acadêmico, inicia a 1ª mesa falando sobre o espaço público e memória. Compondo a mesa esta Frederico Araujo e Laura Maciel, tendo como mediadora Regina Helena Alves da Silva.

“Fiquei surpreso com uma fala de interlocução sobre o que eu irei falar aqui”, disse Frederico, em relação a sua desconstrução de memória e espaço público apresentada e uma possível réplica dos participantes da palestra. Assumindo o compromisso de falar sobre o assunto, ele resolveu falar sobre o espaço público e memória como palavras que seriam uma só. “Não vou falar sobre o Espaço público ou memória de forma geral e nem mesmo de um lugar em especifico”, afirmou.

Desconstruindo e construindo um novo conceito para as palavras apresentadas na palestra de maneira completamente acadêmica, e que para alguns causou um pouco de confusão por não entender claramente o objetivo proposto por sua reflexão. “Vamos iniciar as perguntas para as provocações expostas pelos palestrantes”, disse Regina Helena, finalizando e dando inicio a série de perguntas construindo um debate.

Impregnação cultural

por Jefferson Loyola


Apresentação do Maestro Armênio após a mesa de abertura
Primeiro encontro Cidade & Cultura - rebatimentos no espaço público contemporâneo - esta acontecendo na UFRJ, campus do Flamengo. O encontro tem como objetivo uma discussão e reflexão conjunta sobre os assuntos que giram em torno da cidade e cultura, e ente as políticas urbanas e culturais. “O evento foge um pouco do padrão acadêmico quando se trata de um encontro e traz palestras, junto com debates após das mesmas”, disse Lílian Fessler Vaz, participante em conjunto na mesa de abertura do evento com Regina Helena Alves da Silva, Paola Berenstein Jacques e Marcia Ferran.

Paola Berenstein trouxe questões do evento que ocorreu no dia anterior, também no mesmo espaço. A impregnação deixada em Paola pelo “Corpocidade” era visível ao acrescentar os tópicos que foram do evento anterior e serviam como oportunidade para serem compartilhados no primeiro “Cidade & Cultura”. Assuntos como a crise do sujeito corporificado, a pacificação do espaço público, e a esterilização da esfera pública, foram prioridades em sua fala.

Após a fala das participantes da primeira mesa, neste dado momento, inicia-se a apresentação do Maestro Armênio Graça Filho. Ele começa a falar sobre a cartografia cultural: os pensares, saberes e fazeres do grande sertão.

Cidade é Espaço Público

por Larissa Leotério


Está oficialmente aberto o 1º Encontro de Cidade e Cultura. Acontecendo no campus do Flamengo na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o evento propõe dois dias de debates com os temas: 'Espaço Público e Memória', 'Espaço Público e Cultura' e 'Espaço público e diversidade'.

A abertura do evento contou com a presença de Regina Helena Alves, Lilian Fessler Vaz, Paola B. Jacques, além da representante da Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura, Marcia Ferran.

Marcia Ferran inicia falando sobre a atual preocupação com o tema cidade e dos planos de políticas públicas para a arquitetura e fenômenos urbanos. Ela comenta da importância da discussão do espaço urbano para além da ação do Iphan num espaço de saber acumulado como o da UFRJ. Oportunidade para falar sobre o Programa Culturas Urbanas e Cidades Criativas.

Hora de discutir a cidade

por Lucas Lima


Na manhã dessa terça-feira, será discutido a reflexão em torno das relações entre cidade e cultura, políticas urbanas e políticas culturais. O 1º Encontro Cidade e Cultura acontece no Colégio Brasileiro de Altos Estudos - UFRJ (Av. Rui Barbosa, 762 - Flamengo).

Na manhã do primeiro dia do evento, que acontece também no dia 24, estão na mesa Regina Helena Alves da Silva - UFMG, Lilian Fessler Vaz - UFRJ e Paola Berenstein - UFBA, com uma breve abertura, falando sobre da territorialidade, urbanização e a cultura.

Logo mais, às 10:30, Maestro Armênio Graça Filho comanda uma apresentação sobre "Os pensares, saberes e fazeres do Grande Sertão".

Afro-contemporâneo

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

por Renato Acácio

Como parte das comemorações da semana da consciência negra na cidade, neste domingo no espaço cultural Sylvio Monteiro às 17:00 foi apresentado o espetáculo de dança "Filhos da África", dirigido por Ney Andrade. O coreógrafo e pesquisador de danças étnicas colocou no palco 10 bailarinos da sua companhia "Ney Andrade", de São João de Meriti. Dividido em dois atos e três momentos( Origem, encantamentos e oferendas), "Filhos da África" é um espetáculo que mescla a dança afro com a dança contemporânea. "Estou trazendo para o Brasil um estilo chamado afro-contemporâneo, que vem a ser a tentativa de não ser tão folclórico como costumam ser os espetáculos puramente afros e nem tão abstrato como é a dança contemporânea", explica o coreógrafo, que já tem mais de 25 anos de bagagem no mundo da dança.

"Filhos da África" vem sendo preparada desde junho deste ano e a apresentação de domingo marcou o "parto", como diz Ney, do espetáculo porque a apresentação de ontem serviu na verdade para a equipe gravar em vídeo o espetáculo. "Ainda preciso inserir coisas e lapidar algumas outras, mas foi importante a apresentação de hoje, porque mesmo não estando realmente pronta, acabamos com a angústia e cobrança que os bailarinos sofrem em estrear logo".

Apesar de inacabado, no perfeccionismo do coréografo, e ainda sendo custeado pelos próprios bailarinos e também o coreógrafo, que está em busca de apoios e parcerias, o espetáculo garante 50 minutos de grande prazer plástico. Não só os movimentos precisos dos bailarinos, mas também suas expressões faciais marcantes e a iluminação pontualmente cronometrada, tornam a apresentação inesquecível. Na plateia os vinte e poucos sortudos que foram ao espaço conferir a apresentação também saíram impressionados com o que viram. "Estou pasma! Foi uma coisa linda de se ver!", disse dona Celina Maria, avó de uma das atrizes da peça que se iniciaria logo mais no mesmo palco. "Eu não entendo muita coisa de dança, mas tudo o que eu vi eu adorei: as músicas, as luzes e os bailarinos são verdadeiros artistas!", comentou Tânia Ferreira, que soube da apresentação através de um de nossos jovens repórteres.

Se já na pseudoestreia "Filhos da África" impressionou os amantes da dança presentes e os leigos apenas apreciadores das coisas belas, é esperar para ver como ficará o espetáculo após a lapidação de Ney Andrade!

Parte III – O fim? Não. Apenas o começo.

domingo, 21 de novembro de 2010

por Jéssica de Oliveira

A Casa da Paz estava sendo esvaziada, após seu fechamento. As caixas que saíam carregadas para a rua não tinham destino algum além do lixo. Mas uma coisa chamou a atenção de Edilso Maceió: livros, muitos livros, uma infinidade de livros. Todos eles seriam jogados fora. “Pelo amor de Deus, não faça isso!”, disse Edilso à funcionária que lhe contara o que seria feito com as obras. “Os livros foram doados pela Nestlé e, como a Casa iria ser fechada de vez, eles iam se desfazer de tudo. Daí eu peguei os livros e trouxe em três Kombis, porque eram muitos”.

 
A luz que se acendeu na mente de Edilso o mandou levar todos aqueles livros para Nova Era. Mas onde colocá-los? Na casa de sua irmã Eliete seria impossível e como aqueles livros ganhariam vida na mão de seus leitores se Edilso ainda fazia parte do Afro-Reggae de Vigário Geral?

 
Na época, Edilso recebia um salário de 500 reais. Daí resolveu alugar um “barraco” – como ele mesmo costuma dizer – por 100 reais. “Coloquei todos os livros lá e comecei a divulgar que eu os emprestaria”, conta. A repercussão foi tanta, que os moradores do bairro faziam uma grande fila na porta do barraco para pegar os livros. “Aquilo foi incrível! As pessoas viram os livros como uma grande novidade, porque eles não tinham acesso algum às obras”.

 
Mesmo sem saber, Edilso desenvolvia seu primeiro projeto no bairro, que antes não oferecia absolutamente nada a seus moradores. E então, todas as tardes, saía de Vigário Geral após prestar seus serviços ao lado de José Junior e ia em direção a Nova Era, abrir seus “espaço” para emprestar os livros à comunidade e contar  histórias àqueles que não podiam ler.

 
Entretanto, o projeto, que nasceu de um simples desejo, uma vontade de mudar, estava tomando proporções que Edilso não previra. “As pessoas estavam aprovando de tal forma aquilo tudo, que eu senti que precisava fazer mais”. E assim, Edilso se desvinculou do Afro-Reggae para se dedicar inteiramente à Nova Era. 

Senzala Cultural

por Juliana Portella

O 3º dia da programação do Baixada Encena- evento de congregação artística - coincidiu com o dia da Consciência Negra. A data remonta ao dia 20 de novembro de 1695, quando Zumbi dos Palmares morreu. Segundo Lino Rocca, produtor e idealizador do evento, o objetivo do Cabaré Cultural é reunir artistas de várias linguagens num mesmo lugar e, dentro dessa data que é referência nacional de luta da população negra pela liberdade, nada melhor que torná-la tema.


O encontro artístico foi realizado no Bar Estação Floresta, localizado a Rua Floresta Miranda- Centro de Nova Iguaçu. Ótimo lugar para quem quer encontrar os amigos, curtir uma boa MPB e tomar uma cerveja.

O cantor e compositor, Antônio Mariano interpretou músicas em homenagem ao dia da consciência negra. Dona Arminda e D´xum, ambas de Hélio de Assis, e Olhos coloridos, sucesso na voz de Sandra de Sá, fizeram parte do repertório. Marcaram presença também os cantores Dida Nascimento e Zeca pessoa dando um tom mais reggae a senzala cultural.

Além de música tivemos intervenções poéticas. Estiveram presentes o poeta Moduan Matus, que realizou intervenção com a poesia “ Tem gente com fome” de Solano Trindade; Marcio Rufino, do grupo Pó de Poesia que recitou dois poemas de sua autoria, “negritude” e “negra loira”;Ivone Landim, do Grupo Fulanas de Tal, recitou seu poema “mãe preta”; Si, fez sua intervenção com o poema “Negro” de Raul Golpe.

Houve também exibição dos curtas: “ Tá bom aí” e “Lapa de Rua” do jovem Diogo Mirandela, morador do município de Queimados. Com apenas 19 anos, Diogo estuda cinema na ONG Cinema Nosso, na Lapa. Seu filme “ Lapa de Rua” participou do 5º fesvital de Jovens Realizadores o Mercosul e da Mostra Brasil-França Cinema/Rua.

Interessante mesmo dessa noite nada convencional, é que enquanto havia intervenção poética ou musical, o VJ (vijing) Paulo China dava um show de mixagens com imagens. A manipulação em tempo real de imagens é realizada através de uma biblioteca de imagens misturada a muito talento.

Com Programação até o dia 28 - próximo domingo, estima-se que essa 3ª edição do Festival Baixada Encena ainda reuna muitos artistas de diferentes linguagens com objetivo de valorização da cultura na Cidade de Nova Iguaçu.

Parte II - A vontade de mudar

sábado, 20 de novembro de 2010

por Jéssica de Oliveira

O período que passou ao lado de José Junior no Afro-Reggae foi, na verdade, um conjunto de muitas aulas. “Aprendi a fazer gestão, a elaborar e coordenar projetos, a captar recursos. Enfim, um grande conhecimento sobre a área”. E foi em 1996 que o aprendiz Edilso Maceió escreveu seu primeiro projeto.
 

Ao contrário do formato que o grupo cultural de Vigário Geral desenvolvia, Edilso implementou um projeto de creche chamado Criança Legal. “Era completamente diferente do que o Afro-Reggae estava acostumado. Foi muito complicado no começo, mas porque ninguém estava acostumado àquilo”, relembra, explicando: “O Afro-Reggae sempre trabalhou com adolescentes e jovens, mas não havia nada para crianças, principalmente na faixa etária de 2 a 4 anos”, conta o criador da primeira creche comunitária de Vigário Geral.

Reunidas em nome da cultura

por Jefferson Loyola

Nesta ultima quinta-feira, 18 de novembro de 2010, ocorreu a abertura do Baixada Encena no Ginásio Leopoldina Machado, quadra do colégio Leopoldo. O Baixada Encena é uma rede com oito cidades representadas, centenas de artistas e agentes culturais, mesclando apresentações de teatro, música, dança, debates e oficinas para o avanço e ampliação cultural da periferia.

O zelador de nossa memória

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Equipe Jovem Repórter / Fotos: Josy Antunes


O secretário de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu Écio Salles sugeriu que fizéssemos um ciclo de grandes entrevistas, “como aquelas da Caros Amigos”. “E elas devem começar com o professor Ney”, sugeriu. E quem conhece essa enciclopédia iguaçuana entende perfeitamente as orientações do sucessor de Marcus Vinícius Faustini, ele próprio um outro admirador do trabalho de resgate histórico e preservação da memória da Baixada Fluminense realizado pelo professor.

Nascido no Hospital do Iguaçu no dia 27 de setembro de 1940, Ney Alberto Gonçalves de Barros é o filho mais velho de Nilton Gonçalves de Barros e Leopoldina Machado Barbosa de Barros. “O colégio Leopoldo, do qual ela é uma das fundadoras, é uma homenagem a ela”, contou o professor no dia em que reunimos cerca de 10 jovens repórteres na sua sala, na entrada do Espaço Cultural Sylvio Monteiro.


Parte I – Desde o início

por Jéssica de Oliveira

Toda história tem início meio e fim. E esta, que será contada a partir de agora, teve seu começo em 1962, na favela Nova Holanda, Rio de Janeiro.

Ainda pequeno, Edilso Gomes Maceió, filho de mãe pernambucana e pai alagoano, dava seus primeiros passos na vida da arte, indo na contramão da Nova Holanda, favela do Complexo da Maré em que nasceu. “Nova Holanda era um lugar muito perigoso, a criminalidade tomava conta do lugar. E pra mim, nascer numa favela onde as famílias tinham oito filhos, procurar saber de que forma eu poderia alegrar e contribuir para melhoria da vida daquelas pessoas, impedindo que as crianças entrassem para a vida da crime, foi natural”, conta.

Comédia do outro mundo

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

por Larissa Leotério

Morre a socialite Lourdes Thereza. Rica, com muitos cuidados com sua pele, casacos de pele, plásticas inúmeras, mas, do outro lado da vida, recebeu um tratamento que não a agradou nem um pouco. Sem contar com os desagradáveis encontros que teve.


Animação em todos os cantos

por Larissa Leotério

No final da sessão do Cineclube Digital deste mês, senta-se na beirada do palco o fotógrafo e professor de animação da Escola Livre de Cinema Clayton Leite. Visivelmente tímido, o entrevistado do debate do mês de novembro começa a contar sua história com a animação, cinema e fotografia.

Uma nova noção de centralidade

por Lucas Lima


Com 11 dias de atividades totalmente gratuitas, começa no próximo dia 18 a 3º edição do Baixada Encena. O festival, que mescla teatro, música, dança, debates e oficinas em vários locais de Nova Iguaçu, vai até o dia 28.

O festival, que nasceu em 2008 teatro Procópio Ferreira, em Duque de Caxias, chegou a Nova Iguaçu no ano seguinte, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. “Ele começou como uma mostra regional de teatro, mas agora estamos ampliando e dando a verdadeira cara do evento, que é o nosso real objetivo”, disse o idealizador e produtor do mesmo, Lino Rocca.

(D) de Diego

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

por Josy Antunes

No fogão a água estava quase no ponto para o preparo do café. O relógio marcava 5 horas da manhã. Numa das primeiras ações do dia, busquei no Google Maps a melhor forma de chegar ao endereço "Estrada de Adrianopolis, 1317 - Santa Rita, Nova Iguaçu". "Sua pesquisa por rotas de transporte público abrange um local fora de nossa área de cobertura", respondeu ele. 15 de novembro de 2010: o dia do meu primeiro vestibular. Com café já na caneca, e olhos vidrados na tela, eu terminava de devorar às pressas uns textos catados na internet. Há 3 meses fiz minha inscrição para o processo de seleção. Comunicação Social - Jornalismo. Na UFF. Imaginei que 3 meses seriam suficientes para colocar na minha cabeça tudo o que os 4 anos de formação no Curso Normal não colocaram. Talvez tivessem sido, se não fosse habitual deixar as coisas para a última hora, por pressão da agenda. Na semana da prova, mais precisamente no dia anterior, fiz um manuscrito da história mundial, num caderno que fora presenteado pelo meu pai. O mesmo caderno teria sido usado no pré-vestibular que me inscreví, o Educarte, em Nova Iguaçu, se eu não tivesse começado a trabalhar justamente no único dia que ainda me era livre: sábado.

Mais que bomba

por Josy Antunes
Ao adentrar no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu, atente para a porta sempre aberta a direita da principal. Lá você encontrará algumas máquinas de escrever, algumas peças curiosas como tijolos e telhas antigas e, provavelmente, boa parte da memória da Baixada Fluminense, concentrada num senhor elegante de nome Ney Alberto Gonçalves de Barros: O "professor Ney".

O historiador, arqueólogo, escritor, compositor e advogado recebeu em sua sala a equipe de jovens repórteres de Nova Iguaçu, numa entrevista-aula que abre uma série de encontros com importantes nomes da cidade.

Viaje a 1946:

Genética da Baixada

domingo, 14 de novembro de 2010

por Vinícius Tomás

Apesar da chuva e do feriadão, um grande público passou pela Espaço Cultural Sylvio Monteiro nesse sábado, dia 13 de novembro, para participar da “Genética Cultural”. O evento misturou música, dança e teatro.

O evento começou com a peça “Eu, realidade falsa”, da Cia de teatro El Shamah, de Belford Roxo. O espetáculo mostra a vida de um jovem desde o seu nascimento até a tragédia que marca a sua vida, e sua redenção, com uma mensagem religiosa. Tudo contado através do Teatro Narrativo, com citações aos maus hábitos da sociedade e perguntando se diante de uma realidade cruel e uma família desestruturada uma criança pode ter alguma perspectiva de futuro. Embora seja formada por jovens de diferentes denominações de igrejas evangélicas, a questão religiosa não é o único foco da Cia El Shamah. “Falamos de Jesus sem esquecer a questão social", diz o ator Luciano Santana. “O que a gente leva para quem assiste é a força que a arte tem”, completa Jean Oliveira, ator e diretor da peça.

Moda da periferia

sábado, 13 de novembro de 2010

por Jefferson Loyola

O Periferic fashion day – Recortes de moda na periferia – aconteceu nesta ultima quarta-feira, 10 de novembro, no Espaço de Cultura Sylvio Monteiro. Com o objetivo de divulgar os designs de moda da Baixada Fluminense, o evento promoveu seis desfiles na noite, fechando com a Pimenta Rosa. Esta foi a chance de mostrar para as pessoas que também existe moda na periferia, e mesmo que não entre nos desfiles do Fashion Rio, tem eventos conceituados e bem organizados para a divulgação dos mesmos.

Poltronas vibrantes

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

por Yasmin Thayná


O Cineclube Digital desse mês reservou duas sessões especiais para os amantes de cosplay e as crianças.

No primeiro dia da maratona cinematográfica, Marcelo Shinta – que é um dos mais antigos organizadores e realizadores de grupos de anime em Nova Iguaçu - esteve presente com seus engraçados e caprichosos cosplay em um momento de pura diversão por conta da falta de ensaio dos participantes. Desfilaram no palco do Sesc de Nova Iguaçu o Super Choque, Ryu e até o Justin Bieber!

Quando terminaram a mostra de filmes e os intervalos, que eram preenchidos pelas apresentações, Melise Fremiot – integrante da equipe do Cineclube Digital - mediou o debate com o fotógrafo Clayton Leite, cujo trabalho com as crianças da Escola Livre de Cinema o projetou como animador.

"Tudo começou quando passei por uma exposição de fotografias no Centro Cultural Banco do Brasil", contou Clayton Leite, que até então era técnico em administração. “Eu gosto disso”, disse para si mesmo na ocasião.

O fotógrafo abandonou o curso de administração e começou a produzir os videoclipes que já foram exibidos até em Nova Iorque. Além de se tornar professor da turma de animação da Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu, Clayton Leite é fotógrafo de moda.

Cerca de 120 crianças do Colégio Municipal Heitor Dantas prestigiaram, acompanhadas de seus professores, o segundo dia da animação. A frieza dos adultos foi compensada pelos aplausos e gritos das crianças, que vibraram com todos os filmes da mostra. A animação não estava presente somente na tela. Os corações dos telespectadores também estavam agitados.

Mídias sociais da Baixada

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

por Larissa Leotério

A divulgação independente da cultura da Baixada anda chamando a atenção e se transformou em projeto de iniciação científica do curso de Comunicação Social da Universidade Estácio de Sá – Madureira.

O projeto “Divulgação da Cultura da Baixada Fluminense mediada pelas mídias sociais da internet”, que é liderado pelo jornalista, professor e doutorando em Ciência da Informação pela UFRJ/BICT, Márcio Gonçalves, visa elucidar como a divulgação da cena cultural da Baixada, sobretudo do município de Nova Iguaçu, é tratada pelas mídias sociais e pelas redes sociais na internet.

Amante exigente

por Jéssica de Oliveira



Durante muito tempo eu me preparei para encontrá-lo. Um ano, ou mais. Sonhava com o dia em que o teria em minhas mãos, com o momento em que estivéssemos frente a frente, apenas nós dois, ignorando todos a nossa volta.


Com a proximidade do nosso encontro, fui consumida por uma forte tensão. Não dormira bem durante a noite e de manhã, o nervosismo pareceu que me mataria. Fui em direção a um endereço desconhecido: rua Taquara, Miguel Couto, abandonando a Monte Verde de Comendador Soares, onde sempre imaginava o dia em que nos veríamos e ensaiava o que fazer para não errar.

Novela brasileira

terça-feira, 9 de novembro de 2010

por Hosana Souza

Uma vida inteira posta à prova frente a 180 questões e uma caneta esferográfica preta. Quatro milhões de estudantes inscritos, dois dias de prova, mais de três mil horas de dedicação durante um ano de espera. “A única coisa que eu ganhei com o ENEM foi uma grande dor no pescoço”, diz o estudante e jovem repórter, Wanderson Duke.

O ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – que ocorreu durante o último final de semana é o grande burburinho entre os jovens de todo o país. A avaliação de caráter quantitativo, tão criticado pelas pedagogias liberais, vinha no ano de 2010 com a proposta de auxiliar o ingresso nas universidades, principalmente para os membros das camadas mais populares.

O homem do papa

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

por Lucas Lima


Pai, Avó, Bisavó, Flamenguista, Paraibano, Amigo, Nordestino, Marido e agora escritor. Esse é um pouco do perfil de Armando Almeida Lima. Armando é o autor do livro “Resistências e Conquistas do Vidigal”, o mesmo foi oficialmente lançado na ultima semana na própria comunidade que dá nome ao livro, na Igreja Católica de Nossa Senhora da Consolação.

O livro conta um pouco da história do Vidigal, favela situada na zona sul carioca. A visita do Papa João Paulo II e a tentativa de remoção das casas nos anos de 50, 60 e 70, são os episódios narrados. Armando conta que o objetivo maior do livro é deixar a memória viva para todos, principalmente para as novas gerações. “A ideia veio após a morte do papa João Paulo II, que esteve no Vidigal e que temos na memória até hoje. Muita gente mais nova da comunidade pergunta sobre fatos antigos que ninguém conhece. Quis então fazer o livro para que os mais jovens possam assim conhecer do nosso passado, porque mais tarde os mais antigos irão morrer e o Vidigal acaba ficando sem memória”, conta o escritor de 67 anos.

Casa cheia

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

por Larissa Leotério


A cultura iguaçuana está em festa. A segunda edição do Fundo Municipal de Cultura promete ser um sucesso ainda maior, a se medir pelo número de projetos acumulados na mesa da subsecretária Verônica Nascimento desde a última sexta-feira, 29 de outubro: 177 projetos estão disputando os R$ 400 mil reais disponibilizados pela prefeita Sheila Gama. Na primeira edição, houve 96 projetos disputaram R$ 300 mil. “Essa foi uma decisão acertada da prefeita Sheila Gama, de ter continuado a política do Fundo”, afirma o Secretário Municipal de Cultura e Turismo Écio Salles. Na primeira edição, havia

 
 
 
 
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