por Josy Antunes
Era a segunda vez que a mãe trabalharia no réveillon. A primeira fora em 2008, na casa de Dalva Lazaroni, em Ipanema. Lá, segundo o pai - que trabalhou na Dona Dalva nos anos de 2007 e 2008 -, a paga era R$ 800 por pessoa. "Em festas normais, a média é de R$100", complementou ele. Para os 60 convidados - ou, "pessoas snobs que têm dinheiro" -, seis pessoas da equipe do pai dedicavam total atenção. Na festa chique, o pai lembra ter conhecido famosos, como Djavan. "E à meia-noite, o que acontece?", perguntei eu, a filha. "Eu sirvo as taças de champanhe deles e a maioria vai na praia comemorar. Alguns abraçam os garçons também". A mãe, da única vez em que trabalhou na data, como copeira da festa, lembra ter tentado telefonar pra casa. "Mas é difícil. Tem muito barulho". Da festança em Ipanema, a mãe lembra de um "causo" pra contar: Com convidados com fome e a comida no fim, Dalva Lazaroni tirou uns "queijos exóticos" da geladeira para que fossem servidos. "Um troço cheirando a chulé danado e eles achando uma delícia". A partir de 2009, pra casa dos Lazaroni, o pai e a mãe não voltaram mais. "Eu botei um cozinheiro pra trabalhar na festa, porque a Dona Dalva tinha pedido um cozinheiro bom. Ele tomou a frente, botou a equipe dele, e eu dancei", lembra o pai, de 58 anos, que trabalha no ramo de festas desde a gravidez do primeiro filho, hoje com 24. O primeiro filho - ou o meu único irmão -, por sua vez, trabalha como garçom desde os 13. "Foi pra ganhar dinheiro ou ajudar em casa?". "Pra ganhar dinheiro e ajudar em casa", respondeu ele, que ganhava 20% da paga de R$ 80. O irmão nega ter arrumado namoradas ou xavecos nas festas em que trabalhou. Mas amizades sim. E, de quebra, conheceu Carolina Dickmann, Pelé, Vera Fischer e a Juliana Paes. "E ainda como, bebo e me divirto". A mãe, 51 anos, em meio a uma rigorosa dieta, lembra o quanto é difícil se manter seletiva na escolha dos alimentos ingeridos em meio a tanta fartura. Em meio ao assunto "comida", aproveitou pra dar um puxão de orelha no pai: "Eu escutei que, por acaso, você comeu 30 rabanadas?!". O pai riu e rendeu-se à Retrospectiva da Globo. Os biscoitos estrelados, a mãe embalou numa caixa de de chocolates de Petrópolis, colou um adesivo com mensagem, e reservou para o reveillon da filha - eu.
3 Comentários:
Oh, que texto lindo!! Próximo ano novo pergunta pro seu pai se posso trabalhar com ele, fico sozinha em casa, pelo menos ia ganhar uma graninha...
=)
Descola a receita das estrelinhas pra gente? ;)
mais uma vez, lindo.
Lindo mesmo.
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