Diversidade amarela

sábado, 24 de outubro de 2009

por Josy Antunes

Durante a abertura da III Conferência Municipal de Cultura, na primeira mesa formada no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, Maria Antônia Goulart, coordenadora do Programa Bairro-Escola, explicitou sua satisfação ao ver que, no público formado no local, um grande número de adesivos amarelos destacavam-se entre os coloridos das roupas. A seu lado, o próprio Secretário de Cultura e Turismo, Marcus Vinícius Faustini, exibia um deles, centralizado em sua camisa branca. Em letras vermelhas, a exclamação podia ser lida: “Eu sou Pontinho”. “Vendo daqui, a gente vê como, de fato, é uma ação que está promovendo uma transformação”, disse, orgulhosa, a primeira dama da cidade. “Os pontinhos não estão presentes só nos seus bairros, territórios e ações. Eles estão presentes como militantes, como construtores da política cultural e democrática de Nova Iguaçu”, continuou.



Representantes de Pontos de Cultura, de diversos bairros, espalhavam-se agora pelos assentos do espaço. Dentre eles estava Gledson Vinicius Machado, que viu o Laboratório Cultural nascer após o incentivo da Secretaria de Cultura. “Somos 9 pontinhos de cultura, com 11 ações, em vários lugares da cidade." Gledson é coordenados do Cine Celular, uma das 11 ações citadas. As atividades serão realizadas em Austin e Três Rios. “Esse é um momento ímpar aqui pro município”, declara Gledson.

Assim como nos debates, a diversidade dos projetos por trás dos adesivos amarelos era grande. Prova disso era o CRRM – Construindo, Ritmando e Reciclando Música –, que trabalha a musicalidade e o folclore através da flauta doce. “É um instrumento prático que, bem tocado, é muito bonito. E é um instrumento através do qual a gente sabe desenvolver um trabalho”, explica Stephany Ohana Afonso, que idealizou o trabalho ao lado da amiga Jéssica Jacob, a partir de aulas de desenvolvimento de projetos, na sala de aula da faculdade. As atividades serão aplicadas em Comendador Soares e serão divulgadas no dia 28. “Vamos de sala em sala pra conversar com os alunos, e despertar o interesse pela música e pelo folclore, que é o foco desse projeto”, adianta José Willian Vieira, um dos coordenadores.

Presentes a cada terça-feira no Sylvio Monteiro, os rapazes dos malabares e artes circenses estavam em peso organizando a participação na conferência. “Semana que vem a gente vai começar a dar aulas aqui na Faetec, pros alunos do João Luis e do Monteiro Lobato”, conta Denilson Pontes, um dos mediadores das atividades. A equipe, que tem entre 5 e 7 pessoas, transmitirá conhecimentos através de aulas de teatro, malabares, perna de pau e monociclo. O projeto para as atividades surgiu após os eventos que o grupo realizava, agregando bandas de rock e hip hop. A experiência com o público infantil já aconteceu em oficinas realizadas através do Fundo Municipal de Cultura. “Em todas as escolas a gente foi bem recebido. A maior motivação é a alegria das crianças. A gente chega, apresenta os espetáculos e quando vamos embora, elas logo perguntam quando a gente volta”, relembra Denilson.

“Nós somos o único município do Brasil que tem esses pontinhos nessa escala de ação”, comemora Maria Antônia. “Isso se deve muito à questão da acessibilidade. Do Ministério da Cultura nos receber, de topar construir junto com a gente uma ação nova”, acredita a coordenadora.

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