Olhares no Iguacine

sábado, 17 de abril de 2010

por Mayara Freire




A fotografia também teve espaço no III Iguacine. Os membros do Foto Clube Baixada ocuparam o corredor do teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro para exibir um belíssimo conjunto de fotos, que, como o próprio festival, primam pela diversidade. Entre paisagens da Baixada, pessoas, objetos, fotografias abstratas, o público se interessou em parar e observar cada um dos quadros expostos na mostra. O presidente do Foto Clube, Mazé Mixo, contou que foi importante a participação no evento e espera que as pessoas se interessem em integrar ao clube de fotógrafos. “O Foto Clube foi fundado em setembro do ano passado. Temos seis meses de projeto e essa oportunidade foi muito importante para nós e além do mais, fotografia tem tudo a ver com cinema”, disse.


Diretor de fotografia do Fotoclube, Álvaro Farias contou como tem funcionado o trabalho: “Estamos nos fortalecendo cada vez mais. A ultima saída foi para o Parque Municipal de Nova Iguaçu e foi sensacional. Já para o Iguacine, o Mazé Mixo pediu para que enviássemos as fotos que mais gostávamos. A ideia era diversificar as fotos, pois não é uma exposição temática. O mais interessante é a história de cada fotografia e como foi feita”.

As fotos que ficarão exposta até o final do Iguacine, no próximo dia 21, foram feitas por celular, com máquinas profissionais e amadoras. “O clube é voltado para quem gosta de fotografia. A ideia não é unir fotógrafos profissionais, mas sim compartilhar e fazer registros de ideias de pessoas que amam fotografia. Discutimos sobre porque a fotografia é bonita, a questão do enquadramento, e com isso, fazemos trocas de informações”, comentou Álvaro Farias. Sobre a participação no festival de cinema deste ano, ele disse: “O Iguacine é um lugar perfeito. Quem gosta de filmes, tem certa admiração por fotografia, já que o cinema nada mais é do que fotos em movimentos. Com isso, muitas pessoas do cinema gostam de falar sobre fotografia. São coisas que caminham juntos, são paralelas. Gostamos de ver as pessoas analisando as fotos e o que cada sentimento passou para cada observador”.



Alguns dos fotógrafos que exibiram sua fotografia no evento comentaram como foi realizar cada uma delas:




Bruna Jacubovisk – Essa foto se chama “Vida Suspensas”. Foi feita em agosto do ano passado, no Pará. Lá tem muita pobreza e alagamentos constantes. Por isso, as pessoas foram obrigadas a construir casas em cima de madeiras. Fiz a fotografia em preto e branco para transmitir a tristeza das pessoas com a pobreza, e uma certa sobriedade. Esperei o casal passar para tirar a foto, com a intenção de mostrar que existem pessoas ali, e que não é um lugar abandonado. Fiz uma linha geométrica da uma estrada, em uma perspectiva reta. Isso ajudou a mostrar um sentido de movimento e não uma foto chapada.




Robson Douglas de Moraes - Estava fotografando paisagem na Ilha Grande, e me deparei com esta ave. Não foi de primeira que consegui, tentei umas 20 vezes enquadrar a gaivota na reta, da maneira como queria. Deu trabalho, pois sempre é preciso esperar o momento certo para fazer uma foto. A primeira coisa que precisa ser feito é imaginar a fotografia na sua cabeça antes de disparar. Portanto, você vai buscar o recurso da câmera capaz de  transmitir o seu olhar. Queria a gaivota com a asa aberta, nessa perspectiva. Esperei ela fazer um giro no momento certo. A sorte ajudou.






Álvaro Farias – Essa foto foi no aniversário da minha filha. E lá tinha aquelas casinhas para crianças brincarem. Gosto de fazer molduras naturais. Em um desses locais, tinha esse coração. Pensei como seria legal se alguma dessas crianças colocassem o rosto ali. Acho que se fosse posado e combinado, iria perder a espontaneidade. Por isso, sentei em frente à casinha e fiquei por um bom tempo esperando o momento certo. Quando a amiguinha da minha filha colocou o rosto, foi o momento de bater a foto. Fiquei feliz com o resultado, pois a menina tem um olho expressivo, transmitindo sua infância e inocência com os dedinhos no coração.


O Foto Clube Baixada se reúne mensalmente. Os próximos encontros dos membros serão na festa de São Jorge, em Nova Iguaçu, no dia 23 de abril; e em Belford, dia 29, onde irão cobrir o Dia da Cultura na Baixada, com exposição em uma feira. No próximo dia 6 de maio, haverá uma oficina ministrada por um fotógrafo profissional e palestras.

Quem quiser conferir o trabalho dos fotógrafos, é só comparecer no III Iguacine até a próxima quarta-feira, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro. É totalmente gratuito!

2 Comentários:

Anônimo disse...

bela materia!...

Anônimo disse...

E BONITO VER O MUNDO ATRAVEZ DOS OLHOS DE OUTRA PESSOA

Postar um comentário

 
 
 
 
Direitos Reservados © Cultura NI