Patrimônio da humanidade

sábado, 24 de outubro de 2009

por Wanderson Duke



Antes da plenária no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro que escolheu os novos delegados para o Conferência Estadual de Cultura, todos os agentes culturais ali presentes puderam adquirir um exemplar de um livro. Não, não foi apenas uma doação simbólica ou uma forma de presente. Foi o lançamento oficial do programa Livro Livre, organizado pelo poeta Moduan Matus e pelo escritor Écio Salles, mediador cultural da cidade de Nova Iguaçu.

Os dois já haviam organizado outros dois “testes”, um deles no bairro de Nova Era, para avaliar como o público receberia o programa. O resultado foi além das expectativas deles. Um dos livros “libertados” em Nova Era foi recebido por um morador da cidade do Rio de Janeiro (Centro). “Isso nos surpreendeu bastante, pois a proposta por trás do Livro Livre é que os livros não possuem donos, e são na verdade um patrimônio cultural da humanidade”, diz Écio Salles, que é secretário adjunto de Cultura de Nova Iguaçu.

O programa visa a arrecadação e a distribuição livre de livros. Mas quem recebe o exemplar não pode mantê-lo aprisionada em seu lar e sim repassá-lo para uma terceira pessoa. A ideia não é não tem a pretensão de ser inovadora nem mesmo em Nova Iguaçu, onde iniciativa semelhante existe pelo menos no bairro de Morro Agudo, coordenada pela ong Enraizados. Programas como esse são famosos por todo o mundo. Écio, por exemplo, baseou-se no bookcrossing, prática difundida nos Estados Unidos e Europa que já conta com mais de 600 mil participantes em cerca de 130 países.

Écio Salles e Moduan Matus foram auxiliados por alunos da Escola de Pesquisa de Nova Iguaçu e por alguns jovens repórteres (que fazem o culturani). O público não hesitou um só instante, esticando os braços e acenando com as mãos para não perderem seus exemplares.

Antes da distribuição oficial Moduan Matus recitou um de seus haikais (é uma forma poética de origem japonesa, que valoriza a concisão e a objetividade). Os poemas têm três linhas, contendo na primeira e na última cinco sílabas e sete na segunda.

Os livros estão sendo concentrados na Biblioteca do Sylvio Monteiro,onde são devidamentes registrados para que se acompanhe a trajetório do livro. “ Todos eles possuem uma etiqueta e uma senha, que permite que a pessoa que recebeu o livro acesse o site do programa e diga o que quiser sobre o material que recebeu. Além disso, ela pode conhecer a jornada feita por ele”, conta Moduan.

Depois de tudo Écio Salles e Moduan Matus observaram com orgulho a realizão da dinâmica proposta e almejam, enfim, voos mais altos. “Vamos começar com a distribuição imediatamente. Não só nós, mas muitos outros mediadores e ativistas culturais estão ajudando na causa”.

Para quem se interessar, o site do programa é http://www.livrolivre.art.br/. Lá você pode obter mais informações sobre o programa e, quem sabe,  não é comtemplado por ele?

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