por Saulo Martins
Sempre me interessei pelas relações humanas. Pra mim são, e sempre foram, muito interessante os laços que as pessoas criam baseados em palavras, ações e sentimentos. Esse interesse é um ingrediente importante quando eu procuro algum filme ou livro, e talvez tenha sido esse o motivo da minha identificação com Quem tem medo de Virginia Woolf? (Who's Afraid of Virginia Woolf?, 1966), do diretor Mike Nichols.
Logo no seu primeiro longa-metragem, Nichols conseguiu a façanha de ser indicado para todas as categorias do Oscar que ele poderia, vencendo cinco (Melhor atriz [Elizabeth Taylor], Melhor atriz coadjuvante [Sandy Dennis], Melhor Fotografia Preto-e-branco, Melhor figurino preto-e-branco e Melhor direção de arte preto-e-branco). É quase possível comparar o filme e o diretor com Orson Welles e seu filme de estréia Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941), indicado para sete categorias do Oscar e considerado o filme mais importante na história cinematográfica. As duas obras têm uma importância histórica e qualidades inovadoras, dignas das suas indicações ao Oscar.