por Combatentte Xavier
O ano é 2011, marca lá no calendário.
Ascendência africana muito bem representada,
Eis a história de um povo que vai ser recontada.
Desde o Velho Iguaçu, mil histórias abafadas,
por Combatentte Xavier
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por Pedro Felipe Araújo
“Você precisa saber de onde vem para poder dizer para onde vai.” Disse um poeta uma vez, cujo nome já não me recordo, mas a frase em sua essência me chamou a atenção. Me fez pensar o quão importante é o nosso passado para nós mesmos e o grau de conhecimento que precisamos ter para que saibamos a fundo quem realmente somos. Confesso ter uma característica filosófica muito menor do que gostaria e por algum tempo esta bonita passagem ficou esquecida em algum canto da minha memória, mas na última quarta-feira, quando presenciei o pontapé inicial do projeto Quilombar, esta frase emergiu imediatamente do esquecimento.
O projeto Quilombar, criado pelo procurador-geral de Nova Iguaçu, o Sr. Augusto Werneck, em parceria com a EDUCAFRO, é um programa de identificação, demarcação e titulação fundiária de terras ocupadas por remanescentes de quilombos. Os quilombos eram os locais de refúgio dos escravos negros brasileiros e representaram uma das mais importantes formas de resistência à escravidão. Localizavam-se em regiões afastadas, embrenhados nas matas, e os núcleos se transformaram em prósperas aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e ao comércio.
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por Joyce Pessanha
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por Joaquim Tavares
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por Abrahão Andrade
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por Fernando Fonseca, Hosana Souza, Josias Sabino, Thayara Cristine e Vinicius Freitas
A – Atraso, amigos, aconchego, amendoim. “Sempre três por um real”.
B – Bilhete único, Belford Roxo, barulho, balanço. “Não entendo como as pessoas dormem com esse sacolejo todo!”
C – Coca-Cola, camelô, cansaço, Central do Brasil. “Ainda bem que fico na Central, do contrário me perderia todos os dias. O que eu reponho de sono no trem, não está no mapa”.
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por Yasmin Thayná
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por Hosana Souza
Na manhã do último sábado ensolarado, ainda cedo, preguiçosamente me arrumei para o trabalho. Meu destino era um evento do Programa do Governo Federal “Brasil Alfabetizado”. Logo ao entrar no pátio da Escola Municipal Monteiro Lobato, me vejo recepcionada pelo Mickey e por uma animada banda a tocar O Barquinho, de Roberto Menescal. Sorri. A banda formada pelas crianças da escola com seu uniforme azul era conduzida por um maestro caprichosamente vestido com um terno. Em alguns minutos, descobri que o alegre personagem da Disney era, na verdade, um morador do bairro da Posse. E que não enxergava nada com aquela cabeça gigante de espuma que lhe tranasformava. “É insuportavelmente quente”, resmungou Adriano França, o Mickey, enquanto distribuía maçãs do amor para crianças com o olhar encantado.
Para entrar no pátio da escola é necessário atravessar um corredor, branco e largo, com alguns degraus. Eu o fiz na companhia de Dona Ione Vital, de 69 anos. “Eles não podem fazer escada sem corrimão, fica muito mais dificil”, disse ela enquanto a auxiliava na subida dos cinco degraus. Ao finalmente entrar no pátio e subir o olhar, fui tomada por uma explosão de cores, movimentos, aromas, sons. Crianças, adultos, idosos. Filas, apresentações, brincadeiras, politicos. Dezenas de coisas acontecendo em um pequeno espaço de tempo e lugar.
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por Marina Zuqui
Mesmo com toda a movimentação do Brasil Alfabetizado, o jovem Douglas Dias dos Santos, 15 anos não passou despercebido. Cursando o 2º ano do ensino médio no Colégio Estadual Califórnia, ele participa do grupo “Capoeira Alternativa”, projeto ministrado por Bruno Vasconcelos e Paula Gisele, ambos professores de capoeira no Riachão. Douglas Dias não é um garoto qualquer. Sua história começa bem cedo, quando seus pais se separam e ele vai morar com a avó, pois sua mãe não trabalhava e seu pai não o ajudava. Algum tempo depois sua mãe conseguiu juntar um dinheiro e arrumou sua casa, mas não quis ir morar com ela, pois já estava apegado à avó, e sua mãe já tinha um parceiro com o qual teria sua irmã.
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por Amanda Granja
Doralice Pinheiro Coimbra, mais conhecida como dona Dora, está entre os idosos que frequentam o Brasil Alfabetizado. Ela tem 78 anos e há 3 anos descobriu que este programa do Governo Federal é uma experiência pedagógica e, claro, divertida.
Ela só tem elogios para seus professores. "Els são ótimas pessoas, pacientes e estão sempre prontos para ensinar", diz ela, que também aprende na convivência com eles.
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por Leandro Oliveira de Aguiar
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por Pedro Felipe Araújo
No dia 21 de maio de 2011, aconteceu no Colégio Estadual Monteiro Lobato, no centro de Nova Iguaçu, um evento idealizado pela secretaria de Educação para promover confraternização entre alunos e professores do programa Brasil Alfabetizado. Este projeto já letrou mais de vinte mil pessoas de todas as idades em Nova Iguaçu.
A festa foi aberta ao público e promoveu uma série de ações sociais, tais como retirada de documentos e cadastro em projetos como o Bolsa Família. Além disso, reuniu diversas personalidades iguaçuanas.
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por Dine Estela
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por Combatentte Xavier
Nas encruzilhadas da vida cada um faz o seu caminho,
Rompendo o silêncio dos muros uma voz vem surgindo.
Bruno Tavares da Silva, 33 anos, profissão professor e rimador,
Encontrou na palavra a ferramenta do educador.
As ruas começaram a seduzi-lo desde a infância,
O skate quebrou o preconceito e a distância.
Quebrar paradigmas virou sua missão,
E o Rap é o bisturi que opera a transformação.
Aplicando a metodologia Paulo Freiriana,
O Complexo Penitenciário de Bangu se inflama.
A rebelião agora é superbem esquematizada,
Através de versos e rimas e não à mão armada.
Ao presenciar a perda de muitos amigos B.Makalé, para os conhecidos,
Fez da educação seu passaporte para o submundo dos presídios.
E da melhor forma possível sem cometer nenhum delito,
Graduado em letras orgulha-se por ter escolhido.
A única vaga de professor para os alunos mais temidos
Lecionar para inúmeros bandidos tornou-se um desafio e não um risco.
Entre cinquenta candidatos só ele aceitou o cargo,
E hoje colhe bons resultados de alunos esforçados.
Durante quatro dias da semana ele é recebido como um médico
Que leva o santo remédio à escola apelidada de refrigério.
Os alunos relatam que estão resgatando sua dignidade,
Finalmente a educação na vida deles vem trazendo liberdade.
Apenas vinte por cento dos detentos tem acesso à educação,
A cada dia que passa cresce o número de inscrição.
Passar algumas horas fora das celas representa um resgate
Amenizando e lutando contra o sofrimento do cárcere.
Esse é o papel de educadores como B. Makalé,
Ressocializar aqueles que a sociedade não quer.
A educação trouxe liberdade para dentro dos muros da angústia.
E a sociedade se preocupa apenas em saber quanto isso custa!
Explorar potencialidades por dentro das precariedades do sistema
É desenvolver motivação, autoestima e realização plena
Mesmo cumprindo prolongada pena, a ignorância é a pior sentença,
Por isso que temos uma população carcerária tão intensa.
Novos presídios são construídos e poucas escolas são sequer reformadas
Sabe o que mais um detento relata?
Que nas ruas a escola é mal aproveitada
Desmotiva porque não rompe com métodos arcaicos
Formando indivíduos totalmente inaptos
Fica difícil desenvolver bons hábitos.
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por Raize Souza
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por Lucas Xavier
Neyde Maciel com os produtos usados na "Oficina da Beleza" |
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por Marcelle Abreu
Quem passou pela Escola Municipal Monteiro Lobato na manhã do último sábado pôde perceber uma grande movimentação. Quem teve a curiosidade de saber o que estava acontecendo aproveitou para tirar a identidade vencida há anos, ou até tirar a primeira via. Houve também quem conseguiu a carteira de trabalho que por falta de tempo era sempre deixada para depois. As crianças também se deram bem, pois o que não faltou foi entretenimento para eles. Teve pula-pula, Mickey distribuindo algodão-doce e maçã do amor, apresentações de capoeira e muito mais. Ou seja, programa para toda família. Depois de resolver a documentação, que tal verificar a pressão e a glicose? Sempre bom estar com saúde em dia e quando o assunto é beleza, não há mulher que resista e o Instituto Embelleze estava lá marcando presença e garantindo um dia especial a todas as presentes.
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por Jéssica de Oliveira
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por Dannis Heringer
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por Hosana Souza
22h15m – Central do Brasil. Composição com destino ao terminal Japeri. Trem parador, tempo estimado de viagem: uma hora e quarenta minutos.
“Vem que tem, vem que tem. Economia é com o gordo do trem”, grita com chocolates a um real e sorrisos gratuitos Pedro Bezerra. Engana-se profundamente quem supõe que o trem é um simples transporte público. A sagaz e exploradora Supervia avisou: “O Rio passa por aqui”. O trem, principalmente nos horários de rush, é simplesmente o maior pedaço de vida da cidade.
Primeiro vagão
“Esse é o vagão que não paga a conta de luz”, brinca a diarista Luciana Lima com o fato de que raramente as luzes desse vagão estão acesas. O que não é de modo algum um incômodo. Para os dorminhocos de plantão, o balanço do trem é melhor que qualquer música calma e um quarto de dormir. “O trem é um berço pra mim”, diz o jornalista Vinicius Tomas.
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por Dannis Heringer e Larissa Leotério
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por Juliana Portella
No próximo sábado, 21 de maio, a partir das 9 horas, a Prefeitura de Nova Iguaçu, através da Coordenadoria de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), realizará grande Ação Social na Escola Municipal Monteiro Lobato.
Com objetivo de resgatar a cidadania dos mais de três mil alunos do Brasil Alfabetizado - programa de erradicação do analfabetismo que, em parceria com o Governo federal, é realizado no município desde 2006 -, o evento oferecerá diversos serviços gratuitos: emissão de documentos, cadastramento para beneficiários do programa Bolsa Família, verificação de pressão arterial, isenção para emissão de 2º via de documentos, assistência jurídica, inscrições para o curso do Sesi/Senai, aplicação de flúor e exame de glicemia.
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por Saulo Martins
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por Rodrigo Caetano
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por Fernando Fonseca
Imagem: internet |
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por Pedro Felipe Araújo
Eles estão por aí todos os dias, salvando vidas e indo ao encontro daqueles que precisam de sua ajuda. Super-heróis do cotidiano, eles são os socorristas do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência).
Sempre que alguém precisa de cuidados médicos sabe que contará com uma equipe médica competente se acionar o 192 do celular. Mas quem são esses homens e mulheres por baixo dos macacões, que dedicam suas vidas ao próximo? “Estar dentro de qualquer grupo que se dispõe a ajudar aqueles que precisam, por si só, já é muito gratificante”, diz a técnica em enfermagem Fabiana Pacheco, uma mineira de 28 anos que mora em Miguel Couto.
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por Jéssica de Oliveira
por Raize Souza
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por Dine Estela
A instantaneidade e a qualidade do áudio não são as únicas novidades. Com o advento da era digital, o ouvinte pode ver, ouvir e ler as informações sobre a música que está sendo executada em tempo real sem as interferências do sistema analógico do AM e FM, além de obter informações personalizadas sobre trânsito e meteorologia. A qualidade do áudio se equipara ao melhor som de CD, atendendo aos ouvintes mais exigentes da música clássica. O rádio digital também permitirá a transmissão de vários programas para públicos distintos pelo sistema broadcasting.
O Rádio Digital de que estamos falando nada mais é do que a digitalização das ondas hertzianas para a internet1, mas seu impacto sobre a radiodifusão, principalmente a comunitária, é no mínimo reanimadora, posto que retira estas rádios dos limites da lei que restringe as transmissões do raio de 1km para o mundo. Hoje já se pode ouvir uma rádio comunitária até de outro país com qualidade de áudio através da internet. Ainda há localidades que o sinal de FM chega tão ruim que somente através da internet é possível ouvir a programação de algumas rádios que já se digitalizaram, tanto comerciais como comunitárias, vide o caso da rádio comunitária Novos Rumos FM, Band, CBN entre outras.
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por Juliana Portella
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por Rodrigo Caetano
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por Amanda Granja
O anel é uma forma de elo entre o casal, uma junção dos dois em um só. Uma joia de valor, ao menos sentimental. Compromisso é um acordo, obrigação, promessa mais ou menos solene; é dívida que se deve solver em determindado dia; encontro marcado.
Antes disso, os compromissos eram dividos da seguintes forma: os jovens se casavam cedo, eram quase obrigados a se apaixonar pela primeira pessoa que conheciam. Fora os que os pais já haviam prometido a mão a quem nem conheciam.
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por Saulo Martins
Em 2 de abril de 2010, Chico Xavier completaria 100 anos. Não por acaso, no mesmo ano foram lançados três longas-metragens envolvendo seu nome e sua história: "Chico Xavier - O Filme", inspirado em sua biografia, dirigido por Daniel Filho; "Nosso Lar", inspirado na sua obra psicografada mais famosa (que leva o mesmo nome), dirigido por Wagner de Assis; e "As cartas psicografadas por Chico Xavier", documentário sobre o seu trabalho mediúnico contado por pessoas que foram atendidas por ele, dirigido por Cristiana Grumbach. Ainda nessa linha, no começo de 2011 aconteceu a estreia de "As mães de Chico Xavier", que retrata a história real de três mães que tiveram cartas psicografadas por Chico. Dirigido por Glauber Filho (que já havia explorado o universo espírita em seu filme de estréia "Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito - 2008") e por Helder Gomes.
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por Lucas Xavier
Cada um torce de um jeito.
Existem aqueles mais reservados, que mantêm a comemoração, a explosão do resultado dentro de si. São os mesmos que também não externam as dores da derrota.
Existem os nervosos, os emocionais. Não conseguem reprimir o grito de ‘gol’ na garganta. Não conseguem reprimir, também, um palavrão que não merece estar em um texto jornalístico, muitas vezes direcionado à mãe do árbitro.
E existem os botafoguenses.
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por Marcelle Abreu
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por Yasmin Thayná
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por Hosana Souza
A maioria das pessoas, quando perguntadas sobre grandes centros de consumo, automaticamente pensariam em um Shopping Center. A primeira imagem, porém, que me vem à cabeça é de um elemento com apenas quatro letras: o trem. As velha composições de metal que cortam o estado do Rio de Janeiro, com seus barulhos, histórias e aromas. Um mercado de pessoas e vida.
Os camelôs são praticamente a alma do trem. Sem eles e seus objetos de extrema importância cotidiana, as viagens de no mínimo uma hora provavelmente não teriam a menor graça. No trem, você pode comprar desde um belo lanche – doces, biscoitos, pipoca, amendoins, bebidas e picolé -, até utensílios domésticos como descascador de abacaxi, guarda-chuva, cadeira de praia, revista, controle remoto, carteira, bolsa, caderno, caneta e manual para concursos públicos. “Tudo isso e muito mais é aqui na minha mão, senhoras e senhores. O passatempo da sua viagem!”, grita um deles, enquanto some na multidão.
“São inúmeras as coisas que a gente encontra no trem e que não podemos deixar de comprar”, diz a técnica de laboratório Elza Beatriz. “Tem muita coisa boba, tipo caneta. Em dez minutos, ela para de funcionar, mas tem muita coisa útil também. Eu tenho, por exemplo, um descascador de batatas que é uma maravilha que comprei no trem”, completa Marli dos Santos, uma das muitas amigas que Elza fez em viagens da Central até Japeri, cortando a Baixada Fluminense e outras regiões.
O mercado dos trens cariocas atrai não só olhares curiosos como também empreendedores. Luciano Matos, um paulista de 34 anos, se orgulha de ter abandonado a terra da garoa para viver como camelô nos trens do Rio. “Estou aqui já há 16 anos. Minha renda é muito boa, mas não é só por isso que eu continuo aqui. Amo meu trabalho”, diz ele que com o dinheiro que produz no trem já constituiu família em Bonsucesso.
Melhor que a Polishop
Luciano é conhecido nos trens por ser o vendedor com microfone. “Eu o conheci vendendo um aparelho de tirar suco de laranja sem precisar descascar a fruta. Eu nunca vou usar aquilo, provavelmente já perdi dentro da minha mochila, mas a apresentação dele é tão legal que me convenceu. Melhor que a Polishop”, brinca o estudante de Química da UFRRJ Eduardo Veroneses.
“Eu só trabalho com produtos de utilidade doméstica. O que faz as vendas crescerem é a apresentação. Não me visto de qualquer jeito, brinco e tiro suco na hora. Ensino as pessoas a usarem. Se você reparar bem é um pedaço de plástico, mas a minha apresentação faz com que isso tenha valor”, explica Luciano, que fabrica seus produtos em parceria com um amigo de São Paulo, “Eu não trabalho com porcaria! Vejo o que mais vai vender, converso com ele, monto a apresentação e posso garantir que meus produtos duram mais de dois anos”.
O microfone sem fio que utiliza foi comprado apenas por causa de um problema na garganta. Contudo, o retorno foi tão positivo que se tornou estratégia de marketing e marca registrada. “As pessoas me reconhecem pelo microfone. Hoje forneço meus produtos para mais oito camelôs”, conta ele enquanto atende o telefonema de um companheiro, que o avisava sobre a marcação que os seguranças da SuperVia – empresa responsável pela administração dos trens do Rio de Janeiro - estavam fazendo em Deodoro.
Luciano se preparava para cursar a faculdade de nutrição em sua terra natal, quando foi surpreendido por um problema na visão. “Eu quase fiquei cego. Tive de fazer transplante nas duas córneas. Hoje enxergo mais ou menos”, relembra. Por causa da cirurgia e de seu tempo de recuperação longo, acabou perdendo seu emprego de estoquista. “Meu irmão comentou que vender coisas no trem dava certa grana e não exigia tanto esforço. Eu fui”, conta ele, que começou nos metrôs de São Paulo, mas ao saber da fama dos trens do Rio embarcou em um ônibus sem medo para tentar a sorte.
Boa vontade
Engana-se quem pensa que trabalhar de camelô é fácil. Além de passar o dia todo caminhando entre um vagão e outro, esses homens e mulheres têm de aprender a dar atenção a seus consumidores e mais ainda, estar sempre atentos aos guardas das estações da Supervia, caso não queiram perder a mercadoria. “É ilegal, nós sabemos. Mas acredito que a Supervia podia nos cadastrar. Quem trabalha direito pagaria até taxa, numa boa. Até porque eles aceitam o pessoal da Vivo, da Nestlé. Tinha que incorporar, com ordem, todo mundo. O que falta é boa vontade”, explica o camelô Roberto Silva.
A organização dos camelôs é verdadeiramente surpreendente e de um cálculo matemático que vai além da compreensão de quem não pertence àquele mundo. Sem papel ou caneta, eles se mantêm organizados, desde os horários até as linhas de trem que irão passar. Evitando, assim, um acúmulo de pessoal ou produto em uma linha ou horário. “Normalmente a gente reveza os horários durante a semana e troca de linha a cada mês. Hoje estou no trem das dez na linha Japeri. Daqui a duas semanas estarei à tarde na linha de Belford Roxo”, explica Luciano.
No grande Shopping de Metal, você pode encontrar de tudo um pouco. O maior transporte público do Rio de Janeiro tem mais que a função de levar e trazer pessoas; carregam vidas, grandes histórias, talentos. Como brincaria o camelô: “Refrigerante quente é na mão do concorrente!” Embarque no Japeri mais próximo e se permita viver.
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por Leandro Oliveira de Aguiar
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por Joaquim Tavares Júnior
Em Portugal, mais precisamente em Vila das Aves, a cerca de 30 km da cidade do Porto, localiza-se uma curiosa escola: a Escola da Ponte. Para quem nunca ouviu falar, vale um pequeno resumo de sua história. A Escola da Ponte é uma escola pública que sempre recebeu alunos muito “problemáticos”. Com resultados desastrosos, José Pacheco, o diretor, resolve repensá-la e em 1976 inicia-se o processo de autonomia curricular que é a marca da escola (ela é a única no mundo que alcançou este marco). A partir daí, mudanças ditas como impossíveis aconteceram e uma série de fatores levou a Escola da Ponte a se tornar referência, incluindo os resultados alcançados por seus alunos, que estão entre os melhores do país.
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por Raize Souza
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por Joyce Pessanha
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por Dandara Guerra
A prática de marcar o corpo chega a ser algo tão antigo quanto a própria humanidade. Foram vários os povos que cultivaram esta forma de expressão. Parece até mentira, porém, há indícios de que múmias egípcias do sexo feminino escondem tatuagens, que remontam a 2160 a. C, que cultuam a fertilidade. Com o passar dos anos, esta prática se alastrou por todos os continentes, com diferentes finalidades, que vão de rituais a identificação de grupos socias.
Atualmente cada país há um comportamento diferenciado para lidar com tatuagem. No caso do Brasil, a maneira mais fácil, para simplificar, seria a moda, com utilização de cores vibrantes em uma infinidade de estilos: sexy, marcante, agressiva, forte, com ar de rebeldia…
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por Jéssica de Oliveira
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por Raize Souza
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por Hosana Sousa
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por Juliana Portella
O conhecido projeto entre estudantes normalistas da Cidade de Nova Iguaçu, o Fala Sério!, que é realizado toda quinta-feira no Sesc, sempre em dois horários, das 9h às 12h e das 14h às 17h, teve uma edição especial em comemoração ao aniversário da Baixada, celebrado dia 30 de abril. O que era pra ser uma exibição de filme acompanhada de debate foi um voo histórico com direito a debate de agitadores culturais e historiadores locais, sobre a contemporaneidade da região e suas potencialidades.
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