Samba informal

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

por Jefferson Loyola


Nada melhor do que um samba de roda para se comemorar o mês da consciência negra, já que este é um estilo musical tradicional afro-brasileiro. Foi com esse espírito que o grupo Harmonia do Zé e a cantora Tereza Onã foram para o Iguassú Samba Clube da última quinta-feira, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro.

Principal coordenador das atividades em homenagem a Zumbi dos Palmares, o cardiologista Paulo Sant’Ana não estava lá apenas como coordenador da COPPIR (Coordenadoria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial). “Já apoiávamos o Iguassú Samba Clube, mas, com este evento, estamos apadrinhando de vez”, disse ele entre um samba de Candeia e outro de João Nogueira, para citar apenas alguns dos clássicos cantados durante a festa.

A liberdade pede passagem

por Larissa Leotério


Está havendo uma revolução na história do país: após dez anos tramitando no congresso, foi aprovado pela Câmara dos Deputados o Estatuto da Igualdade Racial e só esperamos que seja aprovado pelo Senado. Existia a previsão de que a aprovação saísse durante as comemorações de 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.

Toda esta demora e este último atraso se devem às polêmicas como vagas para a população negra em instituições federais de nível médio e superior, proibição ao empregador da exigência de boa aparência e foto no currículo, garantia às comunidades de quilombos de conservar seus costumes e práticas com proteção do Estado, além de reiterar o livre exercício dos cultos religiosos de origem africana e liberar assistência religiosa aos seguidores em hospitais.

Aulas de Nova Iguaçu

por Larissa Leotério / Foto: Josy Antunes

Jovens pesquisadores de Nova Iguaçu levaram sua pesquisa para a cidade do Rio de Janeiro e mostraram ao que vieram no I Encontro Juvenil - As artes e as ciências para uma vida sustentável. Quem comunicou a eles que haveria esse encontro sobre sustentabilidade foi a pesquisadora Marcella Camargo, a coordenadora grupo. E disse ainda que poderiam saber mais no blog do UNICEF, idealizadora do evento.

“Ficamos sabendo desse encontro há mais ou menos um mês, mas só tivemos tempo para preparar essa pesquisa há umas duas semanas”, conta o jovem pesquisador Leonardo Venâncio. No meio dessa correria, eles escolheram o tema ‘Comportamento do jovem iguaçuano com o seu lixo’.

A intenção do Encontro é escrever uma carta para a conferência internacional em Copenhagen com os dados obtidos. “É a primeira vez que países como os EUA e o Japão vão participar”, conta a animada jovem pesquisadora Eline Vieira. Estes dois países aceitaram diminuir em 30% a emissão de gases poluentes.

Diversidade no almoço

por Larissa Leotério / Foto: Josy Antunes

Durante o breve horário de almoço aconteceu um encontro muito inusitado para os Jovens Pesquisadores e as duas jovens repórteres que estavam trabalhando o I Encontro Juvenil - As artes e as ciências para uma vida sustentável. O almoço foi na Escola Britânica, bem perto do Museu da Ciência da Terra. Houve um estranhamento por parte dos estudantes da Escola e eu conversei com funcionários e professores para entender o que acontece.

Coordenadora do departamento de História, a professora Euthália conta que esse relacionamento com pessoas de fora da escola é algo novo. “O que mais me chama a atenção é nossa falta de interação com o que está lá fora”, afirma a professora, que atribuiu a situação irreal à excessiva proteção dos pais.

Pesquisa 24 horas

sábado, 28 de novembro de 2009

por Josy Antunes

Um monumental ônibus azul está estacionado à frente da Prefeitura de Nova Iguaçu. O relógio marca 6:10. É uma sexta-feira e eu corro para compensar o atraso de dez minutos. Chego na porta do ônibus e olho, sem muita certeza. Duas moças, muito jovens, me dizem: “É aqui mesmo, Josy!”

Subo os degraus do veículo, sabendo que embarcava na subida de mais um patamar alcançado pelo grupo de jovens pesquisadores da SEMCTUR. O interior do ônibus é repleto de membros do grupo, uns imersos em livros, outros ainda brigando contra o sono e os mais animados estão ao fundo, numa mistura de ansiedade e alegria, exposta através de músicas. Também encontro Larissa Leotério. Somávamos dois pontinhos da Escola Agência de Comunicação em meio à Pesquisa, alíipelo mesmo motivo: registrar e prestigiar a participação da cidade no “I Encontro Juvenil – As artes e as ciências para uma vida sustentável”, realizado pela Casa das Artes Educar. O Museu das Artes da Terra, localizado na Urca, dava sua contribuição sediando o evento.

Ferramentas sustentáveis

por Larissa Leotério / foto: Josy Antunes


Jovens de pelo menos seis regiões do Rio de Janeiro se reuniram no último fim de semana no Museu de Ciência da Terra, na Urca, para discutir o destino do Planeta Terra e da própria humanidade. Foi durante I Encontro Juvenil - As artes e as ciências para uma vida sustentável, promovido pela ong Casa das Artes.

Mas se engana quem pensa que só tinha jovens nesse encontro. Algumas mães de alunos da Escola Municipal Uruguai vieram acompanhar seus filhos: “Eu sempre acompanho nas saídas, mas é a primeira vez que venho ao Museu da Ciência da Terra”, conta Dona Josefa, mãe de Rafael, um menino de 8 anos que, graças a um convênio da escola, frequenta a sede da Casa das Artes do Morro dos Macacos . A Casa das Artes também atua na Mangueira.

Essa parceria garante aos alunos oficinas de artes, capoeira, memória, história e de diálogo escolar, que ajuda os estudantes nas possíveis dificuldades com as disciplinas escolares.

Sons nômades

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

por Jéssica de Oliveira


Reconhecido difusor da arte, Floriano Romano possui uma sensibilidade e percepção ímpares da vida social e natural ao seu redor. Morador do bairro carioca de Santa Tereza Romano se lança no cenário artístico levando propostas inovadoras e reflexivas para a população por meio de criações “recicladas” do empório cultural público.

Suas obras são resultado da captação dos recursos lançados a todo instante pelo ser humano, de forma a serem representados artisticamente em invenções que estimulem o pensamento e traduzam o que fica gravado no subconsciente. Ou seja, o que passa despercebido aos olhos distraídos de muitas pessoas, exceto aos dele.

Por dignidade

por Larissa Leotério


Há pouco tempo li o livro “Olga”, do jornalista, político e escritor Fernando Morais. O que mais chama a atenção é o trecho mais trágico da vida da comunista Olga Gutmann Benario, logo na capa do livro: ‘Nove anos depois de escrever ‘A Ilha’, um livro que vendeu mais de 250 mil exemplares, Fernando Morais volta à grande reportagem com um tema apaixonante: a vida de Olga Benario, judia, comunista e mulher de Luís Carlos Prestes, que o governo Vargas entregou grávida à Gestapo’.

É impossível resistir ao livro, que consumi ansiosamente em dois dias. Mesmo sabendo qual seria seu final. O importante foi o decorrer, a forma de abordagem e a pesquisa do autor. Como o mesmo conta no livro, havia poucos registros sobre a passagem de Olga pelo país. A moça usava muitas identidades, muitos dos ditos “aparelhos”, que eram casas de camaradas de partido, que a esconderam.


Amores perfeitos

por Lívia Pereira

“Não te peço a ventura desejada,
Nem os sonhos que outrora tu me deste,
Nem a santa alegria que puseste
Nessa doce esperança, já passada.
O futuro de amor que prometeste
Não te peço! Minha alma angustiada
Já te não pede, do impossível, nada,
Já te não lembra aquilo que esqueceste!
Nesta mágoa sorvida, ocultamente,
Nesta saudade atroz que me deixaste,
Neste pranto, que choro ainda por ti,
Nada te peço! Nada! Tão-somente
Peço-te agora a paz que me roubaste,
Peço-te agora a vida que perdi!”

(Amélia de Oliveira)


Olavo Bilac, poeta da Via Láctea, pai e filho da perfeição parnasiana, teve ao longo de sua obra o sinal do amor impossível. Obra vasta, intensa, constante, digna dos que amam à distância extrafísica.

Amélia de Oliveira, irmã de seu grande amigo Alberto de Oliveira, foi sua eterna namorada, seu único amor. Conheceram-se no bairro do Barreto, em Niterói, na casa da família Oliveira.

A família se muda para o bairro da Engenhoca e Olavo, já consumido pelo amor, aparece ainda mais frequentemente. Ali, reduto dos grandes poetas, desencadeia-se e aprofunda-se ainda mais o laço que liga Olavo a Amélia. Um amor que se manteve vivo até sua morte ou quem sabe além.

Foto coletiva

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

por Larissa Leotério e Mayara Freire / Fotos: Getulio Ribeiro


Clique: palco do teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, na última quinta-feira, dia 19 de novembro. Novo clique: na plateia, um público interessado em fotografia. Mais um clique: fotos do experiente Paulo Santos e da jovem Bruna Jacubovski. Outro clique: aquela reunião marcava o lançamento do FotoBaixada, idealizado e presidido por Mazé Mixo. Último clique: o objetivo do fotoclube, um dos oito do gênero no Rio de Janeiro, é uma entidade que se une para fazer eventos, concursos e saídas fotográficas a fim de criar uma cena de arte coletiva. “É uma inovação”, explicou Mazé.

O marco inicial do Fotoclube da Baixada foi uma exposição de dois de seus membros: o experiente fotógrafo Paulo Santos, que mostrou para o público registros de sua viagem à Amazônia e pontos referenciais de Nova Iguaçu, como a Via Light e a reserva florestal de Tinguá; também participou da exposição a jovem fotógrafa Bruna Jacubovski, que mostrou toda sua trajetória pelo mundo da fotografia, que abrange câmera analógicas, digitais compactas à profissionais. “É possível fazer fotos esplêndidas com qualquer tipo de equipamento, desde que se saiba como funciona”, disse Bruna. Infelizmente, Paulo Santos não pôde discutir seu trabalho com o público.

Meninos de palco

por Jéssica de Oliveira

O Cecom produziu ao longo deste ano de 2009 a esquete Diário de Um Menino de Rua, que estreou na tarde da última quinta-feira no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro com grande sucesso. A peça aborda o cotidiano de menores que têm as ruas das cidades como casa, envolvendo a triste realidade desses meninos com a sensibilidade do circo, da dança e até mesmo dos contos de fadas. “O grupo resolveu colocar na peça a delicadeza das fadas e a alegria do circo para dar à história um ar mais leve, já que este é um assunto muito sério e triste”, explica Denise Emanuele, que foi a responsável pelo roteiro e direção da peça.

Com o apoio da equipe do Cecom, o grupo de adolescentes que participam do Pro-Jovem em Vila de Cava, pôde obter um excelente resultado. Eles tiveram ajuda das oficineiras Denise Emanuele (interpretação), Líliam Lopez e Kátia Vidal (coreografia) e o Carlos Alberto (cenografia), que se limitaram a dar uma mãozinha. Basicamente, quem deu as ordens por lá foram os próprios jovens.

Meninos de Zumbi

por Hosana Souza


Com o grito de “Valeu Zumbi!”, a Escola Municipal Menino de Deus, localizada na Prata, abriu sua portas nessa última quinta-feira para comemorar a semana da Consciência Negra com a comunidade.
Faz parte do projeto pedagógico da escola conscientizar e valorizar a cultura afro, com a qual trabalharam ao longo de todo o ano de 2009. “Nós trabalhamos o tema em todas as disciplinas, durante todo o ano. E escolhemos a véspera do feriado para realizar a culminância”, diz a orientadora educacional Enaura Dias.
A orientadora pedagógica Maria da Conceição já pôde auferir os resultados desse trabalho dentro da sala de aula, dentro das quais é cada vez maior o interesse dos alunos. “É muito importante para eles não apenas como aprendizado, mas principalmente porque depois que começamos a trazer projetos assim – há três anos – eles começaram a participar mais”, diz a orientadora pedagógica.

Reações imediatas

terça-feira, 24 de novembro de 2009

por Wanderson Duque


Blogs são diferentes de um website tradicional. Eles não têm a pretensão de um site, geralmente criado para algum fim específico, seja para divulgação, transação comercial, institucional etc.

Não se sabe exatamente quando os blogs deixaram de ser considerados “mais uma futilidade dos tempos modernos” para se tornar uma eficiente ferramenta de informação. Não há registro da data exata de quando esses diários pessoais surgiram, mas especula-se que o primeiro endereço na Internet com conteúdo similar aos webblogs que conhecemos hoje apareceu em 1983.

Entre os anos de 1994 a 2001, os blogs eram basicamente páginas pessoais, sem nenhum compromisso de conteúdo. Eles estavam restritos basicamente aos internautas interessados em usar aqueles espaços para falar de suas vidas. Mas, com a expansão de acesso à banda larga em todas as partes do mundo, os blogs tornaram-se mais um meio de notícia e espaço para a discussão de todo ou qualquer tema.

Polêmica sanguinária

por Melissa Saliba


Para falar sobre a febre do momento entre adolescentes, não precisa pensar muito para descrever os livros da escritora americana Stephenie Meyer. O filme inspirado no livro Crepúsculo, o primeiro da saga ‘Luz e escuridão’, faturou mais de US$ 382 milhões. A saga ganhou mais fama do que se esperava e chega a ser comparada com Harry Potter. Contudo, os livros também geraram um certo impasse sobre o assunto ¨vampiros¨. De um lado, estão os fãs do bom e velho Drácula. Do outro, as pessoas apaixonadas pelo romance quase impossível entre Bella e Edward.

Os fanáticos da literatura de horror questionam a história de Stephenie Meyer, onde os vampiros foram transformados em seres perfeitos. “Ela conseguiu formular uma história de vampiros sem pesquisar nada sobre o assunto, transformando-os em seres sem defeitos, impossíveis de derrotar’’, questiona Vinicius Farias, 20 anos, membro do Twilight haters, uma comunidade cujos membros odeiam a série.

Uma nova página na história

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

por Robert Tavares

Vinte de novembro é o Dia Nacional da Consciência Negra. A data foi instaurada pelo "Movimento Negro Unificado" em 1978, e não foi escolhida ao acaso, mas sim como homenagem a Zumbi, líder máximo do Quilombo de Palmares e símbolo da resistência negra, assassinado há 314 anos.

E, no mês em que comemoramos a consciência negra, o SESC de Nova Iguaçu dedica sua programação à data. Desde o dia 18, a exposição "Riquezas negras" pode ser vista por lá, onde ficará até o dia 29 de novembro. No espaço, você verá bonecas africanas, máscaras e acessórios, confeccionados a partir de material reaproveitado - que foram coletados pelos próprios artistas.

Os objetos retratam a história de luta do povo africano, de uma forma muito pitoresca, que tem agradado aos que já foram lá conferir, principalmente as crianças, como Bruna dos Santos, de 13 anos. Ela foi acompanhada da mãe, que acha importante incentivar, desde cedo, que as crianças busquem por todas as formas de arte. "Assim elas crescem curiosas, não ficam conformadas com tudo que é imposto", enfatiza ela.

‘Denegrindo’ a universidade

por Edson Borges Vicente e Fernanda Bastos da Silv


A luta pela inclusão do negro no ensino superior teve sua gestação no início da década de 1990. Um grupo de educadores, liderados pelo Frei David Raimundo dos Santos, o atual Doutor em Educação Alexandre Nascimento e o Pedagogo Antonio Dourado. Descontentes com o fato de quase não se ver negros nas universidades públicas, na época, principalmente nos cursos historicamente mais elitizados, como medicina, engenharia, comunicação e direito, se reuniram e criaram, no Salão Quilombo da igreja matriz de São João de Meriti, o “Movimento Pré-vestibular para Negros e Carentes” – PVNC. Preparando estudantes carentes, sempre procurando assistir a um percentual de negros semelhante aos auto-declarados, nas estatísticas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE – o grupo inicial conseguiu aprovar certo numero de vestibulandos, que se juntaram e criaram um novo núcleo do movimento, que chegou a ter cerca de 60 pessoas.

Após algumas dissidências, alguns núcleos se desligaram do movimento para fundar o Educação para Afrodescendentes – EDUCAFRO-, sob a liderança de Frei David. O mesmo veio a se tornar uma ONG ligada à Pastoral do Negro. Outros inúmeros grupos independentes surgiram na efervescência da luta pela democratização do ensino superior e se espalharam pelo Brasil.

Diversão no feriadão

por Robert Tavares


Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, a prefeitura do Rio e o governo do Estado irá promover nesta sexta-feira uma série de atividades, para entreter a população que não pretende viajar no feriado: Serão shows, exposições e mostras distribuídas por todo estado.

É o caso do show do Fundo de Quintal, que se apresenta hoje, a partir das 20h, no palco do Terreirão do Samba, recebendo Dorina, Os Partideiros do Cacique e outros. Ainda na parte de shows, tem a 9ª edição do projeto "Acorda Zumbi", no Ponto Chic, em Padre Miguel. Às 19h, se apresentam Pique Novo, Swing & Simpatia e, para fechar a noite, Leandro Sapucahy. E o melhor: é tudo grátis.

A programação oficial da cidade começou às 6h30m, em frente ao Monumento Zumbi dos Palmares, na Praça Onze. A festa conta com a apresentação da atriz Zezé Motta e do carnavalesco Milton Cunha, e prevê a lavagem do busto de Zumbi pelo "Afoxé Filhos de Gandhi". Durante todo o dia acontecem rituais afro, apresentações de grupos de dança, teatro e das escolas de samba Acadêmicos do Cubango e da Estação Primeira de Mangueira, além de um desfile cívico. A partir das 16h, Arlindo Cruz anima o público com sucessos da sua carreira.

O herói da liberdade

por Camilla Medeiros

O dia da Consciência Negra - hoje, 20 de novembro - marca o dia da morte de Zumbi dos Palmares. Esse personagem, alvo de muitas pesquisas, e o debate a respeito de seu heroísmo suscita algumas questões importantes, como a falta de heróis brasileiros, ou melhor, a necessidade da criação deles.

Quando pensamos em história, logo lembramos de grandes figuras, como D.Pedro I, D. Pedro II, Princesa Isabel, Deodoro da Fonseca, Tiradentes - resgatado pela proclamação da República -, Zumbi dos Palmares, entre outros.

Não abandono a idéia de que, tais personagens, deram grandes contribuições para a construção e formação do Brasil. Porém, não deixa de ser intrigante, que apenas um deles - claro, entre os mais famosos - seja negro. E mais do que isso, Zumbi representa a total negação de qualquer subordinação.

Esporte em alta

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

por Fernando Fonseca

Há sete anos, o grupo de vôlei de praia “Carlão Silva” promove, anualmente, ações socias na cidade de Nova Iguaçu, com o intuito de promover um dia repleto de esporte, cultura e lazer à população. Esse ano, o projeto será realizado no dia 22 de novembro, na Praça do Skate, no centro do município. O evento contará com a presença do presidente do Flamengo, Márcio Braga, com a jogadora da Confederação Brasileira de Voleibol, Fabi, e com cerca de 300 crianças, das categorias de base do times de volei do Botafogo e Flamengo. Simultaneamente, serão montados estandes na área da saúde, alimentação, além de recreações que serão realizadas ao longo do dia com as crianças. Para participar do evento, basta levar um kilo de alimento não perecível.

"Nosso objetivo é transformar e melhorar a qualidade de vida dos jovens, através do esporte", conta Carlão Silva, criador do projeto. O grupo conta hoje com, aproximadamente, cerca de 300 alunos cadastrados e suas aulas são realizadas todos os dias, nos turnos da manhã e tarde, na Praça do Skate. "Hoje, somos reconhecidos mundialmente", exclama Carlão, ao contar que alguns ex-alunos, atualmente, disputam circuitos mundiais. Para ingressar na equipe, é preciso estar estudando e doar, mensalmente, dois kilos de alimentos não perecíveis, que serão revertidos para a Casa de Abrigo Beija-flor, localizada em Comendador Soares.

Versatilidade a preço popular

por Mayara Freire e Dariana Nogueira


Neste mês de novembro, o Centro Cultural do Banco do Brasil, do Rio de Janeiro é palco da mostra cinematográfica “A Elegância de Woody Allen”. Estão sendo exibidos a preços populares, de R$ 6 reais, e para estudantes a R$3, sua filmografia com produções de 1965 até 2009. No espaço, quarenta filmes em película do cineasta serão exibidos, inclusive o ainda inédito no Brasil “Tudo pode dar certo”. Filmes em que ele trabalhou como roteirista e ator, alguns filmes que o influenciaram, além de uma média-metragem sobre a vida dele dirigida por Godard também fazem parte da mostra. O evento teve início no dia 03 e permanecerá até o dia 29 de novembro. O centro cultural também preparou debates e cursos ministrados por especialistas para complementar a mostra.

Seus últimos filmes de sucesso foram quando Allen decidiu reatar com o drama. Primeiro veio a aproximação com o gênero, com o “Melinda e Melinda”, seguido de “Match Point”, que foi o primeiro drama do cineasta, em 16 anos, provocando extasiados elogios da crítica. Isso rendeu quatro indicações ao Globo de Ouro, inclusive para Melhor Filme – Drama, e uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. “Match Point” marca ainda por ser o primeiro filme de Allen passado em Londres e também o primeiro com a nova queridinha do diretor, a atriz Scarlett Johansson. Mas, os fãs das comédias de Woody também não têm o que reclamar. O diretor retornou à comédia em seu projeto seguinte, “Scoop”, também com Scarlett.

Dez anos de malandragem

por Josy Antunes, Mayara Freire e Robert Tavares.


Há exatos 30 dias, desde a última sexta feira 13, a estação Central do Brasil recebia um “elemento estranho”, que aos poucos foi ganhando a confiança dos que por lá passava: um inusitado quiosque, com predominância das cores verde e roxa. Passageiros de trem, ônibus ou metrô, provenientes de todos os pontos do Rio de Janeiro passaram por ele. Muitos deles foram abordados por representantes do “Festival Estética Central”, que estava em seu primeiro mês de produção do projeto. O festival fez contato direto com o público, quando quatro monitores de vídeo, quatro editores e duas recepcionistas ajudaram a população, que por ali transitavam, a realizar dezenas de produções audiovisuais com um número significante de pessoas que nunca haviam tido contato com a produção de vídeos.

O coordenador e curador do projeto, Lino Ventura, explicou o porquê da escolha da realização do projeto na Central. “O objetivo foi valorizar algum patrimônio histórico, de olhares diferentes e estéticos. Este local é um dos mais movimentados, onde as pessoas passam e não tem muito tempo para parar. Por isso, contribuiu para democratizar e foi importante para as pessoas conhecerem as ferramentas tecnológicas novas, pois nem todos tem câmera e ilha de edição”, contou, citando ainda a diversidade encontrada: “Não tem definição do que seria característico da Central, pois transitam pessoas de várias características com olhares e classes diferenciadas. De qualquer forma, as pessoas ficaram encantadas, porque no Brasil é cultura de TV, e eles puderam ter oportunidade de realizar de outro ângulo ao produzir efetivamente”, avalia ele.

Livros reformados

por Michele Ribeiro



Computadores novos, internet gratuita, mais mil livros, um setor de diversidade étnica e um acervo em braile. Estas são apenas algumas das novidades com que a Biblioteca Municipal Cial Brito foi reinaugurada no último dia 16 de novembro, depois de quase um ano parada para reformas. Todas essas melhorias foram conseguidas graças a um convênio entre a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu e o Ministério da Cultura.

A biblioteca, fundada em 1976 pelo próprio Cial Brito, funcionou em diversos lugares da cidade antes de seus 20 mil títulos serem levados em definitivo para o Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em 2005. “Não podemos deixar de reconhecer o esforço feito antes disso”, pondera a bibliotecária Malena Xavier, cuja vida praticamente se confunde com o espaço. “Mas até a biblioteca chegar aqui ela era mais um depósito de livros do que uma biblioteca municipal.” Alguns dos lugares em que a biblioteca funcionou foram o prédio da Defesa Civil e o da própria Prefeitura.

Academia negra

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

por Dariana Nogueira


Teve início ontem, dia 17, no Centro Cultural do Banco do Brasil, o II Festival Internacional do Filme de Pesquisa, com a temática “Escravidão, Memória, Heranças e Formas Contemporâneas”. Este ano, o evento conta também com o apoio da Prefeitura de São João de Meriti. O festival, itinerante, começou sua segunda edição em maio de 2009, na França, passando depois por Dakar, Abidjan, Cotonu, Lomé e Ngaoundéré, Porto Príncipe, Uagadugu, chegando esta semana ao Rio de Janeiro e São João de Meriti. Terminará sua viagem pelo mundo em 2010, em Toronto e Quebec.

Os filmes, de forma geral, tratam da escravidão, de suas formas de ressurgência contemporâneas, além das diversas manifestações culturais atuais, herdeiras de um passado escravista.

Sem contraindicação

por Hosana Souza

Manhã de segunda-feira: abandonar a cama é um ato complicado para várias pessoas, mas não para os dedicados mediadores de cultura do nosso municipio. Às nove da manhã todos já estavam no teatro do Espaço Cultural Sylvio Monteiro, atentos a todas as palavras da dra. Betty Papelbaum.

Educadora há quarenta anos e psicóloga há quase trinta, a doutora carioca trouxe a proposta de um relaxamento profundo para os mediadores. “Eu imaginei uma porção de estagiários, que visitarão várias escolas e entrarão em contato com diversas crianças, submetidos a estresses e, ao mesmo tempo, com a responsabilidade de formar novos cidadãos”, conta, iniciando sua explicação. “Pensei, então, em um exercício que eles pudessem reproduzir com as crianças. Assim nós atingimos a fonte e ninguém vai precisar de terapia quando crescer”, diz em tom de brincadeira.

A psicóloga confessa que qualquer trabalho referente à educação não é fácil, e exige sempre um pouco mais. “O mundo é sempre muito rápido. Novas técnicas são estabelecidas. Às vezes, atualizar-se e desprender-se de coisas é duro e dolorido”, afirma. “Eu quero que eles entendam que pensamentos que não servem mais devem ser jogados no lixo e não guardados, formando um museu de ressentimentos. Pensamentos podem rodear nossas cabeças, mas nunca fazer ninho”, alega Betty, sempre lúdica.

Olha o passarinho

terça-feira, 17 de novembro de 2009

por Lucas Lima


O movimento da fotografia é sem dúvida de grande número e importância nos tempos atuais. Esse gosto vem se difundindo pela democratização de máquinas digitais e celulares com câmeras por meio dos baixos preços. “A fotografia é muito acessível, mas pouco pensada como arte, ou até como meio de vida”, diz Mazé Mixo, um importante personagem do cenário da fotografia em Nova Iguaçu.

“Queremos que as pessoas reflitam mais, e especialmente, que fotografem mais. Que troquem conhecimento e experiências”. Este é o objetivo do FotoBaixada, o oitavo fotoclube do estado do Rio. Os fotoclubes são associações de fotógrafos, tanto profissionais quanto amadores, que se reúnem pra organizar palestras, saídas fotográficas, concursos, exposições, etc. “Nós resolvemos batizar nosso fotoclube de FotoBaixada porque pretendemos que nossas ações sejam bem abrangentes, não só em Nova Iguaçu”, conta Mazé, que é também um dos fundadores e atual presidente do FotoBaixada.


A ideia do grupo partiu de uma comunidade do Orkut, criada pelo fotógrafo Álvaro Farias, chamada “Fotógrafos de Nova Iguaçu”. “Ele veio me procurar querendo trocar ideias. Nessa comunidade eu o conheci, e conheci a também fotógrafa Bruna Jacubovski. Começamos então a nos encontrar pra falar de fotografia e começamos a chamar outras pessoas para o grupo. Tivemos a ideia de transformar o grupo em fotoclube, o que aconteceu de fato em setembro desse ano”.

30 ou 3000

por Carine Caitano

Um dos oito pontinhos de cultura que já receberam a verba da SEMCTUR foi a Casa de Anyê, projeto comando pelo professor Eduardo Reis há cerca de 20 anos, na Vila Operária, um bairro nas imediações da Estrada Iguaçu. O objetivo do projeto, que está atendendo a Escola Municipal Monteiro Lobato, é levar dança e música à periferia, usando a arte como forma de ascensão social.

O professor Eduardo Reis tem verdadeira paixão por instrumentos, que no seu entender ampliam nossos campos de conhecimento. Prova disso é que a verba do Edital Escola Viva, uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Nova Iguaçu e o Ministério da Educação que contemplou 60 projetos no ano passado, foi a primeira que caiu nos cofres da instituição. “Sempre investimos no humano com recursos próprios”, desabafa Eduardo Reis, que dá aula na rede municipal de ensino de Belford Roxo.

Agenda da consciência negra

por CulturaNI


O período que rodeia o 20 de novembro, dia da Consciência Negra, trará uma espetacular programação comemorativa, que abrange de exposições a feijoadas. A equipe do Cultura NI se dividirá para o registro dos eventos, para os quais todos estão convidados. Veja a seguir a agenda municipal do mês de Zumbi:

- A exposição “A revolta das Chibatas” teve início ontem (dia 16) e vai até o dia 25 de novembro, no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, localizado na rua Getúlio Vargas, n° 51, Centro – Nova Iguaçu.

Hoje (dia 17):
- Evento “Tambores de Anyê”, a partir das 18 horas, também no Sylvio Monteiro.

Dia 18:
- Início da exposição “Riquezas Negras”, que vai até o dia 29, no SESC Nova Iguaçu, na rua Dom Adriano Hipólito, nº 10, bairro Moquetá.

Mudança em sete notas musicais

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

por Hosana Souza
Agora chegou a hora de colaborar e mudar isso”. Esse foi o pensamento que moveu Décio Trindade, 48 anos, hoje conhecido como Décio do Cavaquinho, fundador da “Escola Comunitária de Música Amigos de Comendador Soares”. A escola, que existe há cinco anos, começou funcionando na casa de Décio, tendo apenas 50 alunos. Mas hoje, após ter sido contemplada pelo “Fundo Municipal de Cultura Escritor Antônio Fraga”, está em um espaço alugado, atendendo 170 jovens e crianças da comunidade, com aulas de violão, cavaquinho, percussão, canto e teclado.

Décio nasceu e cresceu em Comendador Soares e, cansado de ver crianças com perfis violentos, trazendo como única referência musical o funk, resolveu montar uma escola onde elas aprendessem diversos instrumentos e entendessem novos ritmos. “No início eu queria fazer a escola para dar à comunidade uma re-educação musical, porque aqui eles só tinham o funk. Eu conheço o poder da música e queria que, através dela, eles entendessem o que é respeito. Hoje nossos jovens têm mais equilíbrio, aprenderam que têm direitos, mas, principalmente, deveres com o próximo”, diz satisfeito.

O barulho das geleiras descongelando

domingo, 15 de novembro de 2009

por Wanderson Duke Ramalho

A segunda edição do Espaço do Rock, que ocorre no Espaço Cultura Sylvio Monteiro desde o dia 12 até o dia 15, em Nova Iguaçu, trouxe no sábado três belíssimas bandas para a apreciação do público presente: TatuBala, Spllash! e a renomada Medulla.

Mesmo excluindo-se a diferença nos tipos de arranjo, temática das músicas e as propostas musicais de cada banda, um ponto ligava cada uma delas: o talento. O que, aliás, pareceu ser pré-requisito para todo tipo de exibição no evento.

Tem ginecologista no samba

sábado, 14 de novembro de 2009

por Fernando Fonseca

"O samba de Nova Iguaçu não morreu graças a nossa comunidade!", diz Romildo Vieira, presidente da G.R.E.S. Imperial de Comendador Soares. Com o apoio das comunidades vizinhas da escola de samba, Romildo comanda a escola há quatro anos.

Partindo do princípio de que samba não se faz apenas no carnaval, a diretoria da escola criou a campanha 'Comunidade Saudável' a fim de incentivar a comunidade à prática de atividades que físicas e mentais, que vão da dança às lutas, passando pela visita semanal de um ginecologista.

Casa lotada

por Larissa Leotério

A segunda noite do Espaço do Rock mostrou ao que veio. Casa lotada, muitos efeitos visuais e show de ótima qualidade.

Não há como não se render aos encantos da banda Spllash!. “Apesar de gostar muito do som, é a vocalista que prende a atenção”, conta Luiz Felipe, de 19 anos, que confessa só ter ficado pro show para assistir à louríssima Marcela.

Todos os dias são de Zumbi

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

por Jéssica de Oliveira


Mais uma vez, a Escola Municipal Ivonete dos Santos Alves se destaca no quesito “cultura afro-brasileira”. Devido ao feriado nacional de Zumbi dos Palmares – 20 de novembro, o culturani procurou a escola de Jardim Pernambuco, para saber como vão os projetos que, há dois anos, vêm sendo realizados. Tivemos a grata satisfação de saber que, lá, todo dia é dia de Zumbi.


Mais do que comemorar o feriado da próxima sexta-feira, a escola de Jardim Pernambuco trabalha no sentido de fixar o tema na grade curricular. “Com o objetivo de valorizar a cultura afro-brasileira e construir o caráter e a autoestima de nossas crianças, criamos o programa que envolve toda a escola, chamado 'Resgatando, Recontando e Reescrevendo a Cor da Nossa Cultura'”, conta a Coordenadora Político-Pedagógico Andreia Quirino.

Legado de superação

por Hosana de Souza


Na tarde da última quinta-feira, o pátio do Colégio Estadual Arruda Negreiros estava cheio de normalistas ansiosas pela visita do grupo Misturando Histórias. Financiado pelo Fundo Municipal de Cultura Escritor Antônio Fraga, o espetáculo “100 Anos de Machado a Cartola” é uma homenagem ao centenário de morte de Machado de Assis e do nascimento de Cartola. Unindo ícones de nossa história, a atriz Josy Lozada, a contadora de histórias Sonia Lima e o músico Dudu Carval apresentaram mais do que um espetáculo: deram uma aula misturando história e língua portuguesa.


“Nós começamos a estudar a biografia dos dois e pensamos em unir suas obras com a educação”, conta uma sorridente Josy, feliz por ter superado o grande desafio que foi costurar a rebuscada linguagem desses dois gênios da cultura brasileira. “Até agora esta sendo difícil a adaptação”, admite a contadora de histórias Sonia, que ainda hoje tem dúvidas quanto às músicas de Cartola que casam melhor com os contos de Machado.

Escolha unânime

por Lucas Lima

Poucos sabem, mas Nova Iguaçu possui um grande ícone da literatura carioca. Nascido no município há 55 anos, passou um período de sua infância e adolescência no Rio de Janeiro, depois voltou e até hoje nunca mais saiu daqui. Esse é Moduan Matos, o poeta da nossa cidade.

Moduan define sua iniciativa na escrita com apenas uma palavra: a leitura. “Quando pequeno, gostava muito de ler revistas em quadrinhos, depois comecei a ler alguns livros mais famosos no meio literário”, diz. “Como todo adolescente, passei por uma época em que me apaixonei e passei a gostar mais do lado da poesia, o que me fez começar a escrever algumas também”.

O poeta diz que nunca conseguiu ser parte isolada do movimento cultural de Nova Iguaçu. “Trabalhar sozinho não funciona, por isso é importante se unir, participar de movimentos culturais diversos”. Essa visão de mundo se reflete diretamente no seu trabalho. “A poesia não caminha apenas dentro da literatura, caminha no campo das artes plásticas, da música, no teatro”.

O sonho não acabou

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

por Larissa Leotério

"Rock para acabar com o ócio". Essa foi a iniciativa de Yuri Chamusca, Marcelo Faria e Leonardo Bazílio, que na época do edital do Fundo Municipal de Cultura Escritor Antônio Fraga eram  estagiários do Espaço Cultural Sylvio Monteiro. Os shows, performances e  filmes que ocupará o palco da casa da Rua Getúlio Vargas de hoje até domingo foram contemplados com cerca de R$ 8 mil.

O Espaço do Rock 2009 abre hoje às 16h com uma intervenção de graffitti, seguida de um debate sobre a relação entre o rock e a realidade social, cujo objetivo é "criar uma oportunidade para artistas e gestores posicionados resgatarem essa função implícita ao rock", segundo o blog criado pelos organizadores do festival. O primeiro show fará uma homenagem às raízes negras da Baixada, com a apresentação de três bandas de reggae (Semente da Alma, Sangue Rasta e Raízes que Tocam). A entrada de todos os eventos será gratuita. O público terá que pegar uma senha na porta, que será distribuída uma hora antes do show.

Capoeira gospel

por Nany Rabello




As crianças do horário integral da Escola Municipal Dtr Thibau estão aprendendo mais do que dança durante uma de suas oficinas. O professor de capoeira Jorge Henrique, responsável pela oficina que acontece com crianças entre 9 e 10 anos, nos dias de segunda, quarta e sexta à tarde, encontrou um jeito de ensinar algo mais para seus alunos.

Jorge foi inspirado por um programa de televisão sobre capoeira que assistiu. No programa, um dos entrevistados tinha adaptado as músicas que ouvia para o ritmo da capoeira. “Achei a ideia bem interessante, uma forma de incentivar as crianças”, conta o professor, que passou a adaptar todo tipo de música para o ritmo da capoeira.

Uma história que nunca para de ser escrita

por Nany Rabello





Um livro fascinante. Não há melhor palavra para descrever "Toda terça", primeiro romance da escritora Carola Saavedra. Apresentada por Sérgio Sant’Anna na orelha de seu livro, que a descobriu quando foi jurado do concurso Contos do Rio de 2005, Carola nasceu em Santiago, no Chile, mas com 3 anos de idade veio para o Brasil, onde foi criada. Seu livro "Toda Terça" foi lançado em 2007 pela editora Companhia das Letras, que em 2009 lançaria "Flores azuis". Carola Saavedra estreoou no mercado editorial com o livro de contos "Do lado de fora", publicado pela Sete Letras.

O livro é como um diário mental de três diferentes personagens, que em algum momento da história se cruzam de uma maneira tremendamente delicada. Ler ‘Toda Terça’ é se aprofundar na mente dos três personagens principais e entender por meio não só das palavras mas pelo modo com que ela são escritas o subjetivo, a linha de raciocínio e a personalidade de cada um deles, além de suas visões de vida.

A história é contada por três personagens e em duas partes. Na primeira parte do livro, temos Laura, uma mulher hilária, racional e levemente patética, que mora no Rio de Janeiro e frequenta um analista, pago pelo homem de quem é amante, todas as terças. Laura vive em seu próprio mundo e passa mais tempo da análise criando um modo de desafiar seu analista do que resolvendo seus problemas.

A mágica da solidariedade

por Robert Tavares


No meio do caminho dos Los Tchatchos Trupe tinha uma pedra. Uma não, várias. E brutas, para que o poema fique ainda mais realista em relação ao que eles passaram desde o início do ano, quando conheceram Theógono , um senhor de 81 anos, morador de Mesquita. Quem olha seu Theo nem imagina que por trás daquela figura frágil, de cabelos grisalhos, se esconde um experiente mágico, que aproveita suas habilidades manuais para exercer - com maestria, diga-se de passagem - a profissão de alfaiate.

Desde os oito anos de idade Theógono trabalha para sobreviver. Nascido em Santos, no estado de São Paulo, ele veio para o Rio de Janeiro na década de 50, sonhando com uma vida melhor. Na mesma época, conheceu Carequinha, Grande Othelo e Mazzaropi, com quem chegou a contracenar em um filme. Em seguida Theogóno atuou com o que realmente gostava: mágica!

Geografia do bairro

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

por Fernanda Bastos da Silva


Nova Iguaçu, a cidade que nasceu às margens do rio e que renasceu abraçando a ferrovia, está entrando em sua terceira geração: a da rodovia”. Essa é a afirmação de Edson Borges Vicente, 26 anos, geógrafo recém-formado e morador do bairro Cabuçu. Ele dedicou os cinco anos e meio em que esteve na graduação na Universidade do Estadodo Rio de Janeiro – UERJ – a estudar sua cidade natal, especialmente seu bairro. Edson, que gosta de ser chamado de geoeducador, já apresentou seu trabalho para a comunidade no Simpósio de Educação de Cabuçu de 2008 e disponibilizou na internet parte do artigo que escreveu, chamado ‘Nova Iguaçu, Cidade mãe: do nascimento de Iguassú à gestação de Iguaçu Nova em Uma abordagem geográfica’.

culturani– O que incentivou o senhor a estudar a cidade de Nova
Iguaçu e, principalmente o bairro Cabuçu, do qual quase nada é falado?

Edson Borges– Fui a primeira pessoa do meu bairro a ingressar em uma universidade pública e acho um dever meu aplicar o conhecimento que adquiro em meu lugar de vida, que está passando por intensas transformações que interferem na dinâmica de toda a Baixada. Além de ser um prazer, é mais fácil, pois posso vê-lo todo dia.

Os sofridos admiradores de Machado

por Lívia Pereira

Tendo em seu nome a força devastadora de quem rompe amarras, esse monumento vivo da nossa cultura que é Machado de Assis tinha feições nada robustas: aspecto pacato, semblante grave, olhar e fala austeros. E quem seria capaz de supor que um filho de lavadeira mulato pudesse ganhar o mundo numa época em que a melanina em quantidade era um revés?

Há quem diga que sua vida foi vazia de aventuras, que a adrenalina repousava na tinta e no papel. No entanto, nada é mais arriscado que ser sozinho em meio a um mundo que pode te devorar a qualquer instante. Perdeu a mãe muito cedo, assim como o pai, que antes de partir casou-se novamente, deixando Machado em boa companhia: pobre, mestiço, órfão, num Brasil um tanto conturbado. O que mais podia dar errado?

Sob as bênçãos de Omolu

por Jefferson Loyola

Cada vez mais os terreiros estão se tornando espaços provedores de saúde”, disse José Marmo, no 1° Seminário Pró-Saúde da População Negra, realizado pelo CIAFRO na última quinta-feira, 5 de novembro. O seminário, que teve seis horas de duração, também contou com a presença da assistente social Simone Monteiro e da fisioterapeuta Fábia Borges.

O seminário debateu das religiões de matrizes africanas a suas ações dentro da área da saúde, passando pela importância da divulgação da Anemia Falciforme, violência doméstica contra a mulher e a exclusão social de pessoas com doenças que assustam a população, como o HIV. Para José Marmo, que é coordenador da Rede Nacional das Religiões Afro-brasileiras, as desigualdades raciais têm um forte impacto nos indicadores de saúde da população negra.

Cuidado com as pessoas

por Luiz Gabriel

As rezadeiras são espécies em extinção e por isso personagens como Gertrudes Rocha dos Santos, mais conhecida como dona Tude, devem ser preservadas no coração das pessoas. “Amo cuidar das pessoas, é uma satisfação para mim”, diz essa moradora da Vila Emil, em Mesquita.

Nascida em Salvador há 74 anos, dona Tude herdou seu dom da avó Penha, que assumiu sua criação quando ainda menina perdeu os pais, seu Bartolomeu e dona Quitéria. “Tive uma vida muito difícil”, conta dona Tude, que por causa desses problemas veio tentar a sorte no Rio de Janeiro quando tinha 19 anos.

Morou em São Cristóvão até se mudar para Mesquita em 1964. Lá, casou-se, teve seus três filhos e, acima de tudo, tornou-se a rezadeira da localidade. “Sou muito procurada por todo tipo de gente”, orgulha-se ela. “Inclusive os católicos.” Um dos casos que ajudou a resolver foi o da estudante Rayana Braga, que ainda hoje se lembra do dia em que foi rezada por Dona Tude por causa de uma enxaqueca. “Eu tinha meus quatro anos e, apesar de meio assustada com suas rezas e plantas, fui sarando aos poucos.”

Redundância futurista

por Melissa Saliba


Com direção de Jonathan Mostow (o mesmo diretor de o "Exterminador do futuro 3: A rebelião das máquinas"), "Substitutos" é uma ficção científica ambientada num futuro não muito remoto que prenderia a atenção do espectador, não fossem os diversos momentos em que cai na redundância.


Em um futuro onde os homens vivem isolados e não precisam fazer nada além de comandar os substitutos (robôs belos e inteligentes, que, além de não cometerem erros ou crimes, preservam a vida da humanidade) através de uma cadeira. Bruce Willis interpreta Tom Greer, um agente do FBI que tem como parceira a agente Peters (Radadh Mitechel). Juntos, os dois tentam desvendar um crime onde a morte dos substitutos causa também a morte de quem os comanda.

Inescrutáveis desígnios de Deus

terça-feira, 10 de novembro de 2009

por Dariana Nogueira

“Falta-nos ainda muitas palavras para que comecemos a tentar dizer quem somos e nem sempre daremos com as que melhor o expliquem.” – José Saramago


O primeiro contato que tive com a obra de José Saramago, ainda que indiretamente, foi assistindo ao filme Ensaio sobre a cegueira, de Fernando Meirelles, inspirado na obra homônima do autor. Mantive-me tensa e inquieta durante toda a sessão e saí da sala de cinema bastante sensibilizada.

Continuei mantendo contato com a obra do autor através do blog pessoal de Saramago, O caderno, que traz textos instigantes e provocadores, além de sua maravilhosa e inconfundível escrita portuguesa.

Finalmente, esta semana finalizei a leitura de Caim, a terceira obra de Saramago produzida este ano. O escritor, no auge de seus oitenta e tantos anos, vive sua fase mais produtiva, dizendo com seu sarcasmo típico, que está aproveitando o pouco tempo que lhe resta.

Em busca da alma perdida

por Dariana Nogueira


Parafraseando o presidente Lula, nunca na história de Nova Iguaçu aconteceu um espetáculo semelhante. Trata-se do projeto “Teatro na Carceragem”, que estreará ainda este ano. A iniciativa é uma parceria entre o grupo artístico O Teatro Institucional, que entra com o talento, e o Pontão de Cultura, que entra com a grana.

A ideia nasceu no coração do delegado Orlando Zaccone, quando ainda exercia a função de delegado da 52ª DP, em Nova Iguaçu. Zaccone, um velho amigo do grupo, propôs a idéia ao Teatro Institucional. “Nós aceitamos prontamente”, conta Paulo Antunes, um dos criadores da companhia, em companhia do seu amigo Jitman Vibranovski.

Nasce um herói

por Jefferson Loyola


No mês de Zumbi, nada melhor para estrear um filme que fala sobre a cultura afro-brasileira e as tradições de um povo negro. E é assim que está sendo apresentado o filme nacional “Besouro: da capoeira nasce um herói”, que traz as tradições afro a partir da religião e do misticismo. Besouro conta a história de um homem que nasce e descobre com a capoeira seu destino, procurando vingar-se da morte de seu mestre.


Besouro pode ser uma opção divertida para que as pessoas possam aprender um pouco sobre a história dos negros, que sofriam preconceito mesmo depois da Abolição e, infelizmente, até hoje. Sua luta contra injustiças sociais se dá de uma forma não muito diferente daquela mostrada nos filmes de artes maciais chineses.

Noite de muito axé

por Nany Rabello


A noite de quinta feira, dia 05 de novembro de 2009, foi particularmente especial para quem estava presente no Espaço Cultural Sylvio Monteiro, em Nova Iguaçu. Duas importantes entidades da cidade, o CEAP e o Gestar, se uniram para organizar o lançamento do caderno “Solano Trindade: o poeta das artes do povo”, da historiadora Maria do Carmo Gregório.

O caderno foi feito a partir da dissertação de mestrado, que Maria do Carmo defendeu em 2003 para o curso do PPGHIS/UFRJ. Maria foi membro do CEAP em 2007, onde participou da coordenação pedagógica do Curso de Capacitação de Professores em História da África e Cultura Afro-brasileira, em parceria com a SECAD/MEC.

O segredo do quartinho

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

por Larissa Leotério



Para a maioria da população brasileira, cristã, o candomblé é uma  religião muito cheia de histórias, de pessoas que procuram fazer mal  às outras. As galinhas pretas de encruzilhada, junto à farofa esquisita, num daqueles enormes recipientes de barro são sempre muito  presentes nos longos discursos contra o candomblé.

Acontece que o culto aos orixás é muito fechado. Alguns rituais são  muito “secretos”. E que não trazem boas energias aos que olham. E  sobre os quais é possível ver, recomenda-se não contar. Essa política de cada coisa ao seu tempo, no local e momento devido acaba por mistificar a religião.

Ainda que essa não seja a intenção, é pouco provável que os não-candomblecistas saibam sobre a religião e que não tem só galinha preta na encruzilhada. Para reduzir os inúmeros mistérios é que alguns praticantes do candomblé têm lançado livros e as tão criticadas apostilas.

As apostilas para divulgar essa cultura são tão criticadas e causam  tantos problemas exatamente pela própria cultura: quem quer saber como funciona o candomblé, precisa frequentar as casas, os axés. Precisam ser iniciados.

Candomblé à francesa

porJefferson Loyola


O candomblé tem raízes milenares e chegou ao Brasil pelas mãos dos escravos vindos da África, trazidos pelos portugueses. Naquela época, o candomblé foi proibido e até 1946 foi considerado crime. Para continuarem cultuando sua religião no Brasil, os escravos tiveram que usar o sincretismo dos orixás (guardião de cada existência humana) com os santos católicos, colocando no mesmo altar Ogum e São Jorge, Oxum e Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora Aparecida, Oxossi e São Sebastião, entre outros.

Durante todo esse tempo, só sabiam dos ritos que ocorriam dentro do Candomblé as pessoas que o freqüentavam, o que acabava gerando inúmeros mitos sobre o que acontecia dentro dele. Os rituais religiosos eram passados de Babalorixás (Pais de Santo) ou Iyalorixás (Mães de Santo) para os filhos que frequentavam o Ilê (casa de santo ou terreiro). Porém, as coisas foram evoluindo e a maneira de se passar tradições religiosas mudaram, coisas que eram passadas apenas oralmente de pai para filho, agora também são passados a partir da escrita e do audiovisual.

Rima entre cor e dor

por Jefferson Loyola


Conhecido como o poeta do povo, o escritor negro Solano Trindade deixou uma grande marca no Brasil, principalmente na cidade paulista de Embu, onde criou um pólo de cultura e tradições afro-americanas. Foi o primeiro artista brasileiro a misturar militância política com a questão racial, declamando em seus versos a realidade do povo, as mazelas de um país onde os afro-descendentes são as maiores vítimas das grandes diferenças sociais. Filho de Francisco Solano Trindade e Emerência Maria de Jesus Trindade, conhecida como Quituteira Merença, ele nasceu em 24 de Julho de 1908, no bairro de São José, no Recife, Pernambuco. Era poeta, pintor, teatrólogo, ator, escritor e folclorista.


Outra importante marca de sua poesia foi o diálogo com a própria história pessoa, que permitiu inclusive que a historiadora Maria do Carmo reconstituísse sua biografia por intermédio de uma atenta leitura de seus poemas. Eis um exemplo marcante dessa característica: “Uma negra me levou a Deus e outra me levou para a macumba”. Em seu primeiro casamento ele se tornou evangélico devido a sua esposa ser presbiteriana, e no seu segundo casamento, como sua poesia diz, sua esposa o levou ao candomblé. Mesmo com passagens nessas religiões, Solano Trindade se declarava ateu.

Poesia negra

por Jefferson Loyola


O cansaço e a felicidade se misturavam no rosto da professora de história Maria do Carmo Gregório na noite da última quinta-feira, enquanto autografava "Solano Trindade: O Poeta das Artes do Povo". "Não esperava que minha dissertação de mestrado do PPHGHIS/UFRJ, concluída 2005, um dia virasse livro", conta ela, que ainda não se acostumou com o número de solicitações para participar em eventos desde que lançou seu primeiro livro. Publicado em uma parceria entre o CEAP e a Petrobrás, a obra vai ser usada como referência para um concurso de redação sobre o autor.


Solano Trindade entrou na vida da professora como uma decorrência natural de sua militância nos movimentos sociais, dos quais participa desde seus 13 anos. “Comecei a militar com movimentos sociais a partir da igreja católica e logo depois, não sei bem o motivo, mas me filiei ao PT e com a igreja juntei movimento social com a política”, lembra.

Professora há 16 anos, Maria do Carmo trabalha em escolas munic

Celeiro de artistas

por Fernando Fonseca


"Nova Iguaçu é um celeiro de artistas, só que muitos vivem no anonimato!" Foi da ânsia de conhecer tal mundo, que encontramos José Rodrigues, autor dessas sábias palavras.


Nascido em Pernambuco, esse morador de Comendador Soares é um exímio artista que luta e vive em prol da literatura de cordel, com cerca de 500 folhetos já publicados ao longo de 50 anos de produção. "Ou você é o que é ou você não é ninguém".

Mais conhecido como Jota Rodrigues, o escritor conta que a literatura de cordel era a única alternativa de entretenimento para o nordestino e que a cada suas características são modificadas. A literatura de cordel está tão associada à vida do nordestino que muitos dos seus autores sequer precisam saber escrever para praticá-la, como é o caso do próprio Jota Rodrigues. "Ninguém dá o que não tem, ninguém é o que não é e ninguém faz o que não pode", filosofa.

Mistura latino-americana

domingo, 8 de novembro de 2009

por Josy Antunes

Hoje, às 17 horas, o Circo Voador, na Lapa, abre seus portões para a 8ª edição do Tangolomango. Trata-se de um Festival da Diversidade Cultural que, desde o ano de sua criação, em 2002, já reuniu a América Latina através de 300 grupos populares e os 4000 artistas que deles participam.

Esse ano, o Tangolomango – que ganhou o nome da popular brincadeira de roda nordestina, propositalmente para expressar a energia que o evento tende a transmitir – disponibilizou um edital no site, que durou até o dia 31 de agosto, para formar a programação.

“O objetivo é articular, reunir e difundir projetos culturais de diferentes regiões do país, para promover a diversidade cultural brasileira e a troca de experiências, visando à integração das ações desenvolvidas, a produção colaborativa e a formação de redes”, é o que fica garantido no release do encontro.

Proibidão do Solano

sábado, 7 de novembro de 2009

or Josy Antunes

O Espaço Cultural Sylvio Monteiro sediou quinta-feira, dia 5, a abertura da programação em comemoração à IV Semana da Consciência Negra, realizada pela Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial - a COPIR. Às 18 horas, o pátio do local passou a abrigar um varal, com proporções agigantadas, que trazia penduradas verdadeiras “bandeiras da palavra”. Em cada uma delas, cada qual com uma peculiaridade representada em letras e cores através do graffiti, lia-se um poema de Solano Trindade, grande homenageado da noite. O livro homônimo, com o subtitulo de “O poeta das Artes do Povo”, estava prestes a ser lançado oficialmente. A distribuição gratuita aos presentes estava garantida, com direito a autógrafos da autora Maria do Carmo Gregório.

Após as palavras solenes de autoridades e representantes da cultura afro-brasileira e africana, Maria do Carmo falou sobre a criação do livro, nascido de sua dissertação de mestrado. Apesar da formalidade com que pôde ser lida a descrição sobre as “palavras solenes”, as condições do evento eram de familiaridade e descontração. Em um grande círculo, formado por puff's coloridos e envoltos por pura poesia, os participantes mantinham-se atentos, aguardando a apresentação do grupo “Pó de Poesia”, que logo foi iniciada.

Modinha africana

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

por Jefferson Loyola



Estudante do IFRJ, a artesã Anailda Souza Andrade não podia recusar o convite feito pela produção da II Parada de Nilópolis. Há 20 anos trabalhando com a cultura afro e militando no Movimento das Mulheres Negras do Rio de Janeiro, essa animadora cultural iguaçuana é uma figura quase obrigatória nos eventos culturais da Baixada Fluminense. “Levo a cultura negra e afro-brasileira para todo lugar”, orgulha-se.

Com um largo sorriso no rosto enfeitado com os produtos que fabrica e vende, a artesã montou uma exposição em homenagem ao trabalho centenário de mulheres na África do Sul, Nigéria e Angola. “Comecei a me interessar por essa cultura quando desfilava para a escritora e artista plástica Iraci Carise”, conta ela, que adapta coquinhos, madeiras e pedras semipreciosas para criar suas peças.

Cultura ganha o mundo

por Larissa Leotério e Robert Tavares


Com a II Parada de Cultura de Nilópolis, os alunos de Produção Cultural do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) mostraram que o curso está sendo proveitoso. Uma prova disso foi o salto qualitativo entre o evento de ontem e o do ano passado. “Ano passado não tinha quase nenhum morador de Nilópolis presente, ao contrário de hoje”, afirma a estudante Louise Teixeira, apontando para o movimentado pátio. Um dos segredos para o sucesso da parada foi a grande divulgação feita por ela e pelos amigos de curso.

Até Augusto Vargas, secretário de Cultura de Nilópolis, se achou na obrigação de prestigiar o evento, ao qual compareceu com sua equipe. "Essa parada vai marcar a história da cultura na cidade”, afirmou. O secretário justificou sua presença ali com a necessidade de obter informações sobre as manifestações culturais da cidade, bem como dos seus responsáveis e das necessidades que podem ser atendidas pelo poder público. “Temos representantes dos mais variados segmentos da sociedade aqui”, comemorou. “Através da democracia será definido o caminho que o segmento tomará.”

A inocência da guerra

por Lucas Lima


Uma capa infantil, um título fraco e uma história aparentemente desinteressante. Porém, são nessas situações em que a frase “não julgar um livro pela capa” se faz verdadeira. “O menino do pijama listrado” é um livro simplesmente fantástico. A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial, contada por um menino de apenas oito anos, filho de um importante oficial do exercito alemão.

O menino Bruno vê sua família obrigada a se mudar de Berlim para uma cidade mais afastada. Chegando na cidade, em uma de suas tardes ociosas, ele encontra uma cerca, onde havia do outro lado um outro menino da mesma idade.

República bestial

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

por Camilla Medeiros

A conquista de direitos civis, políticos e sociais sempre esteve ligada à luta da sociedade, à conquista popular. Foi assim na maioria dos países democráticos. Não no Brasil, porém.

No próximo dia 15 de novembro, nosso país comemora 120 anos de República. E o episódio, que para muitas pessoas representa a conquista pela democracia, na verdade esconde algumas peculiaridades do processo democrático brasileiro.

O termo usado por alguns historiadores, para descrever a política do Estado Novo, serve para descrever a cultura política brasileira de uma forma mais ampla: “modernização conservadora”.

Amor intraduzível

por Camilla Medeiros
Quando assisti ao filme “O amor nos tempos do cólera”, do diretor Mike Newell, fiquei um pouco decepcionada: ele não trazia a grandeza do melhor livro que já li até hoje. E não é exagero.

Logo depois entendi o desafio que era transpor para a telona a imensidão do texto do escritor colombiano Gabriel García Márquez. O próprio escritor salientou, ao vender os direitos autorais do livro, que Mike Newell não conseguiria a proeza. [http://g1.globo.com/Noticias/Cinema/0,,MUL154684-7086,00.html]

Ele não foi o único, pois livros como "Crônica de uma Morte Anunciada" e "Ninguém Escreve ao Coronel" também renderam fracassos cinematográficos. Apesar disso, o diretor Damián Alcázar pretende adaptar “Memórias de minhas putas tristes”, último romance publicado por Gabriel García Márquez.

Pé grande

por Julliane Mello

Pé-de-moleque parece coisa de criança. Mas no caso da ong homônima com forte atuação em Corumbá as aparências enganam. O foco da entidade, criada há nove anos, é formar jovens e adultos para o mercado de trabalho.Tem sido assim desde a fundação, quando a instituição tentou empregar 20 jovens com ensino médio completo e que tivesse algum conhecimento em informática. "Na época, só conseguimos cinco jovens, pois a maioria não tinha o ensino médio completo", conta Denise Luz, de 46 anos, idealizadora e presidente da ong. A partir daí um grupo se organizou para constituir uma instituição que pudesse ajudar o bairro de Corumbá e seu entorno oferecendo cursos profissionalizantes e capacitação profissional.

A primeira conquista daquele grupo foi criar o Centro Comunitário de Corumbá, cuja sede fica na Rua Belina, n°23. Três anos depois, o rupo já podia se orgulhar da qualificação profissional de mais de 2300 jovens e adultos, que se formaram em atividades que iam do telemarketing ao serviço de buffet, passando pela fotografia e garçom. Os primeiros parceiros também ajudaram a criar um pré-vestibular para negros e carentes, uma sala de EJA e um curso de empreendorismo.

Todo mundo é bamba

por Edson Borges Vicente e Fernanda Bastos da Silva


Bolo, refrigerante, docinhos e muito samba de roda. Esses são ingredientes fundamentais para qualquer festa de aniversário na ‘Vila da Fiazinha’, em Anchieta, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro. A vila, que abriga onze casas, quase todas de uma mesma família, é o endereço de Bárbara Cecília Costa dos Santos, 52 anos, funcionária da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Nova Iguaçu – SEMCTUR. Servidora municipal há 17 anos, ela conta que há mais ou menos sete anos o costume de fazer samba para animar as datas comemorativas passou a fazer parte da vida dos moradores.


No terreno localizado à Rua Silvio Costa, 308, moram cunhados, irmãos, filhos e sobrinhos de Bárbara, mas a matriarca é a dona Laurizete, 87 anos, conhecida como ‘Fiazinha’. Ela é homenageada na festa junina com o ‘Arraiá da Fiazinha’.

Dinheiro na conta

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

por Edson Borges Vicente e Fernanda Bastos da Silva


Os Pontões de Cultura do Ministério da Cultura – MinC - estão distribuídos por todo o território nacional. Segundo a Secretaria de Programas e Projetos Culturais SPPC (responsável pelo edital para Pontões de Cultura) do MinC, eles são “instrumentos de promoção do intercâmbio e difusão da cultura brasileira em suas mais diversas linguagens e formas, no âmbito regional ou nacional, geridos por ente público ou privado sem fins lucrativos”. Na verdade, o pontão tem a função de dar suporte aos pontinhos para que sejam articulados e desenvolvam um trabalho conjunto e promover a troca de experiências entre eles. A novidade deste ano é o 'Pontão Digital', com a peculiaridade de fazer uso dos meios digitais para promover cultura e inserção no mercado de trabalho. De acordo com a SPPC, os convênios têm a vigência de um ano, e são custeados com recursos públicos e às instituições vencedoras é depositado um valor de até R$ 500 mil em uma única parcela.


Em Nova Iguaçu, o Centro de Interação Social Amigos de Nova Era - CISANE – é contemplado com dois pontos de cultura. Entre tais projetos estão o ‘Ponto de cultura Vídeo, Cultura e Trabalho’, conveniado em 2005 com o governo federal através do MinC, e o ‘Ponto de Cultura Arte Gráfica’, que está sendo implementado nesse ano de 2009. Através de parcerias, entre elas, com a Petrobrás, foi instalado no CISANE um laboratório de informática e comunicação com internet comunitária. Ao todo são 22 computadores existentes conectados à internet via satélite e programados com software livre.

Mercado da cultura

por Edson Borges Vicente

Atenção artistas de plantão: as inscrições para IV Jornada Cultural da Baixada Fluminense foram prorrogadas até sexta-feira, dia 06 de novembro. O lema deste ano do evento, que há quatro anos divulga a cultura da região, é ‘Arte e Cultura: Mercado Cultural e Política Pública’. A entrada é franca.

O convite desta vez é para os artesãos e escritores, pois haverá uma feira de artesanato e literatura nos dias 3, 4 e 05 de dezembro durante o evento que, este ano, será no SESC São João de Meriti. Outras atividades culturais e artísticas estão programadas. As inscrições são feitas no local (sala de vídeo) entre 14 e 18 horas e o candidato deve levar amostras dos seus trabalhos artesanais e literários.

O evento é uma parceria entre o Serviço Social do Comércio – SESC - São João de Meriti e a Federação de órgãos para Assistência Social e Educacional – FASE –, com apoio do Fórum Cultural Baixada Fluminense.

Comemoração diversificada

por Josy Antunes

A maciça divulgação online tornou o cartaz ao lado conhecido de muitos internautas. O colorido chama a atenção para a II Parada de Cultura, que será realizada amanhã, dia 5 de novembro, em comemoração ao Dia Nacional da Cultura.

Os alunos do curso de Produção Cultural da IFRJ - Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro ­– realizarão atividades internas e externas ao Campus, localizado nas dependências da antiga CEFET Química, em Nilópolis.

A programação começará às 8 horas da manhã, com uma solenidade que contará, entre outros nomes, com a presença do Secretário de Cultura da cidade, Augusto Vargas.

Simultaneamente serão realizados serviços de ação social, exibições de filmes selecionados pelo Cineclube Ankito, diversas oficinas artísticas e apresentações de malabares e maracatu.

 
 
 
 
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