por Jefferson Loyola
Crítica de O presidente
Revolta por não usar óculos, que em sua opinião é um acessório indispensável para quem deseja ser presidente: essa é a essência do curta-metragem “O presidente”, que está concorrendo na Mostra Competitiva Nacional nesta terceira edição do Iguacine. Com direção de Luiza Favale, o curta tem como protagonista um menino que tem seus olhos sadios e que sonha em ser o Presidente dos Estados Unidos. O menino é Victor, que mora com sua mãe, que, por ser mãe solteira, deixa-o com a vizinha para trabalhar.
“Mãe, me leva para um outro oculista”. Essa é uma das frases iniciais do personagem Victor no filme, inconformado com o resultado do oftamologista ao qual acabara de ir, e de tantos outros que já fora. Nos 13 minutos desta ficção, o menino passa a maior parte do tempo com um par de óculos. Sua mãe, além de se ocupar com o sustento de seu filho, também vive uma intensa relação amorosa com um morador do mesmo condomínio onde mora.
Um dos motivos que o leva a querer ser o presidente dos Estados Unidos é a dificuldade financeira de sua mãe, que acompanha de perto. Ele passa a maior parte do curta circulando entre a casa de Dona Leonor e a de sua mãe. Numa dessas idas e vindas, Victor descobre o secreto caso amoroso de sua mãe, fazendo com que ele não queira mais voltar para casa. Para sua mãe saber de sua descoberta, coloca os óculos de seu amante, que pegara ao flagrá-los no quarto.
O destaque do filme fica para as cenas desfocadas quando Victor usa os óculos, para sua convicção de que todos os presidentes usam óculos e para a última cena, quando está olhando a embaçada paisagem da janela da casa de Dona Leonor, mais uma vez usando os óculos de que não precisa. Aí fica claro o quanto confusos, embaraçados e confusos estão seus pensamentos, após toda a confusão que está vivendo.
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