por Hosana Sousa
Contudo, em Comendador Soares – Nova Iguaçu, a tradicional paixão pelo feriado surge a cada ano pelo mesmo motivo e com muito mais trabalho. O feriado marca nada menos, que a maior festa da Cristandade, sinalizando a paixão, morte e ressurreição de Jesus para as igrejas. E tradicionalmente nesse bairro iguaçuano, um grupo de mais de trinta jovens reproduz a saga de Cristo com música e teatro. “Nós damos uma nova cara a igreja”, brinca Eduardo Veronese, 18 anos, coordenador do Grupo Jovem da Paróquia São Francisco de Assis.
A encenação dos últimos dias de Jesus Cristo em Comendador Soares é feita há mais de dez anos. O Grupo Jovem Seguidores de Francisco, ligado à Pastoral da Juventude Católica, é o responsável pela peça já há três anos. “Os jovens organizam a peça desde a época em que eu era um deles”, brinca Renato dos Santos, ministro do batismo, “O grupo ficou parado por uns três anos e retornou há quatro. É notável a diferença da celebração com e sem a presença da encenação. Tudo fica mais rico e emocionante com o teatro e cada ano os meninos vêm caprichando mais”, encerra.
A presença da juventude na paróquia se faz durante todo o ano, porém, nenhum membro da igreja, hoje, consegue desligar a imagem dos jovens do teatro. O grupo, que inclusive já realizou apresentações em outros locais, conta com o apoio da coordenação da igreja, tanto com paciência, quanto com ajuda financeira. “Ter jovens na igreja é muito importante. Apoiá-los e ajudá-los a caminhar é mais ainda”. diz o Pároco Pe Max.
O tempo para os jovens funciona de modo impar. Um espetáculo que dura cerca de 50 minutos e tem um roteiro original a cada ano deve ser preparado com calma e carinho, certo? Bom, carinho com certeza não falta, agora calma e tempo são palavras que a juventude ainda não incorporou. “Todo ano é essa correria e em todos os eventos. Natal, Páscoa, Pentecostes. Tudo que a juventude se compromete a fazer ela faz, mesmo que o ensaio seja um dia antes e nós fiquemos aqui até às duas da manhã”, comenta o estudante universitário William Carlos, um dos membros do grupo jovem.
A apresentação deste ano foi pelas ruas do bairro e os ensaios se iniciaram com exatos trinta dias de antecedência. “O que fazemos é verdadeiramente uma maluquice. Mas nós adoramos”, brinca Aline Marques. “É muito bom recontar a história de Cristo. Eu sempre me emociono, passo a apresentação inteira arrepiada”, conta a jovem, que é a responsável pelo figurino. “A Paixão de Cristo foi o que me fez retornar à igreja e esse é um testemunho não só meu. Aqui nós aprendemos muitas coisas, desde que tudo pode ser resolvido com grampo, durex e cola quente, até o quanto a amizade e o companheirismo fazem diferença”, encerra.
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