Nova Iguaçu alternativo

quinta-feira, 28 de julho de 2011

por Joyce Pessanha



Enquanto o restante do Rio de Janeiro se veste de vermelho e preto pela vitória do Flamengo, os jovens da baixada se cobrem de preto e inundam as ruas do centro de Nova Iguaçu em direção ao espaço cultural Sylvio Monteiro para assistir a programação do espaço do rock que está rolando por lá nesta semana. Mas antes de a guitarra berrar e o som alternativo tomar conta do palco montado para apresentações de bandas, rolou a exibição do filme: Titãs - A vida até parece uma festa. O longa contou a história da divertida trajetória da banda, suas fases, composições, gravações, escândalos e shows lotados desde sua formação na década de 80, mostrando jovens talentosos e determinados a cantarem suas verdades ao país, e que em alguns momentos mais parecia um refúgio do mundo para os integrantes da banda. No olhos dos jovens que assistiram a programação se via a inspiração para também realizarem seus sonhos e quem sabe formarem suas próprias bandas e também cantarem suas verdades. 
E não é pra menos que os jovens presentes estivessem tão inpirados, o Sylvio Monteiro exala rock’n roll por toda parte, quem subisse na sala de exposições, por exemplo, poderia conferir a exposição de fotos “Baixada Independente” com fotos de shows de bandas da localidade até em outros países. 
Ainda dá tempo de conferir a programação, clique aqui e veja o que ainda vai rolar por lá até domingo.

Quem quer ser um pedagogo?

por Joaquim Tavares



Você sabia que durante toda a sua formação acadêmica diversos pedagogos estiveram envolvidos de diferentes maneiras? Ou melhor, alguém sabe qual o alvo de estudos da Pedagogia? Pois bem, de forma bem resumida, a Pedagogia vem a ser o estudo da Educação e suas formas de ensino. Seria uma espécie de aprender a ensinar.
A própria palavra Pedagogia já é autoexplicativa: do grego - paidós (criança) e agogé (condução). Seu caráter está diretamente ligado com o ensino das séries iniciais, mas essa é apenas uma de suas áreas. O pedagogo, além das já tradicionais salas de aula, pode atuar em empresas, ONGS, movimentos sociais, coordenação e orientação pedagógica, área militar e até em hospitais.
Assim como muitas outras carreiras, a Pedagogia tem um desprestígio muito grande. Isso se faz presente nos números dos vestibulares que situam o curso como um dos menos concorridos dentre todos os oferecidos. Outro reflexo muito significativo da desvalorização dessa profissão é a sua baixa remuneração. Longe do “estrelato” dos grandes cursos como Direito e Medicina, a Pedagogia ‘mata um leão por dia’ para provar o seu valor e não ser caracterizada como ‘curso de esperar marido’ ou de corte e colagem.
Todos esses fatores fazem nascer um fenômeno curioso e complicado, em uma sala com cerca de 45 calouros desse curso, no máximo cinco querem de fato a Pedagogia. “Eu queria Ciências Sociais. Achei que largaria logo, mas comecei a gostar da Pedagogia. Pretendo trabalhar com coordenação na área militar. Sou estagiária da Escola Naval e isso confirmou o minha escolha”, diz a estudante de Pedagogia, Stella Sayão, de 22 anos, já no último período do curso, “A Pedagogia te proporciona um mercado de trabalho muito extenso, pode não ser o melhor do mundo, mas tem muita coisa para fazer. No entanto, só vou saber se valeu a pena para mim quando eu terminar o curso, mas toda a experiência foi muito válida”, completa preocupada.

Parabéns ao Poeta

quarta-feira, 27 de julho de 2011

por Juliana Portella


Moduan Matus comemora seu aniversário no dia do escritor e lança  três livros


Na última segunda-feira (25/07), foi dia do escritor brasileiro e, para comemorar, muita poesia. Foi realizado, no espaço Cultural Sylvio Monteiro, o “Encontro de Poetas e Afins”.   O grande destaque dessa noite de festa foi o lançamento simultâneo de três livros do poeta e também aniversariante, Moduan Matus. O presente foi em dose tripla. O poeta lançou os livros: “A Palavra”, “Quintais Tropicais” e  “Poema Caótico”.

Aos cinquenta e sete anos, com dezessete  livros publicados, o poeta que enfeitava as portas de estabelecimentos comerciais  da Cidade de Nova Iguaçu com  sua poesia a giz, lançou seu primeiro livro de poemas visuais, “A Palavra”. Essa nova manifestação literária caracteriza-se por valorizar a imagem. A poesia é reduzida ao mais simples. É uma composição harmônica da palavra que permite o ver e sentir da poesia. Em "Quintais tropicais" o autor nos presenteia com haicais –  poema de origem japonesa representado em poucas palavras –  . “A intenção foi tropicalizar esse poema de origem japonesa. Colocar a realidade daqui em três linhas. Conta Moduan sobre esse livro de haicais abrasileirado.

Para quem nunca estudou letras no meio acadêmico, Moduan Matus mostra que domina a poesia. “Eu nunca estudei letras. Comecei a estudar contabilidade mas não conclui. Tudo que sei sobre poesia aprendi devorando livros.” Revela. 

O terceira obra, “Poema Caótico”, foi escrito  de forma coletiva, por  duzentos e sessenta e oito autores no decorrer de dez anos, organizado por Moduan e Sil.

O encontro reuniu muitos escritores da região. Estavam lá: Lilian Tabosa, Eudis Pestana, Henrique Souza, Marujo, Sil, Marcelo França, Silvio Silvícula, Cristiano Mello de Oliveira, Marcio Rufino e outros.

Tribos de poetas

Na região da Baixada Fluminense a militância literária é forte. Além do movimento Baixada Literária que transforma a região em uma grande biblioteca, existem  coletivos que promovem encontros regularmente. A “Gambiarra Profana” de Belford Roxo, por exemplo, existe há onze anos e conta atualmente com a participação de vinte e três poetas que valorizam a produção textual coletiva.  Além  da "Gambiarra Profana" existem o “Pó de poesia” e o “Fulanas de Tal” que é formado somente por mulheres.

O poeta Marcio Rufino, da Gambiarra Profana recitamdo um de seus poemas.

Moduan Matus comemora 57 anos em ritmo de poesia

Lilian Tabosa recita um de seus poemas

Recuse imitações

quarta-feira, 20 de julho de 2011

por Dandara Melo





Desde que nascemos começamos a engatinhar, a descobrir os objetos que nos rodeiam e depois de um tempo adquirimos o ato de caminhar. São pés compridos, curtos, largos, estreitos, achatados, brancos, negros, feios, bonitos. Independentemente dos formatos, sem eles não temos equilíbrio. E por que não deixá-los simples mas elegantes? 

Os chinelos Havaianas com os seus formatos e cores vêm agradando diversas classes, desde dos  pés mais sofisticados das madames, aos pés mais agitados do povão. Os mesmos, que andam de uma lado para outro, usam os chinelos por serem um modo mais prático e confortável para se locomover. Mas será mesmo que é verdade o que diz a logomarca “Havaianas: todo mundo usa”?

Rock in Nova Iguaçu

terça-feira, 19 de julho de 2011

por Dannis Heringer 

 

Com a cena musical da Baixada Fluminense a todo vapor, o Espaço Cultural Sylvio Monteiro terá a terceira edição  do Espaço do Rock , evento que agitará Nova Iguaçu entre os dias 27  e 31 de Julho. Com realização da Seis Cabeça Produções, o evento contará com exposição fotográfica,   mostra de filmes e  apresentação de vinte e quatro bandas alternativas.                              

Não, o nome da produtora não está errado. "Se escreve no singular, para ter a definição de monstro, é um coletivo onde todos têm a mesma cabeça." conta Yuri Chamusca, agitador cultural do grupo.  A Seis Cabeça produções é um grupo de  produtores  culturais que teve início no ano de 2007, em Nova Iguaçu, quando  Chamusca trabalhava no Espaço Cultural com Thaís Santos,  Leonardo Bazílio e Marcelo Farias. A proposta inicial era fazer um show da banda do Farias, no decorrer da produção,  eis que surge a grande idéia:  A de fazer um Festival. Já que fazer um show  o grupo  teria muitos gastos. Mesmo com tantas dificuldades para lançar um Festival na cidade, o grupo se uniu e levou o projeto adiante.

Mural da posse

segunda-feira, 18 de julho de 2011

por Jéssica Oliveira e REC publicidade


(clique para ver em tamanho ampliado)

Operação Beleza

por Luciana Izis

Dr. Rey, famoso cirurgião plástico. Fonte: internet

"Entrar na faca é um sonho".
Dar entrada num hospital, ser internado, tomar uma anestesia que poderá deixar a área insensível por meses e ainda encarar um pós-operatório pode ser vantagem para alguém? Sim, desde que seja o sonho desse mesmo alguém fazer uma cirurgia plástica reparadora.

Paula Silva, de 25 anos, teve um tumor nos seios no ano passado. Logo, além de ter sua saúde em risco, teve também a auto-estima bastante abalada. Precisou de colocar uma prótese de silicone nos seios para recomeçar uma vida nova. Agora, após a doença, mais do uma vaidade, essa cirurgia trouxe forças para um recomeço: "O medo de me aproximar intimamente de meu marido e de colocar uma blusa para sair na rua se foi graças à cirurgia plástica", desabafa.

Espera pelo fim

domingo, 17 de julho de 2011

por Vinícius Vieira

Sexta-feira, 15 de julho de 2011. 
Acordei às oito horas de uma manhã fria. Olhando pela janela, onde vi uma neblina característica do inverno, pensei: "hoje eu vou pegar o último Expresso para Hogwarts". Tratei de me arrumar. Havia comprado o ingresso, com um mês de antecedência, para meio dia e deveria chegar ao cinema cedo.


Antes de ir, entrei na internet pra ver como estavam os fãs da série e, vendo a quantidade de lamentos, a ficha caiu: "daqui a algumas horas eu vou dizer adeus à 10 anos de minha vida". Sequei, então, algumas lágrimas que correram pelo meu rosto e fui ao encontro do "Final Épico", como diziam os críticos da série.

Batata recheada

por Pedro Felipe Araújo

A festa da posse do novo secretário de cultura de Nova Iguaçu, o Sr. Anderson Ávila, ou melhor Anderson Batata, aconteceu entre os figurinos e a decoração da cultura nordestina. Pegando todo o espírito do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, que recebe o primeiro Festival de Cultura Popular da Bixada, o coquetel do novo secretário aconteceu em ritmo de festa junina, quebrando o velho protocolo de festividade formal.
        
Uma onda de cultura marcou o início da festa. Depois da oficialização da posse que aconteceu no teatro do centro cultural, os alunos do grupo “Voz e Movimento” fizeram o encerramento da cerimônia e trouxeram os convidados para a festa que continuou no pátio do Sylvio Monteiro. Em um ambiente mais descontraído, os convidados passeavam do Forró ao Axé, fazendo uma verdadeira salada cultural ao som da batucada.

Prazer em ser...

por Joyce Pessanha

Crônica

Nunca quis ser atriz, modelo, advogada, engenheira ou paquita da Xuxa. Nunca quis voar ou aprender a nadar. Nunca me dei com os que só vestem Colcci, Ellus, Nike, Adidas e bolsas da Victor Hugo. Os rockeiros me encantam, os funkeiros me arrancam sinceras e amistosas gargalhadas, os religiosos têm o meu respeito, os adolescentes a admiração pela paixão à vida, os idosos a profunda gratidão por uma vida de colaboração. Entretanto, não pertenço a nenhum destes grupos. Fico de longe, olhando, tentando entender, tentando traduzir as observações em palavras.
Admiro os fatos corriqueiros. Você talvez nem entenda, ou não perceba. Como uma mãe que chora a dor de um filho e tenta ser consolada, porque ela tem que se consolar? Perguntas. Um homem que luta a vida inteira por um sonho pra ver o mesmo sonho batendo em sua cara e lhe dizendo não. Ou um camelô que ganha rios de dinheiro vendendo água com 150% de lucro no trem, mas gasta tudo em cachaça, o amor pra sempre que dura apenas uma semana.
Sou de outra classe, não me encaixo nos engravatados, nos maquiados, nos que correm atrás do dinheiro e se esquecem do tempo precioso que é a vida, dos que vivem para ferir e passar por cima de outras pessoas. Depois de anos de procura e dúvida sobre minha vocação, descobri num teste vocacional o que todos os sinais já me apontavam. Sou jornalista. Mas, de novo, faço parte de outra espécie.

O dia em que eu virei adulto

sexta-feira, 15 de julho de 2011

por Saulo Martins



No caminho do cinema até a minha casa, minha mente borbulhou  ideias e constatações. Pode parecer, para aqueles não tão jovens quanto eu, que isso tudo é uma grande besteira. E de fato, pode até ser. Afinal de contas, é só uma série de filmes. Mas, quase como o evento que fecha o último ciclo que ainda me ligava com a minha infância. É, metaforicamente, um aniversário de debutante ou um Bar Mitzvá.  É perceber que eu não tenho mais nenhuma ligação intelectual com que eu era há 10 anos, esse era o meu único elo.

Os gritos e os assobios inundavam a sala de cinema, e também a minha cabeça. É difícil admitir que eu, um universitário, acostumado com filmes do Godard e músicas dos Novos Baianos com  – não muita –  barba na cara, como me disse alguém , esteja ali, compartilhando do mesmo sentimento de animação e ansiedade com crianças de treze  anos. Pra mim foram dez  anos de espera por um filme. Dez anos acompanhado o crescimento de personagens, amadurecendo junto com todos eles. Admirando, esperando, gastando boa parte das minhas mesadas com os livros e os ingressos para os filmes. É complicado fechar esse ciclo com esse sentimento de estar sendo ridículo ao pagar  – com muito orgulho –  para ver um filme onde terei que dividir o espaço com cem crianças atordoadas.

Não sei explicar os pontos positivos do filme, como eu costumo fazer.    Mesmo que eu o assista quinze vezes, tudo que eu vou conseguir enxergar é o fim de uma história que eu segurei por dez anos. É um filme que me tocou, mas não necessariamente por ser bom. Tudo que eu consigo dizer é que ele foi marcante pra mim em diversos pontos.

Eu não chorei, não gritei e não bati palmas. Pelo contrário,  inclusive.  Eu e minha prima, que me acompanhou,  ficamos muito irritados com as pessoas que se exaltavam demais. Por mais que a minha vontade fosse de dizer o quanto eu estava triste quando os créditos começaram a subir, a única frase que eu consegui dizer foi: “Isso nunca mais vai acontecer de novo.”

Talvez um dia eu perca essa visão romântica sobre a série. Talvez um dia eu consiga fazer uma crítica sobre ele, mas tudo que eu quero  – e sou capaz  –  de fazer agora, é dividir o sentimento mais confuso que eu já tive na minha vida.





Casa nova

quinta-feira, 14 de julho de 2011

por Dine Estela


O Jovem Repórter  era um projeto muito engraçado. Não tinha uma sala, não tinha nada. As reuniões de pauta aconteciam numa sala cedida pela Secretaria de Cultura, os computadores também eram pessoais. Foto somente de quem tivesse uma câmera pessoal. Mas nada disso fazia muita falta, tendo em vista que lugar de “repórter” não é dentro de gabinete mesmo. Pelo menos foi esse o ensinamento que o Julio Ludemir sempre tentou passar para seus aprendizes.

Mesmo com os parcos recursos o sucesso do projeto se fez pelo “olho clínico” de um escritor pernambucano que se encantou pelo Rio de Janeiro. “Meus critérios de avaliação são muito subjetivos. Quando vi a “marrentinha” Jéssica Oliveira mandar o secretário de cultura e a primeira dama saírem da frente porque estavam atrapalhando seu trabalho eu percebi que ela tinha uma atitude de repórter. Já o Peter  MC  me conquistou pelos seus belos olhos coloridos (um marrom e outro verde)”, brincou Julio. “O Peter MC  foi chamado para a Globo através do projeto”, acrescentou.

O projeto já foi muito citado por representantes do Ministério da Cultura na ocasião de sua participação da IV Conferência de cultura que aconteceu na cidade como um projeto modelo para a formação de profissionais comprometidos com a boa prática do jornalismo. Também foi lembrado na última plenária da ECO UFRJ pelo projeto Conexões Urbanas e Universidade na fala de Écio Salles (doutor em Comunicação da UFRJ) e Coordenador de Cultura e Educação da Secretaria de Cultura do RJ . Ele que já foi Secretário de Cultura de Nova Iguaçu hoje fala em levar a experiência para nível estadual. “Tenho muito orgulho de ter dado continuidade neste projeto iniciado pelo ex-secretário Marcos Faustini. Também acredito muito no potencial dos jovens como a nossa esperança. Entendemos que as periferias estão cada vez mais tomando o espaço dos meios não somente em tamanho mas em qualidade”, destacou

Muitos destes jovens tem entre 15 e 23 anos e nem estão cursando jornalismo ou áreas afins, mas tem na alma o dom de reportar uma notícia. Como é o caso de Yasmin Tainá mais conhecida como marrentona, que já escreveu mais de 40 matérias em um ano de projeto. O site mantido pelos jovens já pautou grandes mídias e funciona como vitrine para estes jovens profissionais. “Através do 
www.culturani.blogspot.com já pautamos vários jornais. Também já consegui vários empregos, inclusive meu curso de jornalismo na Castelo Branco. Então penso que é uma troca. ´Foi bom tanto pra mim, quanto para a Prefeitura. Meu facebook recebe vários comentários e pedidos de informações das minhas matérias. Fico muito gratificada mas gostaria que nos respeitassem mais”, desabafa Yasmin que se desligou do projeto. Assim como ela, vários jovens estão em situação parecida.

A nova gestão tem trabalhado para legalizar a situações de muitos desses jovens que estão com problemas de contrato e até mesmo sem bolsa auxílio, no entanto, mesmo sem grana para custear o mínimo, estes continuam fazendo o seu trabalho com a paixão que deve ter todo bom profissional. Este é outro ensinamento deixado pelo mestre Ludemir.

Com este reconhecimento o projeto luta para continuar encaminhando novos profissionais ao mercado e recebeu no último mês um bom reforço da nova gestão cultural com equipamentos, sala nova e até meio de transporte para a cobertura de eventos. Com os ensinamentos do mestre e todos estes recursos ninguém segura o JR. 

Imaginação dos deuses

por Lucas Xavier



Seis garotos estão sentados no tapete da sala de estar. No chão, muitos papéis, dados com número variado de faces, livros, lápis e borracha.  Uma sessão de RPG está prestes a começar.  Um dos rapazes está sentado um pouco deslocado do resto do grupo, em um lugar onde todos possam o ver facilmente. Ele é o mestre, e sua função é criar um mundo.  Um mundo que os outros cinco garotos vão habitar, desbravar e conhecer.

O RPG (Do inglês Role Playing Game) funciona de uma forma completamente diferente dos outros jogos. Não é uma competição entre os jogadores. Pelo contrário, todos os personagens do jogo fazem parte de um grupo de aventureiros que, juntos, irão batalhar e enfrentar hordas de inimigos. O mundo imaginário do Role Playing é criado por um dos jogadores, que é chamado de “mestre”. Ele não possui um personagem, mas cria o cenário e a história em que os outros jogadores viverão.

“Ser mestre é brincar de ser Deus”, afirma Leonardo Alottoni, 18 anos, rindo. “Se o mestre disser que está chovendo, é porque está chovendo. Não importa se o céu estava limpo ou não”, pontua. “Eu sou mestre de RPG desde meus 15 anos e não pretendo parar. Para ser mestre, é preciso ter vontade de entreter as pessoas, é necessário ter uma boa capacidade de improvisação e, principalmente, uma imaginação fértil”.


Rodas de protesto

por Leandro Oliveira




Protestar é uma atividade sagrada feita para que qualquer cidadão que se sinta no direito de colocar a boca no trombone e consiga expressar uma opinião que esteja entalada na garganta. E com esse direito em que não se pode profanar é que a tribo dos skatistas se organiza há alguns anos para realizar uma série de protestos que a cada dia toma mais corpo.

Com suas pranchas de rodinhas debaixo do braço, as quais reverenciam como uma “bíblia”, se unem contra a truculência de policiais militares no embates sobre a utilização da praça XV na cidade do Rio de Janeiro para fins poliesportivos. “Todos temos lugar ao sol”, brinca o vendedor Araujo Menezes, que sofre com as poucas opções para os praticantes em todo o estado.

A Praça XV virou um ponto de encontro e eles acontecem desde a década de 90.  A prática aos fins de semana virou uma cena clássica do skate carioca. Com o tempo, não só na cidade, mas como em todo Grande Rio e até o país, acabou virando o epicentro de toda a discussão sobre o direito de ir e vir. A cena da cultura underground está sendo ameaçada há alguns anos por uma liminar que proíbe a prática do esporte no lugar.
O argumento alegado inclui depredação de patrimônio público e incômodo aos pedestres que passam diariamente pelo local. O templo do skate no Rio de Janeiro agora  não pode ser mais utilizada por pressões reacionárias e sem fundamento como explica o estudante Antonio Medeiros: “O sol nasceu para todos. Nos fins de semana nós não deixamos o lugar ficar deserto e mal freqüentado. Vem gente da baixada, gente da zona sul e norte; é um local democrático”, reivindica o estudante Marcus Oliveira.

No mês de junho ocorreram protestos que passaram pelo Aterro do Flamengo até a Praça XV. Os protestos atraem alguns artistas como a atriz Cissa Guimarães que perdeu seu filho praticando o esporte de forma irregular e acabou virando madrinha do movimento. Estrategicamente, vem junto ou perto da data do dia mundial do skatista no dia 21 de junho, onde pipocam manifestações por todo Brasil e se arrastam pelos meses seguintes.

Perseguição
Alguns praticantes insistem que a perseguição beira à implicância como conta o grafiteiro Daniel Mesquita. “Existe um vídeo na internet em que um policial militar esqueceu de ir atrás de uma assaltante para ir atrás de um  skatista”, conta o jovem que participou dos protesto em 2007 e 2008. “A mulher e todos que estavam ali ficaram atônitos”, afirma com indignação.
 

O ideal que orienta a todos os participantes trouxe um sentimento de unidade a qual, para eles, vale a pena levantar o pavilhão da suas reivindicações. “Uma vez eu e mais dezenas de pessoas combinamos de ir juntos com nossos skates, assim os guardas não poderiam e nem teriam como nos prender a todos unidos.” conta o técnico em eletrônica Ronaldo Silvério, adepto do protesto com certo charme de desobediência civil para fins pacíficos. “Não esqueço a cara do guarda bufando de raiva sem conseguir tomar o skate de todos nós”, relembra com um enorme sorriso no rosto.

Para muitas pessoas influenciadas, essa é uma batalha mesquinha comparada com alguns problemas na cidade. O protesto pretende atingir esse público influenciado com a onda do “politicamente correto”. “Queremos ter um lugar para praticar nosso esporte. O skate é um esporte marginal, no bom sentido da palavra, por estar ligado aos jovens e guetos. Mais somos todos gente de bem e trabalhadora”, é o que pondera o professor de história Flávio Fernando para os governantes e seus grosseiros choques de ordens e abuso de autoridade.

Festival da cultura Nordestina invade a Baixada Fluminense

por Dine Estela




O meu primeiro repente vai ser pra essa fofinha
A mãe também nasceu fofa por isso ela é redondinha
Esse casal merece a primeira poesia minha.

Essa tá barrigudinha e tem um pretinho ao seu lado
Mas eu sei que ele é da outra do cabelo cacheado.
Eu percebo que esse preto tá morrendo apaixonado.

Tem um rapaz educado com esse óculos na vista
Perto daquele mulato que até parece alpinista
recebendo uma cestilha do cantador repentista.

Esse aqui é mais artista do que fotografeiro
tem esse queixo barbado e o cabelo até no meio
É como diz o ditado todo grande artista é feio.

Tenho que dar um recado pra quem controla esse som
Eu esqueci o meu plug mas mesmo assim está bom.

Isso daqui é repente só de viola sonora
Repente é palavra rápida e o verso solto na hora
E é tudo de improviso como eu tô fazendo agora […]

Brincando com a plateia o repentista Miguel Bezerra encerrou o primeiro dia do evento “Cordel com a Corda Toda”, que aconteceu no Espaço Sylvio Monteiro nesta quarta, 13 de julho. O artista que já gravou a chamada da novela Cordel Encantado da TV Globo é morador de Nova Iguaçu, Baixada Fluminense e já tem quarenta anos de trabalhos gravados num CD com 16 modalidades de repente. 

O festival da cultura nordestina oferecido pela Secretaria de Cultura da cidade de Nova Iguaçu vai até sábado, 16 de julho com várias atividades gratuitas com o objetivo de resgate da cultura popular brasileira. A programação oferece oficinas de composição de cordéis, xilogravura, apresentação de repentistas, rodas de debates com pensadores da cultura popular, exposição fotográfica e apresentações de manifestações típicas da região do Nordeste.


PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira, 14 de julho.

Tarde
15h Apresentação do esquete teatral “Romeu e Julieta.
15h Circuito de oficinas: oficina de teatro de cordel; oficina da composição de cordel e de xilogravura e visita guiada.

 Sexta-feira, 15 de julho.

 Manhã
9h Apresentação dos esquetes: “Teatro de Mamulengo”, “O Auto do Boizinho” e “Zé Mingau”, com a turma de crianças.
10h30 Apresentação de grupo folclórico convidado.
11h Workshow com xilogravurista, seguido de visita guiada, oficina de teatro e roda de cordéis.

Tarde
15h Apresentação da seqüência de esquetes: “Nordestes”, “Meninos de Rua” e “Chegança”.
16h Roda de bate papo com cordelistas Jota Rodrigues e Gonçalo Ferreira.
Sábado, 16 de julho.

Manhã
10h Circuito de oficinas: Oficina de teatro de cordel; Oficina de composição de cordel e xilogravura.

Tarde
15h Apresentação das esquetes “Nordestes”,“Romeu e Julieta” e “Chegança”.
16h Apresentação de grupos folclóricos da Baixada Fluminense.
16h45 Peleja de repentistas, encerrando o festival.





Integração Sociodigital

quarta-feira, 13 de julho de 2011

por Vitória Tavares



               

É fato que o nosso país vem crescendo socialmente. Os projetos educacionais  estão avançando, entretanto, o Brasil enfrenta um grande desafio: a questão do analfabetismo funcional. Um analfabeto funcional sabe ler, mas não dispõe do entendimento necessário para  ler um livro e divagar sobre ele, por exemplo. As informações surgem desconexas para pessoas que não foram estimuladas a compreender além do b+a=ba. 

Mas, um ponto que propõe um debate sobre essa questão são as famosas redes sociais. O Facebook, o Twitter, o Orkut e várias outras redes têm sido o estandarte da inclusão digital. O tempo que as pessoas dedicam ao lazer tem sido dividido com a internet, e com isso, forma-se um novo entendimento para com o analfabetismo funcional. Com a necessidade de se integrar, as pessoas que tem essa falha em sua formação intelectual, desenvolvem outra maneira que não a formal para se comunicar com o mundo; o que é incrível. Descobrindo se outro viés de comunicação, é desenvolvida a compreensão externa do ser humano com o mundo e, desta maneira, estimula-se a superação da falha intelectual do indivíduo envolvendo comunicação e escrita. As pessoas leem mais, escrevem mais e desenvolvem maneiras de se expressar pela internet.


 A aceitação de novos meios de linguagem e expressão é extremamente importante para a aproximação dos indivíduos com o mundo da palavra. Se para que um menino de Vila de Cava, ou qualquer outra periferia, tenha interesse em ler  e escrever   seja preciso o uso do Facebook inicialmente, é preciso apostar nesse fator.


 Não obstante, é indispensável à atenção para o lado que não é positivo dessa história toda. A internet não é  um mar de rosas e  oferece  perigos reais para a juventude. É sabido que existem quadrilhas virtuais de aproveitamento, tais como redes internacionais de pedofilia e golpistas. Mas isso pode ser controlado com  uma melhor vigilância da área de crimes virtuais e, com a integração da internet no ensino (fator que vem crescendo a cada dia) há de se desenvolver um direcionamento para o melhor uso de ferramentas digitais.


 Com toda a certeza, existem os que vão contra a inclusão social e intelectual por meio das redes sociais e internet, por acreditarem na norma culta de linguagem e nos meios quase aristocráticos de ensino. Mas de que vale um ensino que aposta em obras obsoletas e escritores mortos se a maior parte da população não entende nem o letreiro do ônibus? É preciso integrar, reunir, juntar, igualar: tornar real.  E nada mais real que a relação humana escrita exercida no dia-a-dia das tuitadas e do feed de notícias.

Com a Corda Toda

por Juliana Portella




Na tarde de  hoje, 13 de julho,  o Espaço Cultural Sylvio Monteiro foi tomado  por um grande burburinho artístico.  A  abertura do  Festival  Cordel com a Corda Toda reuniu  um  público de peso para  celebrar  e discutir  Cultura Popular, tendo a Literatura de Cordel como referência.

Os  destaques desse primeiro momento da maratona que é esse festival,  foram as apresentações de esquetes  teatrais  de muitos dos 340 alunos da rede pública de ensino que, diariamente, frequentam as oficinas de Literatura Cordel nos  Pontinho de Cultura em Nova Iguaçu,  coordenadas  por Marcos Covask.  "Pensamos em resgatar a cultura popular através da linguagem do teatro. Com esses novos adventos tecnológicos, é preciso preparar uma  juventude para além do Orkut, do cibernético.  A  literatura de cordel é importante nesse sentido, resgata valores, trabalha literatura."  Exclama Covask.

O resultado positivo das oficinas realizadas com as crianças é  notório. Fazer arte para além da sala de aula estimula a prática da leitura e aprimora o desejo pelo ensino.  "O teatro  me ensinou  as diferenças entre o que verso, poema e  prosa. Meu comportamento mudou, até as minhas notas subiram na escola. Sou menos tímida e acho que descobri um talento "  Conta a pequena Tayná Pereira, de 13 anos, estudante do 6º ano da Escola Estadual Machado de Assis, localizada no bairro da Prata, em Nova Iguaçu.

De acordo com Priscila Seixas, gestora de projetos da Burburinho Cultural, as oficinas que tiveram início em março deste ano na escolas são realizadas 2 vezes na semana em horário complementar as aulas regulares.


Missão da Cultura 



O novo  Secretário de Cultura, Anderson   Batata,   participou da abertura do festival  e não economizou palavras em sua intervenção. Parabenizando os agitadores do "Cordel com a Corda Toda", Batata defendeu  a bandeira de que cultura também  é  feita para além da sala de aula. E no que depender dele, a Cultura será  destaque na Cidade daqui pra frente. 

São muitas as expectativas  nessa nova gestão. Percebe-se que fôlego é o que não lhe falta.  " É preciso fazer a cultura que se produz aqui, circular Nova Iguaçu afora.   A missão da secretaria é  valorizar o que é daqui e levar isso para todos os cantos da Cidade. "   Afirma o Secretário. 

Avião arretado

terça-feira, 12 de julho de 2011

por Raíze Souza


Rio – Galeão – RJ /Recife – REC - PE
12 JUL 11

Sei que você, assim como eu, já está cansado de ver matérias relacionadas a problema nos aeroportos. Mas só sentindo na pele que você tem a certeza que as coisas precisam melhorar urgentemente. Cheguei ao aeroporto eram 6h30, sou obrigada a concordar com meu ex-professor de filosofia que dizia que acordar cedo é um crime. As pessoas estão com o rosto inchado, o corpo está lá mas o espírito continua na cama, não se tem paciência e nem raciocínio num horário desses. por isso você sentirá falta de nomes nessa minha matéria.

Cheguei ao aeroporto e fui direto para o saguão do check-in que, como sempre, estava lotado. Para evitar que pessoas que chegam em cima da hora não percam seu vôo, os funcionários ficam gritando atrás dos clientes cujos aviões vão partir para colocar na frente daqueles que chegaram na hora certa.

A fila era enorme e sinto vergonha e pena do atendimento. Vergonha porque são poucos funcionários para atender muitas pessoas. Se sofre dificuldades até para encontrar um funcionário para te dar alguma informação e acaba que o aeroporto vira uma bagunça. Pena, porque como são poucos para muitos, é fácil você vê-los correndo, desesperados ou sendo xingados por algum cliente.

Cordel que vem com a Corda Toda

por Juliana Portella



Nova Iguaçu em clima de poesia, rima, métrica e música. Vem aí o “Cordel com a Corda Toda”, um festival de cultura popular que será realizado  entre os dias 13 e 16 de julho, de quarta a sábado,  no Espaço Cultural Sylvio Monteiro,  em Nova Iguaçu. Com patrocínio da Eletrobras e apoio do Ministério da Cultura, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu e Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu, o festival  levará ao público uma maratona de atividades que resgata, celebra e discute a Cultura Popular Brasileira, tendo a Literatura de Cordel como referência. É um espaço de encontro de agitadores culturais da Região da Baixada Fluminense.

O festival levará ao público a oportunidade de conhecer um pouco mais da Literatura de Cordel. Entre as atividades, variadas e gratuitas, estão oficinas de teatro de cordel, composição de cordéis e xilogravura – técnica de gravura que se costuma utilizar nos folhetos – apresentação de repentistas, rodas de debates com pensadores da cultura popular e artistas, exposição fotográfica e apresentações de manifestações típicas com grupos folclóricos da Baixada Fluminense.

Além disso, o evento terá uma exposição com o resultado da primeira fase do projeto "Cordel com a Corda Toda" que começou em 2010 por iniciativa do grupo  “Burburinho Cultural”  que, além das oficinas na Baixada, percorreu a região Nordeste do país documentando em vídeo e em fotografia o que existe de mais genuíno nessa arte que chegou ao Brasil trazida pelos portugueses, se instalou na Bahia e foi, então, difundida pelo Brasil. O resultado das imagens coletadas pelo Nordeste gerou um documentário curta-metragem, que será lançado na abertura do evento.
Entre os destaques estão as apresentações de esquetes em teatro de cordel de muitos dos 340 alunos da rede pública de ensino que, diariamente, frequentam as oficinas de Literatura Cordel, Pontinho de Cultura em Nova Iguaçu, coordenada por Marcos Covask, ex-coordenador artístico da unidade do projeto “Nós do Morro”, em Nova Iguaçu, e professor de interpretação nas oficinas culturais do Museu da Maré.

Depois de meses de pesquisa, aprendizado e trabalho, chegou a hora de compartilhar a cultura do cordel com toda a comunidade e apresentar alguns dos mais importantes artistas populares brasileiros. O Festival Cordel com a Corda Toda  será uma grande festa que tem como principal objetivo resgatar a importância do patrimônio imaterial brasileiro.


PROGRAMAÇÃO

Quarta-feira, 13 de Julho. 

15h – Apresentação do esquete teatral “Chegança”, seguida da abertura oficial do evento com a equipe do projeto “Cordel com a Corda Toda”.
16h – Roda de bate-papo com o cordelista Edimilson Santini, a pesquisadora Maria Rosário e Ana Enne, professora da Universidade Federal Fluminense.
17h – Lançamento do documentário “Cordel com a Corda Toda”, com exibição do curta-metragem.
17h 35 – Apresentação do esquete “Romeu e Julieta”.
18h– Encerramento com a apresentação do repentista Miguel Bezerra.

Quinta-feira, 14 de julho.
 
Manhã
10h  – Apresentação do esquete teatral “História do Povo Quirá.
10h 30  – Circuito de oficinas: oficina de teatro de cordel; oficina da composição de cordel e de xilogravura e visita guiada.

Tarde
15h  - Apresentação do esquete teatral “Romeu e Julieta.
15h – Circuito de oficinas: oficina de teatro de cordel; oficina da composição de cordel e de xilogravura e visita guiada.

 Sexta-feira, 15 de julho.

 Manhã
9h 45  – Apresentação dos esquetes: “Teatro de Mamulengo”, “O Auto do Boizinho” e “Zé Mingau”, com a turma de crianças.
10h 30 – Apresentação de grupo folclórico convidado.
11h -  Workshow com xilogravurista, seguido de visita guiada, oficina de teatro e roda de cordéis.

Tarde
15h  - Apresentação da seqüência de esquetes: “Nordestes”, “Meninos de Rua” e “Chegança”.
16h  – Roda de bate papo com cordelistas Jota Rodrigues e Gonçalo Ferreira.
  
Sábado, 16 de julho.

Manhã
10h   – Circuito de oficinas: Oficina de teatro de cordel; Oficina de composição de cordel e xilogravura.

Tarde
15h – Apresentação das esquetes “Nordestes”,“Romeu e Julieta” e “Chegança”.
16h  – Apresentação de grupos folclóricos da Baixada Fluminense.
16 h 45  – Peleja de repentistas, encerrando o festival.



7/7 - Histórias de Jovem Repórter

domingo, 10 de julho de 2011

por Raize Souza

Vou contar um dia de cão
Mas como passou agora é divertido
Sufoco, quem nunca lidou com isso?
Mas é bom ser atrevido
Se levar as coisas com bom humor
Até o chato fica descontraído
Como sempre acordei atrasada
E fui fazer trabalho da Universidade
Mas essa parte a gente pula...
E quando saí de casa já era tarde
Rio de Janeiro, Seropédica, NI
Não podia ser tudo na mesma cidade?
Na Rural tava tendo palestra
E tinha prova depois pra fazer
Quando entrei no auditório
Me surpreendi em ver
Que el palestrante hablava español
Boiei mucho puedes crer
Saí antes que acabasse a palestra
Por causa da minha avaliação
Tentei fazer tudo depressa
Já que andaria muito chão
Assim que saí liguei pros meninos
Pra ter uma confirmação
Peguei o ônibus Nilópolis
Mas com eles não conseguia falar
Passei a viagem toda tentando
Mas só em Cabuçu atenderam o celular
Falaram que o evento não tinha começado
E que valia a pena eu tentar chegar



Parando até o secretário

quinta-feira, 7 de julho de 2011

por Vinicius Vieira

Nesse último domingo, 3 de julho, aconteceu a 8ª Parada do Orgulho Gay em Nova Iguaçu. Estrategicamente localizada na Via Light, principal via de Nova Iguaçu, a parada que agitou a tarde a partir das 15h, teve a presença de 40 mil pessoas. "Gostei da parada Gay daqui de Nova Iguaçu, é bem diversificada", conta Bruno Lordelo, 18, morador de Ramos. Bruno estava na parada de Nova Iguaçu pela primeira vez, acompanhado de seu namorado. "Precisamos dessa movimentação e de vitórias como a legalização do casamento gay", diz, "A concorrência agora vai aumentar, mas eu confio no meu taco", encerra brincando.

Eugênio Ibiapina, coordenador do evento, diz que a população está aliada na luta contra a homofobia. "No Brasil, a cada dois dias, uma pessoa é assassinada por causa do preconceito e isso tem que acabar", completa, “Em Nova Iguaçu a violência contra os homossexuais é muito grande, logo movimentações como essa fazem toda a diferença”.


Uma prosa colorida

por Raize Souza

Peço a atenção de vocês
Para uma prosa contar

Que na Via Light, 3 de julho
E com trio elétrico pra animar
Foi a 8º parada LGBT
Que queria Nova Iguaçu parar

Foi minha primeira parada gay
Isso tenho que confessar
Pensei que fosse um momento ativista
Pelas propagandas que vi passar
Mas foi uma grande micareta
E minhas expectativas acabaram por abalar

Mas esqueceremos desse detalhe
Para eu contar como foi a parada
A diversidade e o colorido eram grandes
A festa estava mesmo animada
O momento foi um ponto de encontro
E até hetero tava lá com ou sem namorada

O hetero Thiago Guerra
Foi para acompanhar à namorada
Que tem amigas homoafetivas
E não podiam perder a parada
Mas mesmo sendo hetero
Estava de boa na balada

10 meses de namoro
Estavam sendo comemorados
Por Ingred e Karina
Que sofrem preconceitos lado a lado
“A família joga muito na cara” disse Ingred,
Mas sem se arrepender de fato.

Muitas Igrejas não aceitam
Mas tinha uma diferente
Que nos panfletos que entregavam
Diziam que gay podia ser crente
Saber respeitar as diferenças
Eita igreja inteligente!

Vamos parar de donzelisse
Pra acabar com o preconceito
LGBT vota, paga impostos
merece também respeito
Você não precisa gostar ou concordar
Mas respeitar o próximo é direito.

As cores de Alvito

quarta-feira, 6 de julho de 2011

por Hosana Souza


Recordo-me da primeira vez em que vi Marcos Alvito. Um homem alto, magro e branco, cinquentão, parado ao lado da já conhecida imagem falante de Julio Ludemir. Estávamos em Nova Iguaçu, a minha cidade que, naquela manhã, se revelaria um pouco mais. Caminhamos para uma ação do programa da prefeitura local, o Livro Livre, os dois escritores e as duas meninas curiosas. Pois como era de se prever Jéssica Oliveira me acompanhava em mais essa aventura, ela que é minha companheira desde a infância.

O destino era a Polinter. Eu que nunca havia visitado meu primo que fora preso, entraria na cadeia por outro motivo: pela fé de que a leitura é capaz de libertar. A cada passo na subida da ladeira imaginei a dor que minha tia sentia ao visitá-lo. Recordei que na quinta-feira anterior, enquanto ia para a escola, a encontrei no ônibus, firme com sua sacola de utensílios e lanches para ele. Só ela e a esposa o visitavam. Não que a família o houvesse rejeitado. O próprio não queria que tivéssemos dele uma lembrança assim. Agradeci mentalmente por ele não estar ali, naquela Polinter. Me muni da câmera fotográfica e parti para o trabalho.

Arrisco dizer que a penitenciaria é nosso capitulo zero. Minha primeira lembrança de Alvito. A primeira lembrança de Alvito no desenho de suas cores.

Nota sobre manifestações

por Rodrigo Caetano

Se você é um ser humano comum e possui Facebook, pare por um minuto e olhe os eventos que foi convidado. Você verá muitas coisas: Shows, festas, fim do mundo marcado para dezembro de 2012. Mas verá, também e principalmente, algo que tem se tornado uma febre - não sei se no sentido bom ou ruim -, que são as marchas, caminhadas, paradas. Os motivos são os mais variados já vimos sobre a maconha, Jesus, liberdade, lançamento de novas redes sociais, a Marcha da Vadias.

Mas, com toda a certeza, a que existe há mais tempo, e com mais força, no Brasil é a Marcha Gay – ou Parada Gay. E no último domingo, três de julho, foi à vez da cidade de Nova Iguaçu ganhar mais brilho, com a 8ª Parada do Orgulho LGBT.

Jogando limpo

terça-feira, 5 de julho de 2011

por Abrahão Andrade




Você está começando a ler uma matéria feita por alguém que não tem time e, talvez por isso, fale com relativa imparcialidade sobre o assunto.

O futebol quando veio para o Brasil, logos nos primeiros anos, conseguiu driblar o preconceito. Ainda sendo um esporte das elites, emplacou-se categoricamente como propriedade do povão: todo mundo gosta, todo mundo entende. 

A rivalidade esportiva é consequência da febre que se tornou o jogo de bola, a paixão ensandecida em defender um time, derramando lágrimas, fazendo promessas, sacrificando-se das mais diferentes maneiras. Sim, isso tudo é válido e até saudável, mas como tudo tem um "porém" e todo o “porém” tem uma “vírgula”, a paixão é capaz de cegar. E mais que isso: criar situações que alimentamos sem perceber.

Cineclube comemora 5 anos de sucesso

segunda-feira, 4 de julho de 2011

por Juliana Portella


Na  noite do último sábado  – 02 de julho –  o cineclube Buraco do Getúlio comemorou cinco anos de sucesso. O Buraco – como carinhosamente é chamado ­– reúne cinéfilos desde o ano de 2006, quando suas exibições ainda eram realizadas mensalmente no bar do Ananias. Depois de serem contempladas com um dos editais Cine Mais Cultura – Projeto do Ministério da Cultura que disponibiliza equipamentos audiovisuais de projeção digital –,  as sessões do Buraco passaram a ser toda terça-feira, às 19h, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro.


A programação dessa festa de aniversário contou com apresentação das bandas Cretina, spllash, Gente Estranha do Jardim e Charanga do Caneco, além de Dj’s e Vj’s entrelaçados pela vibe da música.
Nelson Ferreira Neto aproveitou o festejo para comemorar seu 32º aniversário junto com os amigos no Cineclube. Freqüentador do Buraco há 4 anos, o estudante de cenotécnica não perde a chance de encontrar as amizades e assistir um bom filme. “Conheci o Buraco através de outro cineclube, o Mate com Angu. Pra quem gosta desse clima underground e é apaixonado por cinema assim como eu, não há lugar melhor”, revela Ferreira Neto. O coordenador do projeto, Diego Bion, dedica esses cinco anos de muita agitação audiovisual a sua esposa Luana Pinheiro.  “Devo muito à minha mulher por me aturar durante todos esses anos que sou  cineclubista”, agradece Bion.


De seis anos de relacionamento, há cinco Luana divide com as atividades do Cineclube. Ela, que também faz parte da equipe contribuindo com muita dedicação, acompanhou todas as dificuldades e glória nesses cinco anos de trajetória. “Já brigamos muito por causa da rotina agitada dele com o Cineclube”, confessa Luana, que sempre acompanha as atividades junto com o filho do casal, o pequeno Ícaro. (foto) 
Tanto comprometimento e paixão têm como resultado o sucesso e muitos seguidores. Hoje o Cineclube é referência na Região da Baixada Fluminense e oferece filmes sempre com um tema diferenciado, além de intervenções que envolvem música, teatro e tudo que é arte alternativa.

Mercadinho undergroud 


Além de doses generosas de rock alternativo, quem prestigiou o 5º aniversário do Cineclube Buraco do Getúlio pode perceber que ali era um ótimo lugar para compras. Entre bolsas, franzines, cordéis e roupas, destacou-se a grife Poeme-se, que é responsável pela produção de camisetas poéticas.



Brinde Sugestivo 

Durante o festejo,  quem comprava uma cervejinha ou qualquer outra bebida no  bar do Cineclube ganhava de brinde um preservativo.  De acordo com Milena Manfredini – integrante da equipe do cineclube­–, a distribuição é feita com intuito de conscientizar o uso da camisinha em prol do  combate as DST´s –   Doenças Sexualmente Transmissíveis­.

 
 
 
 
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