Vovó em 24 quadros

terça-feira, 22 de março de 2011

por Jéssica de Oliveira


“Quando eu era pequena, queria ser juíza. Mas depois mudei de ideia e resolvi fazer um curso técnico. Fui fazer Eletrotécnica na FAETEC. Na verdade, eu nem sabia o que era o curso, o que sabia era fruto de rápidas troca de ideias com os caras da Light que iam à minha rua de vez em quando”.

Para uma jovem cineasta, este enredo está completamente fora dos padrões esperados. Entretanto, ao contrário do que parece, este foi o caminho certo, por mais irônico que seja, para que Yasmin Thayná Neves, 18 anos, conhecesse o audiovisual, que viria a se tornar sua grande paixão.

1493 por minuto

por Yasmin Thayná


Neta de alguns dos "descobridores de Comendador Soares", seu João e da dona Fontes e filha de Renato Santos e Elza Beatriz, Hosana Beatriz Souza tem 17 anos, é moradora de Comendador Soares, professora, repórter e estudante de ciências sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A saia de prega, sapatinhos de boneca e meia ¾ eram tudo o que ela não queria para sua vida. No auge da sua pré-adolescência, 14 anos, Hosana, que era jogadora de handebol no Colégio Estadual Antônio da Silva, enfrentou seu pai, que havia conseguido uma vaga para a jovem no Instituto de Educação Rangel Pestana, no Centro de Nova Iguaçu. “Eu não queria estudar lá. Perdi o tempo de matrícula propositalmente”, explica.

Mas o velho pára-quedista não desistiria facilmente. Uma semana após o inicio das aulas, ele apareceu com o uniforme e a matrícula feita graças a uma carta de envio que os diretores escreveram para a direção do Arruda Negreiros. “Não teve jeito: era conversa de diretor pra diretor. O engraçado é que pra mim o top era ser do ensino médio e jogar handebol. O máximo que um ser humano pode ser na vida”, conta ela. Apesar do mal começo, o futuro de Hosana começou a ser decidido ali. “Hoje eu não sei como viver sem militar e trabalhar com a educação”.

 
 
 
 
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